4. Broken Home

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— Eu não vou ser a porra do Romeu — meus dedos amassam o pequeno papel que me entregaram mais cedo com minhas falas que nem tive vontade de vê-las. Kyle ergue uma de suas sobrancelhas e fecha seu armário, segurando alguns livros consigo.

— Oh, vai sim. — seus lábios formam um sorriso. Ele deve achar que tudo em relação a mim é uma piada. —Tive o prazer de colocar você com o papel principal. E por favor, Romeu, não estrague isso.

Minhas mãos se apertam e formam punhos, que tento manter todo meu auto controle para não lança-los na cara do idiota a minha frente.

Ele ajeita seus óculos, e olha seu relógio.

— Me coloque como Teobalto, ou Mercúrio, ou qualquer outra coisa. — imploro a ele, que parece alargar o sorriso e torna a andar. Uma de suas mãos vão para o bolso de seu moletom azul, e a outra aperta mais firmimente seus livros contra seu peito.

A essa altura, os nós de meus dedos estão completamente brancos.

— E que graça teria?

— Já entendi. — digo acompanhando-o em passos rápido, e usando a voz mais calma que posso, é claro, sem sucesso. — É vingança sobre o que aconteceu? Ainda está com raiva de mim, Andrews?

Kyle dá uma rápida parada e me olha com suas sobrancelhas franzidas, antes de voltar a andar como se minhas palavras não tivesse significado completamente nada.

Um.

Dois.

Três segundos se passam antes que sua boca profira alguma palavra.

— Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.

— O quê? — digo, mas ele já entrou para sua sala e tudo o que eu faço é ficar com cara de idiota olhando para a porta fechada perto de meu rosto.

Tudo bem, Aaron, é só a merda de um papel. A merda do papel principal.

Tento manter esse pensamento enquanto meu punho se choca com o armário mais próximo.

Meu celular vibra em algum lugar do meu bolso e eu rapidamente o tateio.
E o atendo sem nem mesmo ver quem é antes.

— E aí? — a voz de Sophie irrompe do pequeno aparelho. — Qual o papel que conseguiu?

Suas voz parece quase um sussurro, como se estivesse usando o celular na sala de aula, torcendo para a professora não a pegar.

— Romeu. — digo com minha voz tediosa e ela dá gritinhos alegres.

— Ai meu Deus! Isso é tão bom, é o sonho de qualquer pessoa conseguir o papel principal. — como não há resposta da minha parte, ela continua: — Ah, já entendi, você não quer esse papel — sua voz volta a ser um sussurro.

— Aquele babaca do Andrews fez questão de me colocar como Romeu. Quero quebrar a cara dele no poste mais próximo.

Ouço a risada de Sophie e isso parece me renovar. Estamos finalmente bem, e ouvir sua risada depois de tudo é como um alívio que me deixa mais leve.

— E quem vai ser a Julieta? — tento detectar alguma pontada de ciúmes em sua voz. Mas ela parece não ter. E constato que está apenas está curiosa.

— Acho que Brianna ou Jenny. Não há muitas garotas no teatro quanto eu pensava que teria.

— Boa sorte, Aaron! — consigo ouvir um barulho alto, e logo a chamada é desligada. Claramente deixou o celular cair.

Minha mente parece coberta de névoa densa enquanto ando pelo corredor vazio em direção ao vestiário, mesmo que o treino seja apenas daqui a uma hora.

Don't Say My Name - (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora