Capítulo 17

6.8K 451 10
                                    

Chegou no dia seguinte, Daniela achou melhor não ir trabalhar. Mandou o currículo para algumas empresas e fez entrevistas em outras, ficou o restante da semana procurando emprego.

Na sexta, estava sentada no sofá, tomando café, pensando em quais seriam os próximos passos, até que alguém tocou em sua campainha.

– O que você acha que está fazendo? – Marco perguntou entrando em sua casa.

– Boa tarde para você também. Estou ótima, obrigada por perguntar, e você como está? Ah, sim, pode entrar na minha casa, fique à vontade, Marco. – Disse Daniela ironicamente ainda com a porta aberta, olhando para seu visitante.

– Não estou de bom humor para brincadeiras, Dani.

– Ok, então o que você está fazendo aqui? – Perguntou ela fechando a porta e se aproximando do seu convidado, não convidado.

– Eu que te pergunto. O que você está fazendo aqui? Estou indo todos os dias para a empresa para falar com você, mas você não está indo trabalhar.

– Eu larguei o meu emprego, vou entregar minha carta de demissão na segunda – disse a menina com convicção. Surpresa também pela decisão que não tinha tomado até aquele momento.

Ótimo, tinha que ser bocuda mesmo. Eu nem tenho certeza se o melhor é pedir demissão. Droga, Daniela.

– O que você fez com o Guilherme?

– Não sei do que você está falando – respondeu ela querendo se fazer de desentendida.

– Não faz assim, Dani. Sabe que eu gosto muito de você e sempre te defendi – falou ele nervoso.

Seus olhos estavam marejados, com certeza algo estava acontecendo e o pensamento preocupou Daniela.

– Do que você está falando? O que tem o Guilherme?

– Eu não sei dizer, ele parece bem. Mas eu conheço o meu amigo, ele não está nada bem. Não está nem falando comigo direito – falou preocupado.

– Desculpa Marco, fui eu que te coloquei nessa situação – comentou se sentindo culpada.

Ao ver a expressão de confusa do amigo, completou:

– Eu fiquei muito brava com o Guilherme, não sei direito o porquê. Os pais dele queriam que ele se casasse para poder ficar com a firma. Ele nem me cogitou, como se eu não fosse boa suficiente para isso – disse as palavras que sentiam pela primeira vez em voz alta.

– Poxa Dani, – disse Marco chateado – você mesma odiava aquela situação que vocês estavam vivendo. Você está dizendo que você queria que ele te fizesse a proposta?

– Claro que não! – disse ela assustada.

Mais que droga que está acontecendo na sua cabeça?

Marco ficou um tempo em silêncio, tinha um olhar que tinha entendido tudo. O que com certeza era impossível, considerando que nem ela mesma tinha entendido o que acontecia com sua cabeça.

– Entendo – disse por fim.

– Não sei como você pode entender algo. Nem eu mesma entendo – disse magoada.

Ele ficou quieto por um tempo, como que se escolhesse as melhores palavras para dizer o que pensava.

– Dani, você espera algo do Guilherme que ele não pode te dar – falou olhando fixamente em seus olhos.

Aquilo fez a garganta da garota dar um nó, seus olhos se encherem de lágrimas e precisar de uma força enorme para conter que elas descessem do seu rosto.

O casamento sob contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora