Capítulo II

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Lauren POV

Cheguei em casa depois de um dia cansativo, adentrei na cozinha colocando minha pequena mala em cima da mesa e tirei minha jaqueta, logo vi minha esposa no mesmo recinto. Fui de encontro com a grande geladeira.

– Já tomou café da manhã? – Perguntei ao perceber que só tinha um pouco de leite, peguei e sacudi colocando em cima da bancada.

– Já. – Camila respondeu seca.

– O que comeu? – Caminhei na direção do armário em busca de mais alguma coisa do meu agrado.

– O último pãozinho e um iogurte. – Disse sem nenhuma importância.

Abri o armário e vi que o mesmo estava literalmente vazio, só restava uma caixa de sucrilhos e uma barra de cereal.

– Pretende ir ao mercado logo? – Perguntei enquanto continuava olhando o outro armário.

– Lauren, você trabalha 24 horas e folga 48, tem mais tempo do que eu. – Camila fala enquanto abria a geladeira e pegava pode de açúcar para colocar em seu café.

– Ei, eu só fiz uma pergunta simples, não precisa dar uma de espertinha – Justifiquei me sentindo ofendida pela forma que respondeu. – Podia ao menos deixar um pouco para mim.

– Eu nunca sei se acabou de chegar ou se está de saída – Falou se virando para geladeira e guardando o pequeno pote de açúcar – Você não me fala nada.

– Camila, qual é a sua? – Falei num tom de indignação – Por acaso te ofendi quando eu entrei de manhã?

– Não, mas você espere que eu trabalhe todos os dias, que ainda faça as compras enquanto você fica em casa olhando porcarias pela internet, sonhando em comprar um barco.

– Você escolheu esse emprego – Apontei o dedo para ela – E ninguém pediu para você trabalhar o dia todo.

– Precisamos de grana. – Camila mexia o seu café – Principalmente porque você comprometeu um terço do seu salário para comprar um barco que não precisamos. – Soltou uma respiração pesada – Tem 24 mil reais na poupança quando temos que fazer um reparo em casa.

– Por exemplo? – Perguntei.

– A porta do fundo precisa de pintura, o quintal de grama e eu vivo dizendo que quero colocar mais prateleiras no armário. – Bufa ao terminar de falar.

– Essas coisas se chamam preferências, não são necessidades – Falo num tom irônico. – Há uma diferença, se quer gastar o seu dinheiro nessas coisas, fique à vontade, mas eu estou economizando para o meu barco e não vai tirar isso de mim.

– Hum – Respondeu com um resmungo nasal enquanto pegava sua bolsa e seu copo térmico – Não adianta falar com você, eu não tenho tempo para isso. – Foi caminhando em direção a saída da cozinha.

Abri o armário novamente e peguei a única barra de cereal, me encostei na pia enquanto verificava a validade e abria para poder mordiscar o cereal.

– E fecha a porta ao sair! – Gritei para minha esposa enquanto mastigava.

Narrador POV

Após a breve discussão coma sua mulher, Lauren decidiu ir para academia. Optou por uma calça preta esportiva e uma camisa branca. Chegando no local de malhação, avistou rapidamente sua amiga Normani Kordei, que também era tenente do corpo de bombeiro. Sentou-se no seu aparelho de sua preferência para poder malhar e começou executar sua atividade. Quando se cansou, parou para descansar junto com a sua amiga.

Normani pegou uma toalhinha e começou a secar seu suor pelo o rosto, pescoço e nuca. Enquanto Lauren pegava sua garrafinha de água e bebericava um pouco.

– Não está dando certo. – Lauren diz colocando sua garrafinha no chão – Eu sou a respeitada aonde quer que eu vá, Normani, menos na minha casa – Finaliza com um tom de frustração.

– É, eu sei como é. – A mulata balança a cabeça demonstrando que entende bem. – E não é nada legal mesmo.

Lauren pega sua toalha e começa secar suas mãos enquanto olhava para Normani.

– E o que fez? – Perguntou respirando fundo e prestação atenção.

– Descobri que meu casamento não tinha quebrado, só não sabia fazer funcionar. – Falou como se fosse óbvio para sua amiga.

– E o que quer dizer? – Lauren mostrou curiosidade no assunto.

Normani olhou ao seu redor para ver a melhor forma de explicar, optou por uma máquina ao fundo.

– A máquina não está quebrada, se não souber fazer funcionar não vai dar certo. – Respondeu com naturalidade.

– Então eu preciso de terapia? – Perguntou com uma certa dúvida.

– Acho que todo mundo precisa de terapia. – Kordei respondeu enquanto secava o suor de seu braço.

– Aí, olha só – Apoiou o cotovelo no aparelho de malhar – Eu não vou falar com uma pessoa que eu nem conheço sobre algo que não é da conta dela. – Lauren disse ríspida.

– Tá bom – Normani olhou para amiga – A Camila precisa te respeitar, mas mulher é como uma flor; se a tratar bem ela vai florescer se não vai definhar.

Lauren pensou por alguns minutos sobre o que tinha acabado de ouvir.

– Aonde aprendeu isso? – Perguntou curiosa.

– No terapeuta – Normani responde orgulhosa.

Lauren pega sua garrafinha e joga em cima da amiga enquanto a negra a olhava com um sorriso brincalhão no rosto.

Desafio do Amor. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora