Um. - Nathaniel

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NATHANIEL

Acordei assustado por ter sonhado algo tão louco e tão impossível de acontecer, mas ao mesmo tempo assustador. Eu, Nathaniel, sonhei que tinha virado o gato de estimação do Castiel, assustador pelo fato que Castiel tem um cachorro gigante que me da medo e impossível porque não havia possibilidade nenhuma de me tornar um gatinho de quatro patas e ficar o dia todo dormindo no colo do ruivo. Se bem que eu adoraria dormir no colo dele depois do almoço, quando na realidade acabo sempre dormindo na sala do grêmio até o sinal para o início da aula tocar e eu ter de voltar para a sala.

Mas ficar pensando em coisas bobas como essa não mudaria em nada minha vida atual, a realidade, onde eu sou sozinho e tenho um amor platônico desde que entramos no ensino médio e me descobri gay e apaixonado pelo ruivo, que eu preferia moreno, e tive que aguentar ele nos braços daquela garota que só o machucou e ainda conseguiu nos tornar inimigos. Apesar de todos os meus esforços, desde que ela foi embora, não tive muita melhora em nosso relacionamento, bem pelo menos ele não me odeia como antes, apenas não posso dizer que poderia convidá-lo para comer pizza com os amigos sem que ele pensasse que eu queria algo dele.

Sai da cama e fui tomar meu banho, não consigo acordar bem sem um bom banho pela manhã e uma xícara de café bem forte. Quando me olhei no espelho me deparo com algo mais assustador que meu sonho.

- QUE ORELHAS DE GATO SÃO ESSAS NA MINHA CABEÇA? – Gritei comigo mesmo assustado enquanto me fito no espelho e mexo nas minhas orelhas de gato que estão bem fixas na minha cabeça. – EU TENHO UMA CAUDA TAMBÉM? - Estou cada vez mais assustado com a minha situação. Mas aparentemente não tem como remover essas orelhas nem a cauda, nesse momento tudo que posso fazer é pensar em como esconder isso, e não deixar ninguém, principalmente o ruivo, descobrir.

***

Consegui esconder bem a cauda enrolada no meu corpo, por sorte está frio e com o moletom ninguém vai reparar que tem algo de errado com a minha barriga, e ainda pude usar uma touca para esconder as orelhas, fico feliz por estar frio. No grêmio tive que resolver toneladas de papéis antes da aula. O período de aula e almoço haviam passado e até agora ninguém perguntou nada e aparentemente ninguém notou nada de diferente em mim, o que me deixa muito feliz.

Como de costume fui para o grêmio cochilar depois do almoço, ninguém entra lá nesse horário, e na maior parte do tempo na verdade. Todos que precisam ir evitam a sala ao máximo, porque sempre que entram é para resolver problemas estudantis chatos e que ninguém mais queria resolver.

Então eu tenho uma sala, basicamente, só minha para dormir a vontade não somente no almoço, mas a qualquer horário, e sempre que quero matar aula posso ficar na sala, pois se a diretora ou qualquer professor perguntar por que não estou em sala de aula apenas digo que estou resolvendo problemas urgentes de alunos e ninguém me incomoda na minha salinha.

***

Senti um carinho gostoso em minhas orelhas de gato enquanto eu cochilava, era tão bom que poderia continuar dormindo por mais uma hora com aquilo. COMO ASSIM CARINHO NAS MINHAS ORELHAS? - Pensei. Acordei e levantei a cabeça rapidamente me assustando com quem mexia nas minhas orelhas.

- Cast... – Não consegui terminar de falar o nome dele de tão em choque que fiquei.

- Nath, você tem orelhinhas de gato, elas parecem bem reais. – Ele disse enquanto tentava puxar minhas orelhas, o que não deixei.

- Não toque... E-Elas são de verdade... – Disse com medo da reação dele.

- Sério? Você tem uma cauda também? – Ele perguntou um tanto entusiasmado e malícia que eu apenas acenei com a cabeça dizendo que sim ficando envergonhado. – Posso ver? – Ele perguntou mais entusiasmado e malicioso ainda.

E mais uma vez eu acenei com a cabeça dizendo que sim e extremamente envergonhado com a situação, ergui meu moletom e a camiseta o suficiente para conseguir soltar minha cauda enrolada na minha barriga, o suficiente para que fosse possível ver um pouco acima do meu umbigo. Castiel olhava minha cauda se movendo com um olhar maravilhado.

- Posso tocar? – Ele esta muito maravilhado com isso, e eu não entendo por que.

- Com cuidado... P-por favor... – Disse mais envergonhado ainda da situação.

Com uma gentileza que eu nunca havia visto nele, cuidadosamente acariciou minha cauda, o que era extremamente bom, mas se tornou horrível no momento que senti que aquilo estava me excitando.

- Por favor, pare... – Pedi com uma voz fraca para não denunciar minha excitação.

- Desculpa, te machuquei? – Ele perguntou com medo de realmente ter me machucado, QUEM É ESSE CASTIEL?

- Não, só é estranho, isso apareceu em mim hoje de manhã quando acordei, ainda não me acostumei. – Disse ainda envergonhado. – Você está bem? Você está sendo gentil comigo... – Sentia meu rosto corar mais e mais, logo eu estaria mais vermelho do que o cabelo do maior.

- É porque você parece um gatinho agora, não tem como ser babaca se você está com uma aparência fofa. – Ele me respondeu de uma forma bem direta na verdade, algo que não acabasse em xingamentos contra mim, vindo da boca dele, era estranho.

- Você sabe que ninguém pode saber disso, não é? – Minha voz mostrava minha hesitação, eu sabia que o ruivo não diria nada, ele não era como a novata, ele não abria a boca quando descobria alguma coisa.

- Claro que sei, e se alguma das garotas souberem disso elas iriam ficar acariciando suas orelhas e sua cauda até que seu pelo caísse. – Ele disse isso para mim quase rindo, mas eu não queria que nenhuma garota tocasse em mim, do jeito de o maior mexia na minha cauda antes eu tinha ficado excitado, talvez com as orelhas acontecesse a mesma coisa.

- Espero que não esquente... Não sei como faço elas sumirem, e se esquentar não vou conseguir esconder. – Eu estava muito preocupado com a minha situação, como estava frio eu conseguia esconder com o moletom e a touca, mas como faria isso se o tempo virasse e amanhã estivesse um sol bem quente?

- Pelo menos agora você mora sozinho, não precisa se preocupar com ninguém na sua casa. – O que o maior dizia era uma verdade, pelo menos em casa eu poderia ficar calmo e sem ninguém me incomodando ou tentando mexer em minhas orelhas. Eu concordei com a cabeça vendo que ele encarava as orelhinhas loiras, que se mexiam conforme ele falava, eu voltei a corar quando notei isso. – Eu não vou ficar quieto de graça, quero que faça as minhas tarefas em troca. – Mas era óbvio que o ruivo não ia ficar quieto de graça, ao menos ele só queria que eu fizesse as tarefas dele, isso não seria tão ruim, pelo menos seria um estudo a mais para mim.

- Lá pelas 19 horas eu vou estar livre... – Evitei manter contato visual, esperando apenas a confirmação dele sobre a hora.

- Esteja preparado, vou levar as tarefas que precisam ser entregue nesta semana e na próxima. – Ele estava com um sorriso de vitória no rosto, como se tivesse ganhado o maior prêmio possível.

O ruivo saiu da sala me deixando sozinho, apenas tempo suficiente para que eu colocasse outra vez a cauda por baixo da minha roupa e a touca escondendo as orelhas. Eu não acredito em muitas coisas, mas agora com isso em meu corpo eu rezo para quem quer que seja necessário para que isso suma do meu corpo e eu possa voltar ao normal.

A Maldição FelinaOnde histórias criam vida. Descubra agora