Livro 2
Clarissa encontrava-se perdida sem chão do dia para noite perdeu o noivo e a melhor amiga. Não sabia como agir, até que uma virada no destino da amiga fez com que ela encontrasse o seu próprio caminho.
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Dias se passaram em que toda vez que ela combinava com alguém para sair a noite, ela adormecia e não ia. Nunca se passou pela cabeça dela que fosse a mãe lhe dopando de remédio para que ela não saísse.
Certo dia, sua mãe adoece da coluna ficando quase de cama e Clarissa para não atrasar as contas da casa assume as tarefas da mãe de faxineira do grupo escolar e as dela na casa. Ela colocava a culpa de ter faltado tantos dias de culto e reunião do ministério de evangelização ao extremo cansaço. Ao mesmo tempo ela agradecia a Deus ter saúde para suprir as despesas da casa com a mãe doente. Outra coisa boa aconteceu, o visitante que o pastor falara não compareceu no sábado ficando assim para o outro mês.
No dia que estava combinado em Clarissa ir no sábado de manhã a igreja para receber o ensinamento do amigo do pastor que vinha de longe, a sua mãe teve uma piora e lhe disse que tinha combinado de ir lavar a mercearia do senhor João que morava só e não podia lavar.
- Sim mamãe, eu irei no seu lugar sem problemas, meu compromisso pode esperar.
- Se quiser arrume a charrete e vá nela para não se cansar filha.
- Não mãe eu gosto de galopar um pouco, sentir o vento no rosto é como se Deus estivesse ali comigo.
- Que seja, vá e venha logo.
No caminho ela resolveu cantar um hino e no lugar de galopar, ela passeava lentamente com Jurema a sua égua preferida.
"Eu quero trabalhar pra meu Senhor,
Levando a Palavra com amor; Quero eu cantar e orar, E ocupado quero estar, Sim, na vinha do Senhor.
Trabalhai e orai.
Na seara e na vinha do Senhor; Meu desejo é orar, E ocupado quero estar Sim, na vinha do Senhor.
Eu quero, cada dia, trabalhar; Escravos do pecado libertar; Conduzi-los a Jesus, Nosso guia, nossa luz, Sim, na vinha do Senhor.
Eu quero ser obreiro de valor, Confiando no poder do Salvador; Se quiseres trabalhar, Acharás também lugar, Sim, na vinha do Senhor."
Estava ela ali calmamente louvando quando ouve uma voz e a pessoa em um lindo cavalo lhe fala:
- Esse louvor é um dos meus preferidos! - Diz o moço.
- O senhor me assustou! - Fala ela parando a égua.
- Bonita égua! Meu nome é Philipe Tompson, me perdoe ter lhe assustado não era minha intenção. Mas sua voz me atraiu.
- Sou Clarissa Lacerda, tudo bem eu realmente vinha distraída.
- Pode me dar uma informação?
- Sim com prazer.
- Estou procurando a mercearia, preciso comprar algo para me alimentar, e disseram que só lá encontramos lanches.
- Estou indo para lá. Me acompanhe.
- Será um prazer... vamos louvando?
- Com toda certeza. Comece.
O rapaz começou louvar:
" Plena paz e santo gozo
Tenho em ti, ó meu Jesus! Pois eu cri em Tua morte sobre a cruz No Senhor só confiando Neste mundo viverei Entoando aleluias ao meu Rei!
Oh! Glória ao meu Jesus! Pois é digno de louvor
É meu Rei, meu bom Pastor
E meu Senhor Como os anjos, que O louvam
Eu também O louvarei Entoando aleluias ao meu Rei!
O amor de Jesus Cristo É mui grande para mim Pois Sua graça me encheu de amor sem fim Meu Jesus foi para a glória Mas um dia eu O verei Entoando aleluias ao meu Rei!
Este mundo não deseja Tão bondoso Salvador Não sabendo agradecer Seu grande amor Eu, porém, estou gozando Do favor da Sua lei Entoando aleluias ao meu Rei!
Quando o povo israelita Com Jesus se consertar Dando glória ao Seu nome, sem cessar Nesse tempo, céu e terra Hão de ser a mesma grei Entoando aleluias ao meu Rei!"
- Nossa como é bom louvar! - Diz ele ao terminar o hino.
- Desculpa a pergunta, mas o senhor parece ser nobre e gosta de louvar. É evangélico?
- Não sou nobre senhorita, nobre aqui é o Senhor. Lembra de Davi? Rei e cheio de toda fortuna e dizia: "Eu sou pobre e necessitado". Assim sou eu. Um carente de Deus.
- Verdade, quando pensamos que somos alguma coisa Ele nos mostra que somos pó. Chegamos. - Ela desce e amarra a égua o esperando fazer o mesmo e juntos entram na mercearia.
Eles se despediram mais o que Clarissa não sabia era que muito em breve voltaria a ver o rapaz novamente. Ela até o achou bonito mais não passou disso pois o coração dela ainda estava triste e sentindo falta do noivo. Rapidamente começou a limpar a mercearia esqueceu-se de que seu acompanhante estava numa das mesas da varanda lanchando.
- Sr. João. - Chamou o rapaz.
- Diga senhor.
- Quem é a jovem que se chama Clarissa e entrou aí?
- Ela é filha de um amigo meu, seu pai faleceu ela ainda pequena e ela vive com a ranzinza da mãe. A mãe quem limpa aqui todo sábado, porém, está enferma e manda Clarissa para limpar no seu lugar. Eu na verdade prefiro a menina, só aguento a rabugenta da mãe dela por ela.
- Me lembre de não conhecer a mãe dela. (risos)
- Clarissa ficou viúva esses dias. - Comenta o dono da mercearia indo limpar outra mesa.
- Viúva!???? - Se surpreende o jovem.
- Sim o noivo dela faleceu numa explosão que houve em sua residência. Foi uma lástima uma família tão boa e morreram queimados.
- Então quer dizer que ela era noiva e não casada?
- Sim meu rapaz, tenho certeza que quando passar o luto ela estará pronta para amar de novo. - Disse e piscou para o rapaz, que quase se engasga com o gole de café que tinha tomado.
- Sr. João eu apenas pedi que me indicasse o caminho, não estou interessado nela, quer dizer não havia pensado em... deixe pra lá homem. O senhor agora me enrolou a língua.
- Meu jovem ela é muito bonita e vai precisar de uma pessoa boa, só precisará de tempo. De tempo ao tempo e se for de Deus quem sabe.
Nossa Clarissa lá dentro nem imaginava que o Sr João lhe oferecia para o jovem ali. Ela cantarolava o hino que veio cantando com ele muito entretida no serviço.
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