III

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             × Logan

   O celular havia tocado várias vezes durante a tarde, todas as chamadas eram de Katherine. Provavelmente ela queria falar da reunião e por isso eu ignorei todas as chamas.

   Mas então á noite ele tocou novamente, irritado, atendi ao telefone.

   - Esperança é a última que morre. - Eu disse ao atender. - O que houve?

   - Sem gracinhas! Você é um irresponsável, Logan! - Ela disparou.

   - Isso tudo por que eu não fui á reunião? - Perguntei com uma careta.

   Ouvi a profunda respiração dela ao outro lado da linha, isso não era nada bom. Significava que ela estava muito mais que brava.

   - Antes fosse, rei da irresponsabilidade! - Ela me rebateu. - Tem uma garota aqui.

   - Tem muitas garotas em Manhattan, Kath. - Eu disse divertido.

   - É. Mas eu estou falando de uma de Seattle, uma que apareceu aqui hoje em trabalho de parto! - Ela berrou. - Engraçado, por que, não tem muito tempo que você parou de ir para aquele lado, não é mesmo irmão?

   - Não grita comigo. - Eu disse tentando esconder meu nervosismo. Sentei na cama e respirei fundo. - Olha Kath, eu não quero ser pai, wu não posso! Só tenho vinte e um, e eu quero muito aproveitar minha vida. Sou jovem.

   - Jovem, um jovem egoísta, irresponsável e cínico! - Ela gritou.

   - Ela disse que esta tentando falar com você á meses, seu pirralho mimado! - Kath disse ainda em gritos que me faziam deixar o telefone em certa distância. - Ela foi expulsa de casa por sua culpa!

   - Não, eu não sou um pirralho mimado e estou pouco me fodendo se ela esta ou não em casa. - Respondi. - Não é problema meu.

   Novamente ouvi a respiração dela.

   - Escuta aqui, você tem vinte  e quatro horas estar casa, ou eu juro que retiro teu direito na herança do papai e da mamãe! - Ela disse.

   - Não seria capaz de me deixar na rua. - Eu disse.

   - Teste pra ver. Não será problema meu. - Ela disse por fim.

   Tudo que ouvi foi o som do telefone sendo desligado. Chutei a cama com força.

   Em menos de seis horas eu estava em casa. Havia usado o jatinho. Os portões se abriram e tudo que eu via com clareza era o pôr do sol á minha esquerda. As outras coisas tornaram-se montanhas escuras. O motorista continuou pelo caminho largo de carros, até que parou.

   Olhei para baixo, e então levantei meu olhar. Agora eu podia ver mais coisas, podia ver as janelas acesas da mansão de meus pais. Eram quatro andares, trinta e oito cômodos. Para cuidar de tudo, precisávamos de seis empregadas, um cozinheiro, um jardineiro que cuidava dos jardins da frente e dos fundos, o jardim da frente cercava o caminho para carros.

   Sai dele e olhei em volta, o lugar estava belo como sempre. As flores coloridas e a grama estavam em perfeito estado, era o lugar preferido da minha mãe, e eu ficaria muito surpreso se meus irmãos tirassem aquele lugar.

   Quando subi os três degraus para a varanda com chão de madeira francesa e guarda corpo desse mesmo material, abri as portas. Eram duas portas altas e arcadas como todas as janelas da mansão. Diferente do negro das portas do lado de fora e do branco das paredes exteriores, o interior da porta era branco e as paredes bege. A decoração toda nude, exceto pelas rosas dentro dos vasos de flores feitos de cristal.

A mais doce das surpresasOnde histórias criam vida. Descubra agora