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Neiva

Eu estava na taverna a procura de Iridia quando Frederico entra sentando em uma das mesas. E ao perceber minha presença me chama para conversar.

Ele estava bebendo um vinho, me olhando sério enquanto bebia um gole da bebida.

- então Fred o que queres falar comigo? - fui direta e esperava que ele também fosse.

- bom eu... Queria lhe falar sobre...- parecia lhe faltar as palavras.

- sobre o nosso beijo aquele dia! - imaginei que ele tocaria nesse assunto.

- então diga!

- bom eu sei que para você aquele beijo pode não ter significado nada, mas... - ele pausou por alguns instantes.

- mas para mim foi mais do que um simples beijo. Entende? - não estava entendendo ao certo onde ele queria chegar, sua expressão era de puro nervosismo.

- tudo bem Frederico, não precisa ficar nervoso. - seguro em sua mão.

- e você Neiva por que me beijou aquele dia? - Disse unindo as sombrancelhas. Esperei que algumas pessoas passassem pela nossa mesa.

- me desculpe se te magoei, mas eu te beijei porque vi alguem que gosto muito com outra mulher.

- então foi isso você me usou para fazer ciúmes? Como você pode? - disse elevando um pouco o tom de sua voz atraindo alguns olhares para nós.

- calma Frederico, como eu disse eu não tive a intenção de te magoar. - tentei acalma-lo.

- tudo bem Neiva, mas quando quiser usar alguem de novo que esse alguém não seja eu! - disse bebendo o resto do vinho em seu copo e saindo um tanto nervoso. Pensei em ir atrás dele mas como estava de cabeça quente não iria adiantar em nada. E eu ainda tinha que esperar Irídia se é que ela viria hoje. Olhei em volta o lugar não estava muito cheio daria para esperar com um pouco de sossego.

Então peço uma porção de frutas que não demora em nada para chegar. Amo frutas, são tão saborosas, e antes que eu termine de devorar a porção vejo uma mulher com um capuz preto adentrando no lugar, ela só tira o capuz quando chega bem perto do balcão, só ai pude ver de quem se tratava. Irídia troca algumas palavras com dona Hanna e logo me vê vindo até a minha mesa então a cumprimento. Ela faz reverência o que achei muito estranho já que não tenho nenhum vínculo real e nem sanguíneo para pertencer a nobreza.

- soube que queria falar comigo!? - disse se sentando.

- sim quero muito falar com você um assunto muito delicado.

- é sobre sua amiga que está doente? - como ela sabia? Claro ela é bruxa suas intuições à levam a dizer tudo isso.

- não duvide de mim! - sua expressão era séria.

- sim Irídia minha amiga se encontra com estado de saúde muito fraco, e eu...

- queria saber se tem como cura-la? - Conclui minha frase.

- sim isso mesmo. - ela me observa com um olhar atento aos mínimos detalhes.

- olha não tenho como lhe dizer isso agora, teria que fazer uma avaliação em conjunto com as minhas irmãs.

- vocês teriam que vê-la de perto não é? - ela olhou para os lados e fiz o mesmo não intendo bem o por que mas fiz mesmo assim. Não acredito que teria de viajar, mal cheguei e já tenho que planejar uma nova viajem.

- não se preocupe Neiva, creio que será uma viajem curta. - disse me tirando do transe de meus pensamentos.

- creio que logo você receberá um comunicado! - o que? Como assim? Não entendi por que ela disse isso, mas em fim ela é uma bruxa né mesmo, deve saber muitas coisas. Será que ela teria como saber da minha família?

- Neiva quer perguntar mais alguma coisa? - ela me pergunta confusa.

- será que você teria alguma informação sobre a minha família de verdade, minha família de sangue? - ela me pareceu um pouco mais nervosa que o normal.

- me dê suas mãos. - unimos nossas mãos.

- feche seus olhos e relaxe sua mente. — Disse com uma voz calma e tranquila me levando à um lugar lindo, um castelo com uma floresta de pássaros cantantes. Vi um casal segurando um bebê no colo, ambos pareciam felizes. Os dois eram tão lindos de certo aquele bebê seria filho deles... Quando Irídia solta minhas mãos não consigo mais ver o casal, voltando para o presente momento na taverna.

- e então viu alguma coisa?

- um casal com um bebê em um reino em um castelo. Não sei bem ao certo.

- tudo bem, é assim mesmo aos poucos algumas coisas vão se explicando. Agora tenho que ir. - vi uma pessoa no bar, Austin não sei o que ele fazia ali mas tentei não dar muita importância a isso.

- como assim tem que ir, eu ainda não entendi nada.

- mas vai entender em breve. - ela se levantou e saiu do estabelecimento.

Eu queria entender tudo sobre a minha vida o meu passado, onde meus pais estão ou se estão vivos? E tudo ainda se torna cada vez mais confuso. Eu estava saindo da taverna um homem bêbado se pôs a minha frente.

- e ai belezura. - Disse me agarrando, me debati em seus braços querendo sair daquela situação constrangedora quando vejo Austin vindo furioso.

- larga ela - disse dando um soco no homem que cai no chão nós lançando um olhar furioso.

- isso não vai ficar assim! - senti um tom de ameaça em sua voz.

- mas não vai mesmo podem sair daqui, não quero briga no meu estabelecimento. - Dona Hanna não gostou muito do que viu.

- o senhor e a sua irmã podem voltar desde que sem brigas. - disse voltando para cuidar dos seus afazeres. Já estávamos no lado de fora.

- você não precisava ter me defendido!- claro que ele precisava mas eu não podia dar o braço a torcer.

- ah! Deixe de ser ingrata, fiz por você o que eu teria feito por qualquer outra dama. - como era convencido.

-tipo verônica? - quis ver sua reação.

- sim por ela também. Um cavalheiro é sempre um cavalheiro independente da dama. - o príncipe do ano. Sorri e caminhei para o castelo.

- o que? Para onde você vai? - perguntou curioso.

Contínua...

AUSTINOnde histórias criam vida. Descubra agora