CAPÍTULO CINCO

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Na manhã seguinte, Dominique cantarolava ao entrar embaixo do chuveiro quente e levantava o rosto na direção do vaporizador. Eram quase dez horas e Charles continuava dormindo.

E não era para se surpreender.

A noite passada tinha sido incrível!

Embora inicialmente assustada com a inesperada transformação de seu marido, que passou de um amante gentil para um que ela nunca havia conhecido antes, Dominique logo se viu mais excitada do que nunca. Ela estivera com ele de todas as formas, desde o episódio da sala de estar ao imaginativo momento no chuveiro e, totalmente, numa ardente sessão de volta ao quarto.

Ela não agüentaria Charles se ele perdesse no pôquer toda sexta à noite, caso esse fosse o motivo para ele agir assim! Ele só parou quando se sentiu totalmente exausto fisicamente. Aí, então, ambos adormeceram com seus corpos ainda fundidos, como se fossem um só, os lábios de Charles enterrados nos cabelos dela.

E seus seios ...

Dominique parou de cantarolar e deu uma olhada rápida para baixo. Ela ficou um pouco pensativa quando tocou suavemente em seus seios. Estavam, de fato, muito doloridos. Mas iriam se recuperar! Ela passaria uma loção hidratante mais tarde.

Charles havia passado um pouco dos limites, mais do que um pouco, na verdade. Embora a experiência tenha sido muito excitante, Dominique não tinha certeza se ela poderia corresponder com aquele tipo de paixão selvagem todas as noites da semana!

De qualquer forma, a noite passada, ao menos colocou por terra qualquer dúvida que ela tivesse a respeito de o seu marido estar tendo um caso com a viúve alegre numa noite de sexta-feira. Nenhum homem poderia ter feito o que ele fez, por tanto tempo, depois de ter estado com uma mulher antes, a não ser que tivesse vendido sua alma ao diabo.

Não, ela não tinha com o que se preocupar a esse respeito. E nada de ficar com ciúmes quando ele fosse jogar pôquer às sextas à noite.

Dominique voltou a cantarolar quando começou a se lavar.

Charles acordou meio grogue com a ressaca e o som de um secador de cabelo no banheiro. Rolando na cama e gemendo, Charles viu que já eram onze horas. Outro gemido saiu de seus lábios secos. Ele tinha que se levantar. Rico poderia chegar em instantes.

Mas ele simplesmente não tinha energia para se levantar. A noite passada o tinha arrasado totalmente.

A noite passada...

Não havia saído como o planejado. O que tinha começado como um ato de vingança acabara se tornando o mais excitante encontro sexual da sua vida!

Aquela mulher era mais do que uma bruxa. Era o demônio encarnado.

O repentino silêncio do banheiro foi logo seguido pelo ruído da porta se abrindo. E lá estava ela, enrolada do pescoço aos pés, em um robe atoalhado na cor creme, suas maçãs do rosto brilhando, seu cabelo dourado liso após ser escovado, e caindo na metade das suas costas.

— Então, finalmente, acordou — disse isso e lançou um sorriso provocante enquanto caminhava descalça pelo suntuoso carpete na cor creme.

Tudo no quarto principal e no banheiro da suíte era da cor creme, com acabamento dourado. Charles comprou a cobertura já totalmente mobiliada. Ele sempre pensou que a decoração, de um modo geral, era um pouco suave, especialmente ali no quarto. Mas Dominique gostava. Achava elegante.

Ele a viu sentando no banco coberto de brocado dourado em frente à penteadeira, depois, pegando um dos vidros da vasta coleção de frascos e vidros arrumados abaixo do espelho de três faces.

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