CAPÍTULO SEIS

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— Então, o que acha? — Charles perguntou e depois esperou que Dominique se entusiasmasse.

Eram quatro horas da tarde e esta era a terceira propriedade na enseada que o corretor lhes mostrava, mas primeira vazia, sem móveis e sem moradores. Era nova em folha, e tinha sido construída há dois anos. O construtor comprou um antigo depósito de lixo que foi destruído para dar lugar a uma casa, o que foi mais apropriado a esta área exclusiva. O preço pedido refletia o saldo bancário dos vizinhos. Quinze milhões de dólares.

— E então? — Charles indagou, mas Dominique permanecia calada.

Eles estavam em pé na enorme sala de estar em frente a uma das janelas de onde se via a baía e que dava para terraço e para a piscina. Mais adiante, os jardins e a quadra de tênis.

Não havia nenhum iate ancorado no cais particular que se projetava no porto de Sydney, ao fundo de gramados suavemente inclinados, mas Charles não tinha dúvidas de que Dominique ia querer um daqueles também, é claro.

Uma ruga de desaprovação surgiu em sua bela testa.

— Não sei, Charles. É tão grande! Sei lá ... Desculpe, as não acho que eu quero uma casa tão grande assim.

Charles não acreditava. O lugar era o paraíso para uma golpista. Tinha tudo. E pertinho da cidade.

— Eu quero uma casa para a minha família — ela continuou — e não uma casa de espetáculos.

Charles a fitou. Isso, vindo de uma mulher que só havia se casado com ele por dinheiro? Alguma coisa não estava certa ali. Que jogo era esse agora?

—Mas nós poderíamos oferecer algumas festas maravilhosas aqui— enfatizou, balançando o braço ao redor da luxuosa e espaçosa sala de estar.

Dominique ficou surpresa.

— Não pensei que festas fossem a sua prioridade de agora em diante. Pensei que quisesse uma vida em família.

— Eu queria. Eu quero — insistiu. — Mas isso não significa que eu não queira me divertir de vez em quando. Se estiver preocupada com o preço, não fique. Posso facilmente comprá-la.

— O quê? Oh, sim, sim, tenho certeza de que você pode, mas não é essa a questão. Posso ser direta, Charles?

—Claro!

—Desculpe, mas eu simplesmente não gosto deste lugar. É extravagante e não tem nada a ver com você.

— Nada a ver comigo...

— Sim, você não é um exibicionista. Você é rico sim, mas não ostenta. Sua cobertura é fabulosa, mas, não é adornada como se fosse a casa de um playboy. Eu aposto que você a comprou mais pela conveniência da localização do que por qualquer outra razão.

De fato, ela não poderia estar mais certa. Charles sempre detestou perder tempo no trajeto casa-escritó-casa. Antes da cobertura, ele morou do outro lado da enseada, em uma das praias da região norte, e se arrependia do tempo gasto toda manhã e todo fim de tarde a batalha do trânsito sempre engarrafado na ponte.

—Entendo que você queira uma casa espaçosa, confortável— continuou Dominique. — Mas isso não é uma casa. É somente um cenário para o tipo de homem que gostaria de viver aqui. Talvez você devesse dizer a Rico que esta casa está à venda. Ele seria o dono perfeito.

— Você definitivamente não gosta de Rico, não é?

— O que veio primeiro, o ovo ou a galinha? — indagou. — Ele não gostou de mim assim que me viu. É difícil gostar de alguém que não respeita você.

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