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       Após a crise, sempre vem a vergonha, de ver o que fez consigo mesmo, por ser fraco e sempre acabar da mesma forma, de encarar meus amigos e saber que não fui capaz de cumprir a promessa de não fazer mais isso.

Na manhã seguinte, meu corpo e minha mente estavam dilacerados de cansaço, eu acordei e tomei outro banho, mais dolorido que o da noite passada, dessa vez eu peguei pesado, pensei comigo mesmo, coloquei o uniforme da escola com certa dificuldade e cobri meus cabelos com uma touca preta, hoje eu compro uma tinta e tiro isso de minha cabeça.

- Não conseguiu dormir a noite, filho? – meu pai perguntou assim que eu apareci na cozinha

- Estou tão acabado assim? – perguntei forçando um sorriso

Ele nada respondeu, mas pela sua expressão eu diria que sim, estou mesmo um trapo. Na verdade meu pai sabia sobre meu problema, ele só não sabe como me ajudar, eu sei que ele me escuta chorando, não tem como não escutar.

- Aconteceu alguma coisa, Donghyuck? – ele me perguntou

Eu neguei com a cabeça, fui até a sala e peguei minha mochila

- Não vai tomar café? – ele veio atrás de mim

- Eu como alguma coisa lá, não se preocupe – eu falei e segui em direção a porta

...

Nas ruas meus passos eram lentos e dolorosos, meus olhos ainda insistiam em querer chorar, mesmo com todo aquele cansaço sobre eles. Eu cheguei na frente da escola e fui surpreendido pelo Renjun que segurou em minha cintura.

Gritei de dor

- Calma, Haechan – ele se afastou assustado – Não é para tanto

Eu apenas sorri tentando me afastar, ele não pode perceber

- Dongie, olha para mim – ele falou atrás de mim, sério

- Está tudo bem – eu segurei em um lado da minha cintura, por conta da dor

- Olha para mim, caralho! – ele me virou para si, alguns alunos que passavam pela gente se assustaram – Você fez de novo

- Não...

- Não adianta negar, Donghyuck, você fez! – ele falou decepcionado comigo

Não pude conter mais minhas lágrimas

Meu amigo percebeu que brigar comigo não iria resolver nada naquele momento e apenas me abraçou

- Você é tão bonito, Dongie – ele falava em meu ouvido – Por que faz isso consigo mesmo?

Nós entramos na escola e deixamos nossas bolsas na sala, logo seguimos para o banheiro.

- Me deixa ver – ele pediu e eu silenciosamente levantei minha camisa

Não pude deixar de ver a expressão de susto e pena nos olhos do Renjun, onde depois se transformaram em lágrimas.

- Desculpa Dongie, se eu e o Jeno não tivéssemos sido covardes, você...

- Ei, isso não tem nada haver com vocês – eu tentei o fazer sentir melhor

- Me desculpa – ele continuava chorando

Agora eu estou me sentindo culpado por fazer um dos meus melhores amigos chorar, parabéns Donghyuck.

- Eu vou pintar meu cabelo de castanho novamente – eu falei

- Mas por que? – perguntou surpreso – Você amou

- Ele está me fazendo mal – falei tocando minha cabeça

let me down slowly  »markhyuck« HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora