Capítulo 5

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Oh, yeah

When did the rain become a storm

When did the clouds begin to form

"Beautiful Goodbye – Maroon 5"

Belly

Mais um dia de trabalho começa, porém primeiro uma passadinha na Starbucks pegar meu chá de anis estrelado. Infelizmente meu café sagrado de todo dia não é mais possível, nem descafeinado. Meu serzinho simplesmente não aceita nem o cheiro, não compreende que a mamãe ama café. Só faço esse sacrifício porque já o amo mais que tudo neste mundo.

Entrar no elevador e já dar de cara com Carlos é a treva. Isso obrigada destino por já me mostrar que o dia será lindo! Só que não. Sou a rainha em disfarçar emoções quando se trata do meu trabalho, abro um sorriso blasé deixando claro sua insignificância em minha vida.

— Bom dia, Anabelly!

— Bom dia, Carlos!

— Mudando os hábitos? Não senti o cheiro de café_ diz indicando o copo em minha mão depois do meu olhar confuso ante a pergunta.

— A vida vive em mudança, porque não me tornar adepta a isso também. Não é mesmo?

— Bem pensado... Jurava que podia ser outro o motivo.

— E o que mais poderia ser, Carlos?_ levanto uma sobrancelha desafiadora. Oh andar que não chega, que inferno!

— Nada. Você é uma mulher inteligente demais para ser o que eu pensei, não seria tão ingênua para deixar isso acontecer tendo aquele como noivinho.

— Tenho que concordar com você sou muito inteligente por esse motivo estou com ele não com você.

E sou salva pelas portas do elevador que abrem antes que eu destile toda a raiva que me fez sentir. Se eu falo tudo perco meu emprego por justa causa, e não estou a fim de perder meus direitos. Passo pela mesa da Marcela como um tiro, o que já é sinal para ela me seguir, caso contrario pararia para dar bom dia. Entrando em minha sala desabo na cadeira, e ela se senta na cadeira a minha frente.

— Belly o que aconteceu? Tem haver com Carlos? Vi quando ele saiu do elevador cuspindo fogo como você.

_ Sempre tem haver com ele quando fico nervosa desse jeito no trabalho. Nem os autores estrelinhas me tiram tanto do serio como ele.

— Tentou algo de novo?

— Não, apenas sendo o babaca que eu não vi desde o começo. Insinuou que sou ingênua se engravidei do meu noivinho.

— Mas como ele?

— Só deduziu porque viu que não estou tomando café. Que ódio Mah! Se aquela porta não abre naquele exato momento perderia meu emprego, estava pra falar uma boas pra ele.

— Amiga na boa, não sei porque você ainda esta aqui. Recebeu uma ótima proposta para trabalhar como agente literária. Carlos já tentou te agarrar a força uma vez, continuar aqui é bobeira. Sei que ama essa editora, sempre foi seu sonho e tudo mais. Só que ele está com ego ferido demais e não vê como está errado nisso tudo. Vocês dois na mesma empresa não vai dar certo.

— Está certa, mas como disse isso aqui era meu sonho. Virar as costas é muito difícil!_ admito exasperada e cansada. E o dia nem começou direito.

— Virar as costas pra algo, as vezes é necessário. Não sabemos do futuro, entretanto ele pode ser bem maior do que o presente, basta se dar o primeiro passo. Pense nisso._ solta uma piscadela esperta como sempre. Marcela é uma maravilhosa com conselhos.

— Vou pensar, Mah! Agora deixa começar a trabalhar, antes que ele venha aqui me encher por fofocar no horário de expediente.

— Verdade, estarei na minha mesa se precisar....

O restante da manhã passa tranquilo, no almoço resolvo pedir para Elle mandar entregarem um sanduiche integral com suco orgânico que comeria na minha sala mesmo. Tudo para evitar um novo confronto com meu chefe querido. Em pensar que até meses atrás eu adorava conversar com ele, então tudo mudou no dia do lançamento do Sergio Muniz. Nunca nessa vidinha imaginaria que Carlos com todo aquele ar profissional impecável, tentaria me beijar contra vontade. É incrível que as pessoas que mais nos espalhamos, são as que mais nos surpreendem negativamente. Me espelhei nele para aprender tudo que sei sobre a profissão que amo, a faculdade não poderia me preparar para tudo que preciso fazer todos os dias em meu trabalho. Sei que hoje sou a profissional que sou, devido sua persistência em acreditar no meu potencial, porem não posso deixar de lado o que aconteceu.

Admitindo ou não, tenho consciência de que aquilo foi um assedio, eu deveria ter tomado as atitudes cabíveis. Mas como a maioria das mulheres que passam por isso no trabalho, na vida em si, deixei passar por ser uma pessoa próxima, meu chefe acima de suspeita. Que em alguma hipótese poderia alegar que eu dei abertura a ele, ou foi apenas medo mesmo devo admitir. Mas as palavras da minha amiga vêm agora cair como luva sobre mim, eu preciso pensar no futuro. Não é apenas eu, tenho meu serzinho para proteger.

Meu olhar segue para a gaveta na lateral da minha mesa, abro a gaveta encontrando o envelope com a proposta de Sergio. Ele queima em minha mão tamanha a tentação, resolvo leva-lo para casa e analisar com calma. Talvez peça ao André para analisar ele também, ver se realmente vale a pena. Sergio não quer apenas que eu o agencie, mas que abra uma agencia tendo ele como associo administrativo. Todo o trabalho ficará em minhas mãos.

Mas como disse minha amiga sabia, o futuro que me aguarda pode ser maior do que meu presente, basta eu dar o primeiro passo. E não foi assim que toda minha historia começou? Primeiro a mudança pro Rio, depois dar uma chance ao Luke. E todas elas me trouxeram felicidade que jamais pensei que teria. Pensando bem saltar alto, me arriscar, sempre me trouxe as melhores coisas, talvez essa seja apenas mais uma.

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E em comemoração ao dia mundial do rock hoje teremos duplicadinha de capítulo... 

nos falamos no próximo....

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