Capítulo 11

749 52 1
                                    

Ela ficou escondida até eles saírem. Poncho não estava por perto, então pensou que havia ido com os outros. Maude havia tentado convencê-la a ir com eles, apesar da irritação de Vivian, mas ela não quis. Não conseguiria ficar calada no mesmo carro com Poncho e Larry.
Caminhou até o gazebo. A grama ainda estava molhada devido à forte chuva do dia anterior, mas dentro do pequeno gazebo, com suas almofadas confortáveis, estava seco e aconchegante. Sentou-se nas almofadas, observando o caminho de pedras que serpenteava pelos jardins bem cuidados. Embora não estivesse na época das azaléias, que desabrochavam maravilhosamente na primavera, as rosas davam um lindo toque ao jardim. O cheiro das rosas brancas era delicioso. Fechou os olhos e respirou fundo, sentindo a brisa quente que fazia com que aquele dia de setembro parecesse um dia de verão.
- Está pensativa? - Deu um pulo ao escutar a voz ríspida de Poncho. Seus olhos assustados o viram na entrada do gazebo, com um cigarro na mão. Estava com a mesma calça bege e camisa amarela que usara no café-da-manhã, e ostentava a mesma cara ameaçadora. Ela lançou-lhe o mesmo olhar ameaçador.
- Você já não fez o suficiente por uma manhã? - perguntou, furiosa.
- O que eu fiz? Não pedi que ele fosse embora - disse, arqueando a sobrancelha.
- Não - concordou, nervosa. - Você só fez com que fosse impossível ele continuar aqui.
Ele encolheu os ombros, mostrando indiferença.
- De qualquer forma, não foi uma grande perda.
- Para você - acrescenta ela. - Sua namorada ainda está aqui.
- Está mesmo - disse, fitando-a cautelosamente.
- Claro, ela é sua convidada. - Ele parou em frente a ela.
- Você quer mesmo um homem que tem medo de mim?
- Não - ela admitiu. - Eu gostaria de um homem que acabasse com você.
Ele deu um sorriso maldoso.
- Já teve sorte?
Ela olhou para o outro lado, lembrando-se de Jack Harris e vários outros.
- Por que você não foi com eles? Vivian pareceu ter gostado de Larry ontem à noite.
- Nossos gostos são diferentes.
Anahi olhava para as almofadas verdes, nervosa.
- Por que não deixou que ele ficasse? - perguntou, amarga. - Ele não estava perturbando você.
- Não estava? - Ele jogou o cigarro no chão de pedra. - Aquele idiota deixou você dirigir debaixo de um dilúvio! Eu deveria ter quebrado as pernas dele!
- O carro era meu, ele não ia pedir para dirigir.
- Eu pediria - respondeu - Eu teria feito isso. Se estivesse lá, você nem teria saído de Charleston.
Não conseguiu conter um pequeno sorriso. Foi exatamente o que havia pensado enquanto voltava para casa.
- Durante um momento, desejei que você estivesse lá.
Ele não respondeu e, quando ela levantou os olhos, viu que seu rosto estava sério.
- Não devia ter se preocupado - acrescentou, quando percebeu uma nova tensão entre eles. - Foi você que me ensinou a dirigir, lembra?
- Só consigo lembrar que estava correndo perigo com um idiota, um rapaz que não sabe tomar conta de você. Se algo tivesse acontecido, eu mataria aquele garoto.
Ele não levantou a voz, mas suas palavras criaram um impacto maior do que se tivesse gritado.
- Que comentário violento - riu, nervosa.
Ele não sorriu, somente a encarou com tanta intensidade que parecia pegar fogo.
- Sempre fui violento com tudo que diz respeito a você. Só agora está percebendo? - Ela o fitou com serenidade, paralisada por suas palavras, pela emoção que transmitiram. Estava boquiaberta, com os olhos curiosos. Poncho colocou a mão por trás de Anahi, em seus ombros, e olhou para sua boca delicada, aproximando-se dela. Estava tão perto que ela podia sentir a fragrância do seu perfume masculino e o calor de seu corpo.
Poncho sussurrou, falando sem palavras, sem pensamentos, desejando-o.
Ele abaixou o rosto e encostou sua boca na dela, uma sensação deliciosa que acelerou seus batimentos, sua respiração. Ele recuou, e ela, com um dedo trêmulo, explorou seu lábio, grosso e sensual. A emoção tomou conta dos dois, imersos no silêncio quebrado apenas pelo barulho da brisa e o canto de um pássaro distante. Ele moveu os lábios na direção do dedo de Anahi e ela sentiu a ponta de sua língua tocá-la com delicadeza. Olhou diretamente para ele e percebeu que estava excitado.
Ele olhou para seu rosto jovem e ruborizado. - Levante-se, Anahi - disse, por fim. - Quero sentir o seu corpo contra o meu.
Ela o obedeceu sem pensar e o deixou apertá-la com tanta força que podia sentir suas coxas contra a dele, os músculos de seu peito pareciam uma parede pressionando seus delicados seios.
Seu polegar tocou a boca de Anahi, como se precisasse estudá-la para memorizá-la.
- Você está com medo? - perguntou, com a voz áspera.
Fez que não com a cabeça, e viu nos olhos dele a vontade que havia em seus próprios.
- Da última vez...
- Não vai ser como da última vez - sussurrou. - Any...! - Sua boca se abriu com vontade quando seus lábios se encontraram.
Ela colocou os braços em volta do pescoço de Poncho, enquanto o beijava com fervura, mostrando que poderia ser tudo o que ele quisesse que fosse.
Sua mão brincava com os cabelos na nuca de Anahi e ele a beijava, a explorava com tanta intimidade que a fazia tremer. Maravilhada, ela sentia a mão dele em suas costas, entrando por debaixo de sua blusa para sentir sua pele macia.
- Está sem sutiã? - sussurrou contra sua boca, fazendo com que ela pudesse sentir o sorriso que se formou em seus lábios.
Ela ruborizou diante de uma pergunta tão íntima e segurou os pulsos dele quando tentou se aproximar de seus seios.
- Poncho... - protestou.
Ele riu e colocou as mãos em sua cintura, por cima da roupa.
- Você disse que não tinha medo - relembrou-a. Ela baixou os olhos, fitando seu peito largo.
- Você tem que caçoar de mim? - perguntou. - Sabe que não sou sofisticada.
- Isso é obvio - riu. - Se fosse, saberia que não deve se esfregar em um homem enquanto é beijada, Acho que não conseguiria resistir nem dez anos atrás.
Ela levantou os olhos, perplexa. - Mas nos filmes...
- Pessoas de plástico, situações armadas; isso é real, Anahi. - Ele pegou a mão dela e
colocou-a em seu peito, em contato com sua pele quente. Ela sentiu seu coração bater. - Você está sentindo? Você faz meu coração disparar, Any.
Estava perdida em seus olhos castanhos e na gentileza de sua voz. Seus dedos percorriam sua pele, sentindo seu corpo musculoso, o que a fez lembrar claramente como ele estava com Jéssica, naquela noite, há muito tempo.
Ele pareceu ler seus pensamentos. De repente, segurou suas mãos e colocou-as em seu peito, elas tremiam ao tocar seus pêlos.
- Nunca toquei ninguém dessa maneira - sussurrou, surpresa com a vontade que invadia seu corpo, que a fazia tremer nos braços de Poncho. - Eu nunca senti vontade, até agora.
Ele beijou sua testa, ofegante, enquanto ela o acariciava.
Anahi fitou-o. - Poncho, eu... eu sinto...
Os dedos dele pressionaram seus lábios.
- Me beije - sussurrou. - Não pense, não fale, apenas me beije.
Seus lábios encontraram os dela de forma delicada, aumentando-lhe o desejo e arrancando um gemido de sua garganta.
Ela ficou na ponta dos pés para ajudá-lo. Sua boca abriu no momento em que os lábios dele encostaram nos dela e lhe deu um beijo intenso. Sentiu-o acariciando suas costas, indo em direção a suas costelas. Mas dessa vez ela não segurou seus pulsos.
Os polegares de Poncho sentiram a curva gentil de seus seios firmes e ela, instintivamente, se contraiu diante do toque desconhecido.
- Está tudo bem - sussurrou. - Não fuja de mim. - Anahi abriu os olhos, curiosa e um pouco assustada.
- E tudo... novo - sussurrou.
- Ser tocada? Ou ser tocada por mim?
- Os dois - admitiu.
Seus dedos subiram e ele olhou para ela enquanto, com delicadeza, acariciava seu mamilo, um pouco antes de suas mãos apertarem seus seios com movimentos circulares, gentis e sensuais.
- O que está achando, Any? - perguntou documente. - Está bom?
Ela cravou as unhas em seu peito involuntariamente, enquanto soltava gemidos gentis.
- Eu não devia deixar você... - sussurrou ela.
- Não, não devia - concordou, aproximando-se ainda mais. - Me peça para parar, Any sussurrou. - Diga que não está gostando.
- Não consigo - sussurrou ela. A boca de Poncho passeava por seus olhos, nariz, bochecha, enquanto aquelas mãos acariciavam sua pele causando-lhe arrepios selvagens.
Poncho a beijava sucessivamente, provocando-a.
- Meu Deus, você é tão doce - murmurou ele. - Delicada como um sussurro.
- Desde aquela noite em que o vi com Jéssica, imaginei...
- Eu sei. Vi isso nos seus olhos. Foi isso que me fez querer você, Any, porque eu também imaginei. Mas você era tão nova...
Ela respirou fundo e ergueu ainda mais seu corpo.
- Poncho...? gemeu.
- O que você quer? - perguntou, fitando-a com intensidade. - Pode me perguntar qualquer coisa, você sabe disso. O que foi, Any?
O corpo de Anahi doía com todo aquele desejo e ela não conseguia se expressar. Nunca havia sentido isso, nunca!
- Não sei como dizer - admitiu, ofegante. - Poncho, por favor...
Ele se curvou, erguendo-a em seus braços sem dizer uma palavra, carregou-a até onde estavam as almofadas e deitou-se ao lado dela com uma expressão que a chocou. Estava começando a ver Poncho como um amante, era uma sensação indescritível. Fitou-o com seus olhos verdes e corou.
- Não vou machucar você.
- Eu sei. - Ela passou os dedos gentilmente por sua boca. - Nunca beijei um homem deitada.
- Nunca? - sorriu ele, colocando-se em cima dela, encostando coxa com coxa, peito com peito. Ele se curvou e passou o dedo pelo rosto dela. - Estou muito pesado, Any?
Ela ficou vermelha com a pergunta, mas não desviou o olhar.
- Não. - Ele a beijou.
Levante a blusa sussurrou.
- Poncho...
Ele beijou os olhos dela.
- Você quer isso tanto quanto eu. Levante-a, Any... E me ajude a levantar a minha.
Ela o fitou, tremendo. Ela o queria com muita intensidade, mas ele estava sugerindo uma intimidade que nunca havia experimentado antes e, depois que isso acontecesse, não teria volta.
- Quero dizer, eu... eu nunca - ela gaguejou.
- Você quer sentir meu corpo contra o seu, Any? - sussurrou, sensual. - Sem nada entre nós? - Ela hesitou e fechou os olhos.
- Quero - gemeu. Até sua voz tremia. - Quero, Poncho, quero sim!
- Então, me ajude.
Com as mãos trêmulas, ela levantou a camisa amarela e relaxou sobre seu peito. Os dedos dela provavam o contato sensual de sua pele e seu coração disparou. A sua boca sentia a dela e, gentilmente, seus dedos acariciavam seu rosto.
- Agora a sua, meu amor - murmurou docemente.
- Não precisa ter medo. Não vou machucar você. Não vou forçar. Agora, Any...
Ela olhou dentro daqueles olhos escuros enquanto tirava a blusa, com um imenso prazer de sentir seus seios contra ele. Sentir o corpo dele contra o seu tinha um efeito mágico.
- Meu Deus, não está delicioso? - sussurrou, movendo o corpo devagar, sensual.
Os dedos de Anahi hesitaram, tocando-o bem devagar, sentindo-o. Seus olhos se arregalaram e tanta intimidade acelerou seus batimentos, deixando-a ofegante.
- Você é tão quente.
- Está tudo bem - disse, acalmando-a. Passou as mãos pelo cabelo dela, analisando-a. - Agora consigo senti-la você por completo e você pode me sentir. Não podemos esconder nada um do outro quando nos tocamos assim, podemos? Sabe o quanto eu a desejo, não?
O prazer a dominou, e Anahi sentiu que suas emoções e sensações estavam despertando, esperando apenas por um momento de catarse como esse.
Tocou no rosto de Poncho, sua boca, seu nariz arrogante, suas sobrancelhas e, quando respirou fundo, sentiu ainda mais o calor e o peso do peito dele contra sua pele nua e sensível.
O peso dele pressionava seu corpo contra as almofadas macias e seus braços o envolviam, trazendo-o mais para perto. Ele se curvou para beijá-la.
A língua dele passeava naquela boca, atormentando-a, enquanto suas mãos deslizavam por baixo das coxas, erguendo seu corpo contra o dele com muita pressão, para que tivesse consciência de quanto ele a queria.
Ela se mexia incansavelmente sob seu corpo, e um gemido alto escapou de sua garganta enquanto ele a beijava. Um arrepio correu todo o seu corpo.
- Não faça isso - sussurrou ele. - Não sou mais tão jovem, mas posso perder a cabeça com muita facilidade.
Ela o observava, fascinada.
- Gosto de me sentir assim com você - admitiu.
- Meu Deus, como é bom. Me beije, querida!
Seu entusiasmo ardente parecia pegar fogo. Ela parou de tentar entender e se entregou.
Ele a beijava com uma vontade gloriosa, produzindo um calor que parecia queimar dentro dela, em qualquer lugar que fosse tocada. Não queria que o beijo terminasse nunca. Queria passar o resto de sua vida nos braços dele, fazendo amor com ele! Amando-o!
Ele segurou os pulsos de Anahi de repente e recuou. Olhou para ela como se houvesse perdido a cabeça temporariamente e tivesse acabado de perceber o que estava fazendo. Balançou a cabeça como se quisesse voltar à realidade. Com um movimento brusco, levantou-se, colocou a camisa, de costas para ela, que estava envergonhada, segurando sua blusa. Ela encarava suas costas, incrédula. Havia esquecido o que tinha acontecido há uma hora, esquecido a raiva e a frustração que havia sentido. Diante do entusiasmo de Poncho, até esqueceu-se de Vivian. Como pôde deixar que ele...!
Ele se virou e viu que ela estava chocada. Algo endureceu suas feições. Ele deu um sorriso cínico.
- Agora me conte, senhora Donavan - disse com uma voz que partiu seu coração.
Ela passou a língua pelos lábios inchados, sentindo o gosto da boca de Poncho, com os olhos vulneráveis, machucada.
- Foi por isso? - perguntou ao se levantar.
Ele colocou as mãos no bolso. Estava mais sério do que nunca.
- Ou foi... porque não quer me ver com outro homem?
- Tenho tudo o que preciso, Any. Não criei você para levá-la para a cama assim que se tornasse maior de idade.
- Mas, agora mesmo... - começou, hesitante.
- Eu quero você - admitiu ele. - Há muito tempo. Mas só porque perdi minha cabeça não significa que quero tomar uma atitude quanto a isso.
Claro que não, como poderia. Ia se casar com Vivian.
- Não se preocupe - disse, amarga, afastando-se dele. - Não vou fazer nenhuma suposição dessa vez.
- O quê?
- Foi o que você disse a Vivian, não foi? Que tinha medo que eu fizesse suposições sobre o que aconteceu na outra noite? Não sou criança, Poncho. Sei que os homens sentem atração por mulheres que não amam.
- O que quer dizer com isso? questionou, ardente,
- Vivian me disse, ontem, o quanto você se arrependeu.
A expressão de seu rosto a deixou confusa.
- Ela disse isso?
- Não, acabei de inventar!
- Any!
- Não me chame assim! - Fitou-o com os olhos cheios de lágrimas, sem perceber o repentino brilho de seus olhos. - Odeio você! Vou arrumar um emprego e um apartamento e você pode ficar com Vivian e fazer amor com ela! Não quero que me toque nunca mais, Poncho!
- Você vai querer, sim - disse em um tom estranho. Ela correu em direção à casa, trancou a porta do quarto e se jogou na cama, chorando desesperadamente. Amava Poncho. Não como sempre havia amado, como seu tutor, mas de uma forma diferente, como um homem. Mal podia acreditar que isso havia acontecido, e não queria admitir, nem para si mesma. Amava Poncho. E ele ia se casar com Vivian.
Fechou os olhos com muita dor. Vivian, morando lá, amando Poncho, tocando-o, beijando-o...
Ela gemeu angustiada. Teria que arrumar um emprego. Não havia outra maneira.
Sentou-se, secando as lágrimas. Era a primeira coisa que faria na manhã seguinte, com Poncho ou sem ele. Não podia continuar vivendo sob o mesmo teto que Poncho e sua esposa!

Manha de outono AyA - ADP (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora