Capítulo 8

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A noite passada havia sido estranha para mim, aquela chuvarada toda, aqueles relâmpagos com suas luzes bruscas e assustadoras, aqueles trovões e seus ensurdecedores barulhos de descargas elétricas para aterrorizar meus tímpanos e a terrível sensação de estar sendo observada por alguém das árvores, apavoradamente meu eu covarde estava extremamente necessitada de alguma presença, seja lá quem seria só precisava de um ser de alma ao meu lado, o que por talvez tenha sido ironia do destino Bill salva meu desespero interior da noite medrosa de ontem, me deixando dormir consigo o que por algum motivo me sentia segura, protegida em estar ao seu lado.

Devagar desperto da noite estranhamente estranha do temporal estranho, sento na cama deixando a coberta que estava me cobrindo deslizar pelos meus braços, levo minhas mãos aos lábios  ao bocejar, em meio ao bocejo vejo Bill sentado despojado em uma cadeira; uma calça de pijama cinza de algodão que caiu muito bem, a mesma camisa da qual o havia acordado, no entanto do jeito que estava sentado a camisa aparentava está mais larga em seu corpo. 
Suas bilhas azuis estavam fixos nos meus, expressão séria como de costume, seus olhos me observo de uma maneira que me deixa sem jeito, esfregando meus braços na tentativa de tirar a tensão que se tornou enquanto seus olhos estavam nos meus.

__ Dormiu bem? __ seu timbre sai sereno em meio a expressão séria dele.

__ Ah... sim, obrigada por ter me deixado dormir aqui. __  vejo erguer uma sobrancelha indicando um " tanto faz!". __ Espero não ter o incomodado... sua cama é bem confortável. __ digo por final dando uns pulinhos na cama ainda sentada.
Bill acaba deixando avista um discreto sorriso no canto dos seus lábios ao ter ouvido meu elogio a cama.

__ É melhor você tomar um banho e um café, Scott e a Angélica te viram aqui e bom...

__ Eles acharam que fizemos algo? __ pausei ao deduzir. __ Scott deve estar me odiando agora.

__ Eu não diria odiando. __ Bill levanta se aproximando da porta. __ Scott tira conclusões precipitadas, e é difícil fazê-lo mudar de ideia. Somos diferentes, eu penso nos dois lados em duas hipóteses da situação, mas ele não, Scott já afirma aquilo que seus olhos vê. __ pôs suas mãos no bolso da calça enquanto dizia. __ Sugiro você pelo menos tentar falar com ele. E se conseguir fazê-lo mudar de ideia... __ dá de ombro antes de abrir a porta.

__ Mas é a Angélica?

__ Já resolvi. __ diz saindo mas volta. __ Só para deixar claro, é meu quarto, e você tem quinze segundos para sair daqui. __ diz ríspido.

__ Tá me expulsando?

__ Sim. __ pausa usando sua ironia.  __ É meu quarto. E quero você fora dele. __ diz com o timbre firme me fazendo levantar e apanhar meu travesseiro seguindo para fora do quarto, passando pelo Bill vejo-o  trincar seu maxilar enquanto me ver passar.

Acabo da sair do meu banho, ao trocar do roupa decido então sair para o jardim, a procura do Scott e sua temível expressão séria que talvez estaria em seu rosto.
O avisto sentado na sombra de uma árvore ao longe, de pernas cruzadas seus olhos olhavam o vazio onde se encontrava possivelmente perdido em seus pensamentos.   Com um possível medo do que possa dizer do que havia visto, puxo um leve suspiro na tentativa de amenizar meu desespero com antecipação. Me sento ao seu lado, mas precisamente na sua frente, seus olhos me encontram me fazendo precionar meus lábios.  Engulo em seco limpando minha garganta das possíveis palavras que surgiram.

__ Oi? __ digo esboçando um sorriso que logo some na intensão fracassada de começar um assunto.

__ Oi. __ responde sem animação,  desvia seus olhos  dos meus para a grama. __ Por que você não me procurou ontem a noite? __ indaga sem me olhar, trinca seu maxilar talvez para disfarçar sua "tensão".

A última Bruxa.Onde histórias criam vida. Descubra agora