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           Depois de um dia inteiro fingindo de morto, lá vou eu para a escola como se nada tivesse acontecido. Cheguei na sala e apenas mais duas pessoas haviam chegado, eu aproveitei para dormir um pouco. 

- Haechan? - ouvi a voz do Jeno - Ei, acorda - ele empurrava meu ombro 

- Me deixa dormir - pedi sonolento 

- Mas deixaram outra caixinha de biscoito aqui - ele disse

Eu abri os olhos rapidamente, até senti uma certa tontura, mas quando consegui focalizar minha visão, realmente havia uma caixinha de biscoitos em minha banca, eu rapidamente peguei a mesma e abri e assim como a outra, tinha um post-it na parte de dentro.

     "Fiquei tão preocupado... 

      Por que sumiu?  

     Espero que você esteja bem,

    mas para ajudar à melhorar seu humor

   te trouxe este presentinho."

- Você ainda não faz ideia de quem seja? - Jeno perguntou e eu neguei em silêncio 

      Jaemin chegou e deixou um selar nos lábios do Jeno.

- O que aconteceu ontem, Haechan? - me perguntou em seguida

- Eu não estava muito bem - respondi forçando um sorriso 

- O que é isso? - ele perguntou olhando para a caixinha

- Biscoitos - falei balançando a embalagem 

- Ele ganhou de um admirador secreto - Jeno disse

- Hmmm... Não faz ideia de quem seja? - Jaemin perguntou malicioso 

- Não... Quer dizer, eu prometir que não ia procurar saber quem ele era - os dois me olharam confusos 

- Como assim? - Jaemin perguntou 

- A gente conversa por mensagens, à algum tempo e ele pediu para que eu não tentasse descobrir quem ele era, pois quando ele se sentisse seguro o suficiente viria até mim - expliquei 

- Onw que lindo - Jeno disse 

- Mas eu tenho uma suspeita de quem seja - Jaemin estalou o dedo 

- Quem? - jeno perguntou animado 

- Posso dizer? - Jaemin me perguntou e eu assenti - O menino do terceiro ano 

- Qual? O Jaehyun? - Jeno perguntou 

- Não bocó, o estrangeiro, como é o nome dele?? - o ruivo tentava lembrar-se

- Mark... - falei baixinho 

- Isso - Jaemin falou animado - Eu acho que é ele 

- Faz sentido - Jeno concordou 

- Não importa - eu falei olhando para o pacote - Não vou mais responder ele...

- O QUE? - os gritaram em uníssono 

- Por que? - Jeno perguntou 

- Por que um menino como ele olharia para mim? - perguntei 

- Haechan, se olha no espelho é bem evidente - Jaemin disse

- Por isso mesmo que estou me perguntando, por que me olhei no espelho - eu respondi seco 

- Donghyuck, você está assim por causa daquilo? - Jeno voltou minha atenção para si - Me responda 

- O que quer que eu diga? - eu dei um riso forçado 

- Você faltou ontem por causa disso também? - Jeno perguntou contendo um pouco de raiva em sua voz 

- Foi cara... - eu disse

- Dongie, você é lindo, por que se importa com isso ainda? Eles que eram uns babacas - Jeno falou 

- Essas coisas permanecem na sua mente, Jeno - eu falei sério - Não é algo que possa ser arrancado de mim, e eu sei que ele vai fazer a mesma coisa que ela fez...

        Eu me levantei e saí da sala, o corredor estava lotado, mas eu não me importava com aquilo, as lágrimas insistiam em sair, e eu não tinha motivos para prendê-las dentro de mim e muito menos forças para segurá-las. Eu entrei no banheiro e me direcionei até a pia, ligando a torneira e comecei a lavar meu rosto.

- Está tudo bem? - enxuguei meus olhos e olhei para o garoto parado ao meu lado 

Mark /On

        Eu enviei mensagens a noite toda, só parei quando eu tive certeza que estava sendo ignorado de propósito, mas na manhã seguinte recomecei meu ritual de enviar mensagens para o mais novo, eu estava tão perplexo que me decidi, se ele não me responder, quando eu chegar na escola, vou falar com ele, perguntar o por que ele não me responde, mas adivinhem, ele também não foi.

       Então minha preocupação começou a extrapolar, se eu soubesse onde era sua casa, teria ido até lá, até cogitei ir perguntar à um de seus amigos, mas a coragem me abandonou no meio do caminho. Eu não sabia que passar tanto tempo sem ver seu rosto, sem saber como ele estava iria me causar tantos danos assim, aquela preocupação que não me deixava, o pensamento de culpa que me rondava e a saudade que maltratava meu peito.

        Passei a noite completamente em claro, me perguntando o que poderia ter acontecido com ele, será que está doente e foi internado? Será que roubou o banco e está fugindo para outro país? Ou será que apenas cansou de mim como todos os outros e vai me ignorar para sempre?

        Esta manhã ensolarada que mais parecia com uma amostra grátis do inferno, estava piorando ainda mais o meu humor, eu me arrastava literalmente para a escola, até que eu vi o Haechan passar pelo portão de entrada, é inexplicável como esse garoto tornou-se importante para mim. Eu voltei correndo para a lojinha de biscoitos e comprei uma caixinha com o sabor favorito do Haechan.

        Aproveitei que nenhum dos meus amigos havia chegado e me dirigi até o segundo ano, eu estava decidido em me mostrar pessoalmente, eu estava preocupado demais com ele e não tinha a certeza de que o garoto iria me responder por mensagem, eu entrei em sua sala, havia apenas mais dois alunos, Haechan estava debruçado na banca, ao chegar perto dele, ouvi sua respiração pesada, fiquei com pena de acordá-lo, então coloquei a caixinha em sua banca e me retirei. 

        Eu fui para o banheiro e me recostei na parede, o que eu deveria fazer agora? Eu devo me revelar, ou esperar mais um pouco? Eu mal o conheço ainda, mas está óbvio que o garoto não está bem, minha preocupação é tão grande que eu mal consigo me manter longe dele...

         Em meio a todos aqueles pensamentos, Haechan entrou chorando no banheiro, meu coração falhou a batida tantas vezes que eu não pude contar, meu corpo queria ir abraçar o menino, perguntar o que havia acontecido, mas minha mente insistia em dizer que ainda não é tempo de eu mostrar quem realmente sou.

- Está tudo bem? - foi tudo o que eu consegui falar, pois inexplicavelmente eu havia chegado até seu lado sem dizer nada, imagina ele olhar e ter um desconhecido te observando lavar o rosto.

- Você tem algum lenço aí ou toalhinha? - ele perguntou e eu procurei em meus bolsos

         Por sorte eu estava com um lenço no bolso da calça, obrigado mãe, eu o entreguei e ele secou, depois me entregou e deu as costas.

- Espera - segurei em seu braço 

Ele me olhou sem nenhuma expressão

- Você está bem? - repeti a pergunta

- Não, mas vou ficar - ele tentou se soltar e eu apertei meu toque, o fazendo franzir o cenho para mim 

- Quer conversar? - perguntei 

- Eu não vou conversar com alguém que não conheço, me solta- tentou se afastar de mim

- Uma vez, alguém me disse que a gente desabafa mais confortavelmente com quem não conhece - eu tentei dar um sorriso acolhedor - Me perdoe, eu realmente estou preocupado com você...

...
Sem revisão, qualquer erro ortográfico por favor me avisar ♡

let me down slowly  »markhyuck« HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora