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Long Island, 7:18 AM

Dias entediantes e pacatos se tornavam cada vez mais comuns, o ensino médio já não era a coisa mais empolgante a se fazer, ainda mais quando não se tem muitos amigos, ou até mesmo quando as pessoas te olham com total desprezo e desaprovação sem ao menos ter a coragem de te dizer '' Bom dia Gustav''.

Fazia sempre o que tinha que ser feito, não vendo a hora de voltar para casa e me trancar em meu quarto para cantar minhas frustrações e fazer minha música, quando esse momento do dia chegava, nada mais importava, nada mais.

Ser um adolescente com depressão no ensino médio é uma piada sem graça.

Como de costume, mas não que alguém se importasse, estava atrasado.

Segundas-feiras não são muito a minha praia, o efeito das drogas do fim de semana ainda deixavam meu corpo mole e descoordenado, a confusão mental me faz perder um pouco dos sentidos, a boca seca e o calor iminente eram sintomas aos quais eu já estava mais do que acostumado, nada que não me deixasse viver minha vida normalmente.

Mais um dia tendo que passar por toda essa baboseira, estar fazendo o ensino médio para fazer música pode se dizer que seria a mesma coisa do que fazer química e estudar literatura, não que as duas não sejam um saco mas a linha de raciocínio segue a mesma quanto a situação em que eu me encontro agora, sentado em uma cadeira de sala de aula, chapado, não ouvindo uma palavra que o professor está falando, apenas aguardando o sinal para sair dessa merda, comer alguma coisa, fumar um cigarro e logo em seguida ir para casa, o meu lugar.

Long Island, high school 10:38 AM

Três aulas passaram voando, não sei se era porque eu realmente estava tão louco que perdi a noção do tempo, ou se alguma força divina resolveu acelerar o relógio para que eu pudesse finalmente colocar algo no estômago.

Sai correndo da sala direto para o refeitório, hoje a última coisa de que estava afim era ficar atrás daqueles babacas esperando para comprar algo enquanto reparam em mim comentando sobre minhas tatuagens e meu olhar longe causado pela abstinência, como se não fossem iguais ou piores, ou ao menos se sentiam melhores por sua quantidade de dinheiro.

Enquanto andava com passos largos a caminho do refeitório, esbarro em alguém.

-Qual é Gustav? Vai fingir que eu não existo até quando?

A não, tudo que eu menos precisava agora era Francine me enchendo o saco a essa hora da manhã.

- Francine, conseguiu o que queria, transamos, era só, agora porque não vai procurar outro para levantar a saia ?

- Você é patético, p a t é t i c o Peep, deve ser por isso que fica jogado pelos cantos, seu drogado de merda!

- Você não sabe o que está falando Francine! Cala a sua boca sua vadia imunda!

Quando vi já havia perdido a cabeça, estava prensando Francine contra a parede apertando seu pescoço, a esta altura a menina já estava perdendo a cor do rosto, a ouvi engasgar mas simplesmente não conseguia parar de aperta- la, só conseguia sentir a movimentação atrás de mim, pareciam pessoas correndo e gritando, meus olhos estavam fixos em Francine, eu estava pegando fogo vendo aquela garota implorar por liberdade.

Assim que volto a minha sanidade mental, a solto, meu Deus o que estou fazendo?

Me afasto da multidão, corro para fora das instalações da escola, minhas pernas estavam tremendo e minhas mãos estavam totalmente pálidas e brancas, assim que consegui me sentar sob a grama coloco as mãos nos bolsos procurando pelo vidro de calmantes.

Pelo menos quatro foram para dentro da minha boca, com o tempo vi que minhas pernas pararam de tremer, e minhas mãos estavam voltando a cor normal, mas um sono inevitável invadiu o meu ser por inteiro, acabei por deitar meu corpo inteiro na grama, e, como se tivessem dado uma pancada em minha cabeça com uma pedra, ali adormeci.

***

Não faço a mais remota ideia de quanto tempo dormi, apenas me lembro de ser acordado pela inspetora, a mesma me levou direto para a diretoria, até agora nenhuma novidade sob o sol.

Estava sentado do lado de fora da sala do diretor Alaric esperando pela suspensão, detenção, ou qualquer que seja o tipo de punição que iria ganhar dessa vez, até que sinto alguém parando ao lado do banco em que estava sentado.

Era uma menina loira, de estatura média e de cabelos curtos, estava com inúmeros papéis nas mãos e com a mochila caindo sobre os ombros, parecia estar toda atrapalhada e com pressa.

Jogou a mochila sobre o banco e se sentou ao meu lado, logo em seguida parou para arrumar os papéis que estavam em suas mãos, parecia nem ter notado minha presença ali até que deixou cair um caderno que estava junto com os papéis, me abaixei para pegar, assim que fui dar em sua mão Alaric solta um grito de dentro de sua sala.

-PEEP!

A menina que até então estava de cabeça baixa, olhou para mim.

-Obrigada...Peep ?

-Gustav, a corrigi.

-Sou Amethyst.

-Tenho que ir.

Disse e entrei na sala do diretor Alaric

N/A: Estou planejando contar primeiro um pouco da história de Peep no ensino médio, e depois passar para a vida adulta como rapper, o que acham? Se puderem votar, os votos serão muito bem vindos para a visibilidade da obra ! Thankx ❤️

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