scary love ↣ p. coutinho [1]

seven

— Nicoly.

Havíamos parado em uma praça que encontramos pela cidade, Maria foi até o balanço e em segundos corria com outras crianças. Era engraçado, Maria só falava português e as outras crianças russo. Eles tentavam conversar por sinais o que, incrivelmente, parecia estar dando certo.

Crianças são mais competentes e inteligentes que adultos.

— Ela é adorável. — comentei.

— Ela é minha filha. — Philippe respondeu e eu revirei os olhos.

Pensei que Ainê estaria conosco mas ela queria fazer compras antes de ir embora, então, eu e Philippe estávamos sozinhos com Maria.

— E se não for? — perguntei e ele me olhou incrédulo. Gargalhei.

— Você é idiota.

— Obrigada!

Philippe não respondeu, ficamos alguns minutos observando as crianças.

— Por que elas não ficam até o final da copa? — perguntei.

Ele deu de ombros.

— Ainê não larga o trabalho de jeito algum e diz que Maria não pode perder a escola. — dei de ombros.

O cara ganhava milhões por mês e a mulher dele não largava o trabalho? Isso é o que eu chamo de independência feminina. Ela está de parabéns.

— E você? Por que está aqui? — perguntou.

— Sempre gostei de futebol e minha vida está completamente parada no Brasil. Bruna convidou a mim e as meninas para vir para cá e decidimos ficar até o Brasil ir embora. Quando ele for hexa. — ele sorriu, e que sorriso.

— Espero que assim seja. Meu desempenho não foi tão bom no último jogo.

— Você é o melhor jogador da seleção brasileira, não precisa se preocupar com uma falha se elas quase nunca acontecem.

— Papai! — Maria veio correndo na nossa direção com os olhos cheios de lágrimas.

Philippe se abaixou na altura dela.

— O que houve?

— E-eu cai, tá doendo. — estendeu os braços e Philippe a pegou.

— O que você acha da gente tomar mais sorvete? — ela enxugou as lágrimas e assentiu, sorrindo.

— Se ela ficar gripada a culpa é toda sua. — Philippe falou.

— Pode deixar.

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primeiro momento deles juntinhos vai ficar guardado no meu coração