Projeto Haema Hippocampus [Tradução PT-BR]

Capítulo 12 - Yixing

"Eu quero te encontrar, arrancar toda a sua delicadeza

E uivar, uivar, uivar, uivar

Cuidado com a maldição que cai sobre jovens amantes

Começa suave e doce e os transforma em caçadores"

Howl, Florence and The Machine.

Fonte: Mafiosita  

Logo depois de fugir do meu casamento junto com Xiumin, não voltei a vê-lo até um ano mais tarde. Meu estúdio de tatuagens era novo; e eu tinha acabado de comprar uma moto. Meus pais, voltaram a falar comigo e eu estava muito feliz por eles não terem guardado rancor.

Minseok visitou o meu pequeno estúdio, ele estava procurando alguém que tatuasse sobre a pele de seu peito uma rosa e um relógio que simbolizavam os seus pais recém-falecidos em um acidente. Foi um motivo bem triste para um reencontro. Ele se surpreendeu quando lembrou quem eu era; conversamos sobre o casamento frustrado e como ele tinha me ajudado, então no final, eu não lhe cobrei pelo trabalho.

Tempos depois nos encontramos em uma festa, resultou que Minseok era parte de uma banda, o vocalista era terrível, mas Minseok no coro e na guitarra brilhava mais do que todos ali. Eu não conseguia parar de encará-lo. Ele usava um colete aberto que mostrava muito bem as tatuagens que eu tinha feito.

Me aproximei para cumprimentá-lo quando ele terminou de tocar, e eu fui convidado para uma cerveja. Casualmente falei sobre o problema que eu tinha tido com a minha moto naquela tarde e eles me informaram que tinham uma oficina e que poderiam me ajudar, então, no dia seguinte vi ele e o vocalista, Sehun, também.

E assim foi como tudo começou.

Saídas grupais, visitas à oficina, visitas deles ao meu estúdio para aplicar piercings ou fazer tatuagens; e em um belo dia, no meio de uma conversa qualquer, Minseok me fez saber que ele falava chinês. Neste dia eu me apaixonei. Eu não ia deixar escapar esse garoto que falava o meu idioma natal, sussurrar em chinês que desejava beijar a ninguém além de mim.

Meio ano depois decidimos morar juntos; não queríamos nos arriscar com um casamento. Eu me mudei para a sua casa e parei de alugar um apartamento, com esse dinheiro consegui pagar por um estúdio melhor e com o meu salário e o de Min, íamos muito bem. Ele era meu companheiro perfeito. Meu garoto. Ninguém podia machucá-lo sem fazer com que a paz em meu coração se transformasse em um demônio com sede de sangue.

Uma noite tínhamos concordado de nos encontrar no Hard Rock Beer, mas ele se atrasou porque quis pegar um ônibus e caminhar as três quadras seguintes. Não ficava muito longe, porém, às vezes, pessoas perigosas apareciam. Saí para ligar para o seu celular enquanto jogava um chiclete na boca, mas então ele me disse: "... Mas não sou inválido! Posso andar!". Eu não achava que ele fosse um inválido, eu só queria o seu bem estar, porém, ele me tranquilizou com o seu: "Não se preocupe, chegarei logo. Um beijo". E pronto. Em geral o meu Baozi tinha a última palavra em nossa relação, e não era porque ele sempre tivesse razão; ele dizia que se ele não me colocasse sob rédeas curtas, acabaria me perseguindo com saltos para me bater. Na maioria das vezes, eu ficava com muita preguiça de discutir, então eu o deixava sozinho para ficar em paz; porém, desta vez, ele me ligou alterado: