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Austin

Estávamos reunidos na sala do trono, eu Neiva, George e alguns dos membros do conselho. Claro Ariel não participaria mais daquele tipo de reunião.

- então o que faremos?- Neiva pergunta ansiosa.

- nossos exércitos estão apostos, temos uma boa linha de frente e uma quantidade significativa de soldados para ir ao confronto e ao mesmo tempo proteger Terrier.

- tem certeza disso George? - pergunto.

- sim, inclusive temos pistas de onde o rei possa estar sendo feito refém. - disse George cheio de esperança. Esses últimos dias não tem sido nada fácil para nenhum de nós. Tudo se resumia a ser rei, cuidar di reinado e buscar por pistas de onde o rei poderia estar.

- e onde seria?

- Terra Nova, em algum lugar de Terra Nova. Com tudo há muitos soldados dos rebeldes e isso pode resultar em um confronto banhado a sangue de inocentes. - concluiu George. Eu sabia que não iria ser fácil.

- Temos que tentar. Temos uma isca perfeita para isso. - concluo. Fazendo todos me olharem, Neiva e George já sabiam que eu usaria Ariel para chegar até Trevor ou quem quer que estivesse por trás disso. Mas não expliquei aos demais as salas podiam ser grossas já as portas e janelas nem tanto, alguem poderia escutar. Assim que a reunião acabou vi que um certo alguem vigiava um pouco mais ao longe no corredor, saindo um tanto apressado. Então resolvi segui-lo.

- o que vais fazer? - sou interrompido por Neiva.

- vou seguir ele, e se eu não voltar dentro de uma hora mande irem atrás de mim. Entendeu? - digo segurando em sua face e a beijando pela primeira vez depois de todo o ocorrido. Meu sentimento por ela não diminuiu só não tivemos tempo para vive-lo. Olhei em seus olhos e sai correndo ainda dando tempo de escutar ela dizer para me cuidar.

Peguei meu cavalo e segui Ariel, por um tempo eu estive bem atrás dele. Com tudo eu havia o perdido do meu campo de visão. O desgraçado me surpreendeu sorrateiro com seu cavalo bem atrás de mim, ele sabia que eu o seguia.

- o que quer me seguindo?- perguntou sem descer do animal.

- eu não estava te seguindo. - digo arrancando um riso sonso de seus lábios.

- claro que estava.

- eu estava mesmo, por que eu sei toda a verdade. Você é um impostor, o traidor por trás do sumiço do rei. - digo impensado soltando de uma vez.

- e se for você vai me mandar para a prisão?

- lhe proponho um acordo.

- que tipo de acordo? - perguntou curioso olhando para os lados daquela estrada aparentemente deserta, a não ser por nós dois.

- uma luta, se eu vencer você me leva até o reino onde meu pai está.

- e se eu vencer?

- você pode conseguir tudo o que quiser até mais do que lhe está sendo oferecido agora. - ele me encarou parecendo pensar na minha proposta, descendo lentamente de seu cavalo, então fiz o mesmo entendendo que ele havia feito sua escolha pelo visto minha proposta lhe soou bem atraente. Ele se aproximou de mim ficamos frente a frente estendendo sua espada a frente de sí, tal como fazíamos cada vez que eramos desafiados e o desafio era aceito.

Demos início ao combate, ele era bastante ágil tentando a todo custo me ferir com sua espada. O que não contava era que eu andei treinando, e me desvencilhei de todos os seus golpes, nossas espadas se cruzaram dando tempo para ele me lançar um olhar furioso, se afastando em seguida.

- sabe qual o seu defeito Austin, você confia demais nas pessoas. - disse tentando me distrair.

- você tem razão, confiei demais em você e fui traido, mas não cometerei o mesmo erro duas vezes. - ele se enfureceu partindo para cima de mim novamente me acertando um golpe no braço e como ardia. Nisso ele ganhou confiança, mas eu um momento de total distração eu o peguei em cheio, ele podia ser ágil e experiente mas eu era forte e usei minha força a meu favor.

- se rende?

- não conte com isso assim tão fácil. - tentou ser firme mas no fundo ele sabia que havia perdido o embate, então o segurei firme amarrando seus braços para trás.

- agora terás que cumprir com sua palavra.

- mas é claro, não é por que me rebelei contra o reino que também tenho que ser um homem sem palavra. - disse enquanto eu o fazia subir no meu cavalo. Nos dirigimos os dois no meu animal enquanto também puxava o dele...

Chegando ao castelo todos ficaram curiosos com aquela cena, mas como já sabiam do que se tratava não se deram ao trabalho de me perguntar.

- eu quero o exército reunido vamos ao encontro do rei. - ouvi os que alí estavam gritarem de animação, embora eu estivesse um pouco cansado pela luta, a minha vontade de trazer o rei de volta era única e inegável.

- você vai comigo? - perguntei quando Cruzei com Neiva no jardim do castelo.

- com toda certeza. Eu quero estar perto quando tudo acontecer. Quero ter certeza que seu tio não tem ou tem tudo haver com o desaparecimento dos meus pais.

- calma. - digo enxugando uma lágrima que insistia em cair. Então a tomei em meus braços para um abraço calmo e aconchegante em meio aquele turbilhão de coisas acontecendo bem diante de nós. Ela tomou meus lábios em um beijo acolhedor me fazendo esquecer até mesmo onde estávamos.

- sabe, mesmo que eu nunca te dito isso mas... Eu te amo. - ouvir isso vindo da pessoa que eu mais gostava era algo mágico e maravilhoso.

- eu também te amo muito. - digo a apertando em meus braços e a beijando novamente até sermos interrompidos por George.

- vamos já está tudo pronto. - ele diz um pouco mais ao longe.

Tratamos de arrumar tudo para a partida do nosso exército marchando rumo a Terra Nova onde segundo Ariel era onde se encontrava Trevor que mantinha meu pai prisioneiro. Ao longo do caminho sempre encontremos pessoas simples em seus trabalhos, que sempre me faziam referência me tratando como o novo rei, eu poderia até me acostumar com isso mas ainda não.

Não demorou muito e já estávamos em frente ao majestoso castelo protegido por guardas, nem parecia que tínhamos vindo de surpresa pois tudo estava bem vigiado, guardas e sentinelas por todos os lados e um Trevor triunfante a nossa espera com direito a tapete vermelho. Pensei se aquilo tudo não seria uma armadilha, com tudo o olhar espantado de Trevor ao ver Ariel amarrado não me pareceu tão arquitetado assim.

- então vejo que descobriu o meu pequeno e ardiloso espião? - disse com desdém.

- Quero meu pai de volta. - sou direto e sem rodeios.

- não sem antes um belo espetáculo, não é mesmo? Vejo que trouxe a bela princesinha consigo. - disse fazendo Neiva o xingar algo inaudível por mim. Seus olhos brilhavam em fúria e repugnância.

- tragam o velho. - disse para um guarda que não demorou muito para trazer ao nosso campo de visão um rei Augustos totalmente irreconhecível, estava mais magro barba e cabelos um pouco maiores e um tanto abatido.

Continua...

AUSTINOnde histórias criam vida. Descubra agora