Capítulo 7

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Os pneus do carro deslizaram para a estrada de concreto que levava à civilização. Eu me tornei silenciosa enquanto passávamos por grandes mansões e edifícios monumentais. Havia uma batida de rock tocando fracamente no interior do veículo, a música falava sobre amor reprimido e chuvas em novembro. Eu não queria pensar que ele tinha colocado aquela canção especialmente para mim. Tudo bem que estávamos no mês do meu aniversário, mas eu definitivamente não apreciava novembro.

Eu olhei para as minhas mãos sobre o colo. Pensamentos me tomaram uma vez que eu estava sem motivações para conversar. Eu me sentia um pouco estranha quando lembrava a forma como Liam havia me tratado mais cedo. Ele era tão diferente de tudo o que eu tinha imaginado. Num ato discreto, o meu olhar viajou para ele; eu secretamente desejei que fosse discreta o bastante. Analisando suas características, eu pude enfim compará-lo com alguém semelhante. Bem, Liam guardava traços do jogador de futebol David Beckham.

― Você está tão quieta. ― a sua voz me assustou e me tirou do meu mundo paralelo. Desconfortável, eu ajeitei meu corpo sobre o assento, o meu cabelo caindo para frente enquanto eu tentava encobrir o estado vergonhoso. ― Eu não gosto de vê-la dessa forma. Eu sei que há coisas passando na sua cabeça, e isso parece preocupá-la.

Eu congelei sob sua perspectiva. Ele estava absolutamente correto a respeito de mim. Liam era o homem mais atento que eu tinha contemplado. A sua análise muitas vezes me espantava e me fazia retrair. Eu tinha muito medo de que ele descobrisse algum segredo meu. Isso soaria como uma ameaça a tudo o que eu estava tentando veemente esconder.

― Eu estava buscando adivinhar o meu presente de aniversário. ― eu menti. Lábios de Liam se curvaram em um sorriso, ele suavemente tocou o meu queixo antes de voltar as suas duas mãos para o volante.

― Hm, eu acho que você pode prever o que seja. Bem, não será nada de outro mundo.

Eu esperava sinceramente que ele não me presenteasse com uma casa ou carro. Eu era uma boa condutora, mas aceitar algo do tipo seria como assinar um contrato para toda a vida. Ele pensaria que eu estava me rendendo e permitindo que ele fosse mais que um raptor para mim.

O movimento cessou ao adentrarmos no estacionamento de um shopping. Port Douglas não era similar a Sydney. O lugar onde estávamos continha uma entrada para o primeiro piso, e mais dois andares superiores. Através de seus dedos entrelaçados aos meus, Liam nos conduziu para o último andar, onde lojas menores foram engajadas. Eu passei olhando para um par delas; o brilho das joias me deixava tonta. Eu rapidamente supus o que ele me daria como presente, mas a ideia de um anel me fez estremecer por inteiro.

Fomos recebidos por uma mulher em trajes sociais escuros, ela nos deu boas vindas e nos levou para uma vitrine em forma de balcão. O meu olhar caiu para alianças e anéis de noivado, a aflição logo se instalando dentro de mim. Eu ainda tinha a mão de Liam me prendendo, então eu não poderia correr para fora e tentar fugir.

― O que acha deste aqui? ― ele me apontou o anel rodeado de pedras claras, o ouro e diamante o faziam ofuscante aos meus olhos. A joia ainda assim era robusta, apesar das preciosas pedras estarem ali para a tornarem delicada. Como resposta eu balancei a minha cabeça para os lados. O seu dedo indicador traçou para outro caminho, e então ele mostrou-me outro anel. Desta vez me soava mais como uma aliança.

― Eu não quero um anel. ― eu disse para ele, a minha voz soando mais forte do que o desejado. A mulher atrás do balcão olhou para mim de maneira assustada, as suas sobrancelhas arqueando em contraste com a boca entreaberta. ― Eu, hm...

Liam retirou o seu toque de mim, levando os dedos para coçar a parte de trás de sua cabeça. Ele demorou um pouco para me encarar novamente, e quando o fez, ele tinha um sorriso sugestivo nos lábios.

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