Don't Let Me Fall

Férias I

Lucinda quase não percebeu quando chegou em casa e se deitou na cama na noite anterior.

Do sonho que tivera sobraram apenas estranhos resquícios. Pedaços bagunçados e desconexos de memória sem nenhum sentido. Asas, sombras, fogo e calor. E aquele olhar... Aquele olhar violeta de tirar o fôlego. 

Ela houvera apenas aberto os olhos e então escutou uma respiração ofegante. Sua respiração.

Ela permaneceu deitada sem fazer ideia de a quanto tempo estava acordada. Então ela sentiu a água escorrer em seu rosto. Seu suor.

Lucinda conseguiu sentar na cama - apesar de sentir-se tonta. Então o despertador tocou e após algumas piscadas ela finalmente despertou de seu devaneio e tomou conta de seu estado de alerta.

Ao levantar os olhos e olhar para conto da parede ela viu às três malas que houvera arrumado na manhã anterior antes de começar a se preparar para o baile.

Em todos os verões, desde que fizera quatorze anos, seus pais a deixavam passar as férias em algum acampamento de verão de sua escolha. O primeiro foi com escoteiros, onde ela respirou o ar fresco da floresta. O segundos um acampamento de música onde passara toda a estação estudando violino. E desde então a cada acampamento Lucinda se dedicava a aprender algo novo.

Este ano, devido ao convite de sua avó paterna, ela passaria os dias de verão em sua casa para aproveitar as festividades do aniversário de 200 anos da cidade. A vovó Prince havia ligado na manhã anterior demonstrando entusiasmo após a confirmação de sua ida.

Lucinda se apressou a tomar banho e a se vestir com a roupa que havia separado para viagem.

Bem na hora em que a garota abriu a porta de seu quarto seu pai estava com a não erguida para bater na mesma.

- Ora, achei que iria ter que te derrubar da cama após a festa de ontem.

Lucinda sorri e seu pai a ajuda a carregar as matas para o andar inferior de sua casa e ambos seguem até a cozinha.

- Bom dia, querida.

- Bom dia, mamãe.

Responde Lucinda se sentando para o café.

- Querida, eu e seu pai...

Ela para.

- O que houve?

Indaga Lucinda

- Querida é que ontem a noite nós ouvimos um barulho vindo de seu quarto. O barulho da sua cama.

Conta seu pai.

- Acham que os pesadelos voltaram?

- Filha, se você não está bem é melhor cancelar a viagem e procuramos o médico outra vez.

- Não, mãe. Eu estou bem. A vovó ficaria desapontada.

- Veja bem filha - prosseguiu o pai de Lucinda - Nós sabemos o quanto você se esforçou para superar seus problemas, mas queremos que saiba que se você está mal outra vez... Querida, não tenha vergonha. Eu e sua mãe estamos aqui para o que precisar.