— E então que ela disse que precisa conversar com você.
— Não sou louca para ficar com ela sozinha em um lugar mantendo uma conversa sobre minha vida amorosa que ela não aprova.
— Talvez ela queira mudar, Vitória. Ontem quando falei com ela, consegui fazê-la entender certas coisas.
— Não sei se é uma boa ideia...
— Você não pode simplesmente esquecer que tem uma mãe. Apesar de todo esse jeito dela, ela se importa com você.
— Sabra, ela está com uma arma apontada para a sua cabeça enquanto te obriga a falar isso?
— Você reclama dela, mas você é tão cabeça dura quanto! Não é algo que ela esteja acostumada, não é algo comum para ela, mas talvez por você, ela queira começar a entender.
— Estamos falando da mesma mãe?
— Talvez agora no início, ela não aceite tão bem, mas queira respeitar. Eu fiquei praticamente duas horas falando sobre isso com ela, só saí de lá quando tive a plena certeza de que tinha amolecido um pouco.
— Te agradeço demais por isso, mas, por enquanto, não sei se é realmente uma boa ideia.
— Você é impossível quando quer, não me surpreende que nessas veias corra o mesmo sangue que o dela.
— Eu preciso desligar, agora, Tatinha.
— Tudo bem, nos falamos mais tarde então. Mas pensa, bem, Vi, é sua mãe.
— Vou pensar.
— Se cuida.— Sabra desligou antes que ela respondesse. Guardou o celular no bolso e saiu do quarto. Isabel amolecendo e querendo mudar seus pensamentos poderia ser comparado à paz mundial.
***
A maioria dos designs prontos no papel, Ana já havia passado para o computador. Seu trabalho era mais um hobby do que realmente um trabalho. A frase "Escolha um trabalho que você ame e você nunca terá que trabalhar um dia em sua vida." fazia todo sentido. Estava matando seu tempo e tentando ocupar sua cabeça enquanto salvava cada design em uma combinação de cor diferente para decidir depois quais seriam as escolhidas para subir à passarela. Só foi tirada da sua distração quando ouviu batidas na porta.
— Olhe, amor, nossa filha ainda está viva. — Mônica disse abrindo a porta e entrando acompanhada pelo marido.
— Vocês fazem eu ficar com peso na consciência quando falam assim. — Empurrou a cadeira para o lado, saindo de frente do computador e ficando de frente para seus pais.
— Estamos acostumados com essa sua falta de notícia quando não te vemos, mesmo que isso nos deixe preocupados, principalmente quando não atende nossas ligações.
— Foi só um dia. — Sorriu para a mãe.
— Está tudo bem?
— Tudo dentro dos conformes.— Nada ficaria dentro dos conformes após o ocorrido de dois dias atrás, mas seus pais não precisavam saber e ter a imagem da filha passando por algo tão repugnante.
— E como foi o desfile? — Edimilson perguntou.
— Foi... — procurou palavras para descrever o desfile e não o ocorrido que ainda estava presente em sua mente. — ótimo. Tudo lindo, mais uma vez. Todo ano é.
— Mas ano que vem será ainda mais. — Edimilson piscou para ela que abriu um sorriso ainda maior.
— Espero que seja ao menos no mesmo nível.
— Sempre modesta. — Mônica balançou a cabeça sorrindo. — Mas então, vi doutora Falcão e você nas fotos estavam um espetáculo, juro que quero colocar num porta-retrato na sala de casa.
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Folhas De Outono
FanfictionNuma noite de outono, após sofrer um acidente, Ana Clara Caetano, que carrega o nome um tanto quanto conhecido no mundo da moda em Nova York, fica sob os cuidados da médica Vitória Falcão. Os cuidados tendem a se estender para fora do hospital, de u...