Despedidas

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Ao recobrar a consciência, Clarissa estava em casa sendo cuidada por sua mãe, essa olhou para ela com jeito um tanto rude e disse:

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Ao recobrar a consciência, Clarissa estava em casa sendo cuidada por sua mãe, essa olhou para ela com jeito um tanto rude e disse:

- Ele está morto. Os pais dele também, você tem que aceitar assim será melhor, sofrerá agora mais irá passar. Não estava mesmo gostando da ideia daquele pé rapado vir morar conosco. O que precisa fazer é trabalhar para ajudar sua mãe que nunca lhe abandonou e esquecer os outros.

Ela não suportou ouvir as palavras da mãe, chorava copiosamente, saiu da cama com pressa e aos prantos correu até chegar no final do quintal delas voltando se entregar ao choro. Chorou muito tempo ali sozinha, até que ela lembrou que Mandy não terá casa, nem pais e nem irmãos. Decidiu olhar para o céu e pedir ajuda a Deus:

- Senhor, foi permissão Sua que eles morressem pois nada acontece sem que o Senhor permita. Mas nos ensine viver com essa dor. Cuide de minha amiga, eu perdi meu noivo mais ela perdeu tudo que tinha. Não a desampares Pai, sei que ela não é de ir à igreja, porém eu lhe peço ajude-a vire o destino dela, fazendo com que ela possa encontrar paz e amor. Eu confio em Ti e somente em TI.

Após ficar ali mais um tempo ela decide ir procurar a amiga e ver se estar precisando de algo. Ao entrar em casa depara-se com a mãe mais uma vez.

- Acha que correr, se desesperar, se descabelar vai ajudar? - Diz a mãe um pouco fria.

- Não fui me descabelar mamãe, fui buscar ajuda em quem pode me ajudar. - Diz ela colocando comida num prato.

- Acha que Deus vai trazer ele de volta? Você as vezes é uma boba religiosa.

- Não quero conversar, se puder respeite meu luto. - Falou continuando a comer.

A madrugada foi longa para Clarissa, o pastor passara já um pouco tarde avisando que Mandy estava na dona Maria e que o sepultamento seria de manhã, pois não sobrou muita coisa dos três. Oraram juntos e ele se foi.

Ao acordar ela sentia seu corpo mole, como se tivesse trabalhado no roçado se parar por dias. Não tinha apetite, não queria se arrumar, mais teria que sair. Pegou um de seus vestidos, sapatos e uma bolsa para levar a amiga, por sorte elas vestiam quase igual. Se obrigou a se arrumar e saiu levando a bagagem que doaria para Mandy. Ao passar no escritório do pai lembrou que ela havia deixado ali o presente que o pai lhe dera, um diário, resolveu pegar e levar.

- Bom dia dona Maria, estou entrando. - Disse ao se aproximar da porta.

- Bom dia Clarissa, Mandy está lá em cima. Não dormimos nada essa noite e você?

- Foi difícil, principalmente com mamãe soltando das dela.

- Oh minha filha, sinto muito. - a boa senhora falou e indicou o caminho do quarto para que ela subisse.

Ao chegar no quarto ela encontrou a amiga muito triste deitada na cama sem forças.

- Mandy? - perguntou ainda da porta com receio de entrar.

- Clá!!!! O que vai ser de mim? Não quero ficar só, não queria que isso tivesse acontecido. Eu deveria ter vindo direto para casa. – Choraram juntas.

- Amiga, eu sinto muito, eu também estou sofrendo mais não podemos perder o ânimo. A partir de hoje vamos viver para fazer tudo que eles queriam que fizéssemos. Ontem eu orei por nós duas e sei que deus vai mudar o quadro. Ele vai lhe ajudar e nos direcionar.

Nessa hora dona Maria entra no quarto dizendo que o policial avisou que localizaram uma tia da mãe de Mandy, e que essa aceitaria que Mandy fosse morar lá até completar vinte e um anos.

- Não quero partir dona Maria.

- Não queremos que vá menina, mais não podemos ficar com você aqui sem atingir a maior idade. Vá e quando chegar a idade sei que voltará.

- Não dona Maria. Eu creio que Deus vai mudar o destino de Mandy. - Disse Clarissa ainda chorando.

Ela mostrou a amiga as roupas que levou, ajudou ela se arrumar e foram para o cemitério. Lá todos que foram abraçavam as duas e diziam que sentiam muito. Ninguém sentiria mais que elas, mas era bom ter os vizinhos ali. Clarissa ainda olhou em volta e não viu a mãe, percebeu que não poderia contar com ela nesse momento de luto.

- Senhor eu entrego o coração ferido de minha mãe a Ti. Se puder mude o meu caminho de dor para alegria.

Após o enterro ela foi deixar Mandy na estação ferroviária pois a amiga teria que seguir para a casa de uma tia.

- Mandy, confie em Deus ele vai mudar o quadro de nossas vidas e creio que nos juntaremos em breve. Lembre de anotar tudo no diário que lhe dei, assim poderemos ficar mais perto.

As despedidas nesse dia eram muitas, ela perdeu o seu futuro esposo e teria que se separar de sua melhor amiga. De agora em diante iria conviver unicamente com as amarguras de sua mãe.

Assim que o trem partiu, ela enxugou as lágrimas e foi até a casa em que seu amado morava, sentou numa pedra olhando o que sobrou dali e chorou.

Assim que o trem partiu, ela enxugou as lágrimas e foi até a casa em que seu amado morava, sentou numa pedra olhando o que sobrou dali e chorou

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