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Austin

Olhei para o lado e fiquei feliz ao ver George então caminhei até ele. Ficamos conversando por um tempo até irmos ver a justa que se iniciava. Na verdade a rainha achava que eu não deveria participar da justa por ser muito perigoso mas sou um tanto teimoso e competirei amanhã.

- vamos as regras. - gritou o homem no meio da arena.
- não magoar de ponta ao adversário. Não brigar para fora das filas. Não lutar vários cavaleiros contra um. Não machucar o cavalo do rival. Não deferir os golpes apenas no rosto e no peito do adversário. E por último mas não menos importante não machucar o cavaleiro que levanta a viseira.

Assim que o homem saiu do meio da arena ambos os cavaleiros já estavam prontos quando ouviram o " já " correram em seus cavalos segurando uma lança um contra o outro. O impacto da lança no cavaleiro de azul foi tão forte que o mesmo caiu no chão se contorcendo de dor. Foi socorrido logo em seguida sendo levado por algumas pessoas correspondentes ao seu reino. E o cavaleiro de vermelho foi declarado vencedor.

Todos assistiam, gritavam, batiam palmas, o louvavam parecendo nem sequer se importarem com o que havia se machucado. Mas este era meu primeiro torneio e acho que ainda tinha muito o que aprender, e essa era uma das lições quando você perde é tido como fracassado e quando ganha é como se não existisse mais ninguém só você.

A partida do dia já estava quase no fim quando uma figura que não imaginei que veria se pos a minha frente Verônica estava linda vestida de azul.

- como está o campeão da luta? - vi que ela deu uma olhada bem matadora para trás de mim, mas quando fui olhar do que se tratava ela me impediu com um beijo. Fui ainda mais surpreendido ao ouvir aquela voz atrás de nós.

- então foi isso que ficou fazendo enquanto eu não estava aqui?- Neiva estava séria com uma lágrima contida em seus lindos olhos.

- é o que parece. - verônica responde.

- cala a boca foi você quem me beijou. - acho que acabei sendo um tanto rude com verônica.

- eu não vou deixar que uma pessoa como você estrague minha vida. - disse Neiva se entrelaçando a mim para um beijo firme e voraz, bem na frente de verônica e quem quer que estivesse alí para nós ver. Eu a correspondo um tanto surpreso com o seu ato.

- mas vocês são irmãos. Isso é um crime. - verônica estava boquiaberta muito mais surpresa que eu.

- não. Não somos e nunca seremos. - Neiva estava firme em suas palavras. - o rei Augustos e a rainha Fenícia podem explicar tudo para vocês. Neiva tinha o semblante firme e triste ao mesmo tempo, enquanto verônica parecia não acreditar que ela estava disposta a escancarar nossa sútil relação para todos. Vi minha mãe vindo correndo desesperada para ela estar assim algo deve ter acontecido.

- rainha Fenícia você precisa saber...

- agora não verônica. - minha mãe a tratou em segundo plano então a coisa deve ser séria mesmo. - Austin o seu pai... Ele.. Foi.. Não estão achando ele em lugar algum. - disse com a voz entrecortada pelo seu nervosismo.

- o que? Onde ele está? O que aconteceu?

- eu não sei. Eu já o procurei por todo o castelo e nada. - Bem quando eu achava que tudo se resolveria meu pai desaparece. Fui de encontro a alguns guardas que faziam uma ronda pelos arredores do torneio sendo seguido por Neiva, a rainha e verônica.

- guardas, quero que façam uma busca pelo rei em todo o lugar inclusive no castelo. E onde está Ariel? Ele quem é o chefe da segurança onde ele está? - digo nervoso.

- bom o senhor Ariel saiu as pressas tomando um rumo ignorado. - disse um dos guardas rumando para fazer o que lhes mandei. Não acredito que isso está acontecendo. E esse torneio o que faço com ele? Se eu parar agora não era o que o rei iria querer, só não posso disputar mais.

A disputa sim é uma escolha minha e eu iria deixar de lado para voltar minha atenção as buscas.

- calma meu filho, tudo a de se resolver. - a rainha me impede de andar de um lado para o outro. Eu precisava resolver, tudo mesmo. Neiva me abraça carinhosamente fazendo a rainha nós olhar de uma maneira estranha.

- você sabia que eles se beijaram? - verônica fez questão de insultar minha mãe naquele momento delicado ao qual estávamos passando.

- o que? - a rainha andava de um lado para o outro.

- eu já sei de tudo mas quero saber de você. - Neiva se pronuncia, eu não sabia do que ela estava falando. Só sabia que não eramos irmãos.

- do que você está falando?

- por que a majestade me escondeu que meus pais estavam vivos e que sou uma princesa?- como assim ela era uma princesa?

- bom eu não podia. Eles pediram que não te contássemos por uma questão de segurança sua e deles. - minha mãe tentou explicar.

- como essa daí pode ser uma princesa? - verônica não esconde seu tom de inveja e descrença. Neiva revira os olhos esperando pela resposta da minha mãe assim como eu.

- os pais dela são os reis desaparecidos de Terra Nova. - fiquei tão surpreso com a afirmação da minha mãe quanto todos alí.

- e onde eles estão? - Neiva pergunta ansiosa.

- não sei. O rei talvez soubesse mas agora com o seu desaparecimento isso vai ter que esperar. - minha mãe parecia muito mais nervosa que o normal se sentando em um banco prestes a chorar.

- calma isso tudo vai passar. - as palavras e o abraço de Neiva a confortaram mas não tanto. A rainha voltou ao castelo com verônica que quis ser amigável.

E eu fiquei com Neiva que me abraçava, eu não sabia o qual de nós precisava mais daquele abraço se era eu ou ela, que estava todo esse tempo com os pais desaparecidos e agora o meu também.

- e agora o que vai fazer? Cancelar o torneio? - ela olha fixo em meus olhos.

- não, isso não era o que o meu pai iria querer.

- a questão não é só está, agora você tem que assumir.

- George fará isso.

- George não, você. - disse me beijando. - você tem que mostrar para você mesmo o quanto é capaz e pode sim fazer isso. George pode te ajudar, mas enquanto o seu pai não estiver você será o rei e tomará as decisões. - ela me surpreendeu ainda mais com suas palavras inspiradoras.

- tudo bem. Mas estou indo em busca do verdadeiro rei de Terrier. - digo indo pegar meu cavalo esquecendo que um torneio estava acontecendo bem alí. Mas no momento minhas prioridades eram bem maiores que um torneio.

Neiva veio comigo em outro cavalo, vasculhamos todos as redondezas e arredores vizinhos, florestas e nada. Cada instante sem notícias só me atormentavam ainda mais. E sem notícias voltamos para o castelo. George e a rainha me aguardavam com alguma expectativa mas quando viram meu semblante abatido apenas me abraçaram como se nada fosse capaz de nos destruir.

Por um breve momento achei que aquilo tudo fosse mentira, mas aquela verdade estava ali inegável e dolorida. Quem poderia querer o rei de Terrier desaparecido? Então logo pensei que os rebeldes poderiam estar com o rei e talvez estivessem. Olhei para George.

- vamos reforçar ainda mais a segurança do castelo e do torneio.

- vamos seguir em frente com o torneio mesmo com o rei desaparecido? - George me pergunta.

- sim. O torneio já está próximo do fim, acabar com ele agora mesmo que seja pelo desaparecimento do rei tiraria toda a credibilidade do reino e isso não seria bom.

- tem certeza.

- sim. Agora somos eu e você. E vamos fazer de tudo para encontrar o rei e manter o reino a salvo de quem quer que seja. Por isso temos que reforçar ainda mais a segurança. - George concorda impressionado pela minha firmeza. Isso era só por fora pois por dentro meu coração doía mais que tudo.

- calma tudo vai melhorar. - Neiva me abraçava como se também não existisse nenhum problema em sua vida.

Continua...

AUSTINOnde histórias criam vida. Descubra agora