Conexões.

495 71 12
                                    

Capítulo doze


Mark não sabia onde enfiar a cara.

Yugyeom era literalmente a última pessoa que o americano iria pensar que tomaria tal atitude sobre suas criancices, entretanto provava do próprio veneno ao sentir as bochechas corando e a garganta secando. O Kim continuava olhando para si com um sorriso provocador nos lábios, a pergunta que fizera ainda pairando no ar. O Tuan não tinha capacidade para responder a questão, e isso não se devia apenas porque estava surpreso, e sim porque a resposta era simplesmente vergonhosa demais; não, não era o suficiente. Mark não se sentiu suficientemente feliz ao ter apenas um beijo, ele queria muito mais. Os lábios do Kim eram de longe a melhor coisa que já tinha tocado os seus, e ele sabia muito bem que sua vida curta já fora suficientemente recheada de bocas perdidas e outras milhares de coisas. Precisava de mais do que um beijo simples, ele queria selares demorados, línguas se cruzando em batalha e mãos travessas pelo corpo quente. Mark queria que Yugyeom percebesse, mas ao mesmo tempo desejava que tudo ficasse normal novamente. Se por acaso algo a mais acontecesse, como explicaria a Youngjae? Ele provavelmente ficaria incomodado com tamanha proximidade.

— Vou deixar que você me responda outra hora — soltou um risinho e voltou a se deitar, tateando o colchão atrás de seu telefone.

O mais novo calmamente voltou a mexer em seu telefone como se nada tivesse acontecido, Mark continuou em cima de si congelado. As mãos do mais velho automaticamente se moveram em direção ao peitoral largo e apoiaram-se ali, mas o Kim não esboçou reação perante a isso. O americano se arrumou em cima dele na intenção de se afastar, contudo um olhar realmente demorado de Yugyeom o fizera repensar melhor sobre suas ações. Fitou institivamente a boca avermelhada que tocara a sua segundos antes, sua garganta pareceu secar novamente. Não estava conseguindo ouvir mais muita coisa, seu coração batia tão alto que parecia ensurdecer qualquer outro som provindo do telefone, do garoto ou do exterior do quarto. O cômodo ficou abafado, suas mãos tremeram em cima do tecido fino da blusa que o Kim usava. Engoliu a seco enquanto procurava qualquer coisa que pudesse usar como ajuda para sua situação embaraçosa, contudo o mais novo sempre acabava o atraindo como um imã. Mark não viu quando seu corpo começou a se aproximar lentamente do de Yugyeom, sequer sentiu quando seus lábios tocaram o dele. Mas o calor que subiu dentro de si fez questão de avisa-lo.

Com as mãos ainda trêmulas demais segurou o rosto bem definido de Yugyeom, suavemente as colocando ali. Seus lábios se entreabriam, a língua escapou para fora e tocou a dele quase que de forma receosa. O Kim deixou de lado o telefone, mal se importando se ele acabaria indo para o chão caso se movessem. Tocou a cintura fina de Mark sobre o tecido branco e fino, apertou os dedos longos ali e deu estabilidade para o corpo inquieto. Correspondeu o beijo fechando os olhos, apreciando o quão bom era sentir o Tuan de uma forma diferente e mais íntima. As mãos do mais velho desceram de seu rosto até o pescoço, aninharam-se nos fios acastanhados e por ali ficaram, um carinho gostoso começou. O corpo de Yugyeom relaxou quase que imediatamente, e levantando-se com serenidade ele conseguiu grudar mais uma vez o tronco de Mark ao seu. Abraçou-o sem exercer força alguma, sentiu o exato momento em que seu estado de espirito pareceu encontrar uma paz idealizada. Findaram o beijo e respiraram fundo, ambos de olhos fechados. Yugyeom foi o primeiro a abrir.

— Boa resposta.

Mark sabia que os beijos durariam até o dia seguinte.

***

Youngjae soube que tinha algo realmente errado consigo quando o sorriso de Jaebum pela manhã passou a ser a primeira coisa que queria ver ao abrir os olhos. Também soube quando parou de pensar sobre seu passado nebuloso por mais de dez minutos ao olha-lo, e que nada recorrente a Oh Jaebum ou sua leve depressão o incomodou durante esse tempo. Talvez estivesse finalmente conseguindo se curar de todos os seus problemas, talvez fosse apenas impressão sua, Youngjae ainda não sabia, mas o sorriso de Jaebum ainda era muito bonito e convidativo. E o melhor de tudo: ele não estava mais receoso em mostra-lo a si. Sempre que cruzavam o olhar enquanto se arrumavam para a aula, mesmo que por alguns míseros segundos, um enorme e encantador sorriso se estendia pela face bonita do Im, assim como na sua — era impossível não sorrir ao vê-lo radiante. A camada superficial de gelo que cobria o companheiro de quarto parecia ter derretido quase que instantaneamente entre beijinhos tímidos na bochecha e cafunés delicados e serenos, e o Choi estava adorando compreende-lo finalmente como alguém de igual para igual. Julgar Jaebum pelo olhar, nome e comportamento, fora a coisa mais idiota que Youngjae já fizera em toda a sua vida, e nunca se arrependera tanto de algo antes.

Absorto em vocêWhere stories live. Discover now