Minhas mãos estão trêmulas e soam de uma forma absurda, um frio sobe por meus pés e parece se alojar em meu estômago me fazendo querer vomitar.
Kyle ergue uma de suas sobrancelhas enquanto espera que eu diga algo.
— Pode reler sua fala James? — ele pede, pacientemente sem me olhar. O garoto ao meu lado assente e cola os olhos no papel em suas mãos.
— Boa manhã meu primo! — ele interpreta de uma forma que eu penso que sou realmente seu primo.
Engulo em seco enquanto tento ler o papel tremulante em minhas mãos.
Merda, todos estão me olhando.
— Ai de mim! A-as horas...
— Tudo bem, pare. — Kyle ergue uma de suas mãos enquanto se aproxima de mim em passos lentos.
Seus óculos estão no topo de sua cabeça, e suas mãos escondidas no bolso de seus jeans. As botas ecoando no chão de madeira abaixo de nossos pés.
— Evans, querido. Você tem que interpretar o personagem e não apenas ler. — ele diz e seu olhar parece quase como carinhoso.
Puta merda.
Estou tão nervoso que sinto que posso me desfazer feito areia. Quero correr o mais rápido que posso do auditório, mas sei que se o fizer estou fora do time, e essa ideia é a única que não posso suportar nem em um milhão de anos.
Não digo absolutamente nada por longos segundos e Kyle atende isso como uma deixa para dispensar todos, e me sinto verdadeiramente aliviado e grato.
Ele parece querer dizer algo, mas ando em passos rápido até a saída e o escuto proferir meu nome, mas não paro.
Corro até o banheiro e imagino que vou vomitar. Minhas mãos seguram o mármore a minha frente e meus olhos se encontram com os do reflexo do espelho. A ansiedade se instala em minhas veias, e por um segundo não sei o motivo exato.
Já fiz apresentações antes, e nunca me senti dessa forma.
O azul dos meus olhos parecem um tanto apagado, e as olheiras debaixo deles é perceptível.
E por um segundo penso que é por conta de meus pais, seria o único motivo por eu estar assim. A ideia de tê-los na mesma cidade que eu é completamente sufocante.
Olho para porta no exato momento em que ela se abre revelando um garoto de cabelo brancos e um olhar quase como preocupado.
— Oi. — sua voz está calma, e ele se aproxima em passos cautelosos até mim. Da proximidade que estamos, noto que seus olhos são de um tom diferente dos meus, eles não parecem apagados e sim vivos, como se estivessem felizes todo o tempo.
— Oi. — digo, e não me atrevo a olhá-lo. Minhas mãos se apertam ao redor do mármore e penso que vai se quebrar.
— Eu queria dizer que...
Seu olhar se perde em meu rosto, e só assim noto sua cara de surpresa. Devo estar lamentável.
— Dizer que...?
— Oh, sim. — ele continua e apoia seus ombros na parede. — Tudo bem você ser péssimo, porque todos nós somos horríveis! — exclama e um sorriso aparece em seus lábios.
Se recomponha, idiota. — digo a mim mesmo milhões de vez antes de largar o mármore.
— Tanto faz. — minha voz soa despreocupada, mas sei que ele notou o quão angustiante realmente está.
Passo por ele, e abro a porta que dá para o corredor.
Não olho para trás um segundo.
— Finalmente te encontrei! — a voz de Sophie me desperta, e ela fica na ponta dos pés para dar um pequeno beijo em meus lábios.
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Don't Say My Name - (HIATUS)
Roman pour AdolescentsAaron Evans tem tudo o que um adolescente no ensino médio adoraria ter: uma namorada fantástica, o título de capitão do time de hóquei e pais ricos. Mas no entanto, a cada segundo que passa, ele começa a odiar mais a si mesmo, se colocando em situaç...