2º capítulo

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Na última hora estive a dançar para um conjunto de bêbados: uns deles bebem porque são os solteiros dos quarenta; outros porque se chatearam com as companheiras; outros porque a vida não lhes corre bem e outros bebem porque, bem, porque bebem.

Gostava de auxiliar esta gente, ninguém bebe sem razão, ninguém mata sem razão ou até rouba sem razão. Devemos ir ao fundo da questão antes de julgar alguém, o bater no fundo tem sempre uma razão. Eu não gosto do que faço, não gosto de estar neste sítio, não gosto de ser uma das razões destes homens virem aqui, provavelmente deixando a mulher em casa e os filhos. A minha liberdade acaba aqui, onde a dos outros começa.

A vida não é um mar de rosas vigorosas, vermelhas e cheirosas. Pelo contrário, a vida é um mar de espinhos, pode ter as rosas, mas como tudo elas vão embora. Não tive outra escolha senão vir para aqui, bati no fundo, pagam bem e eu preciso.

Olho para a frente e vejo a Gabriela a chamar-me, paraliso no momento em que a vejo a fazer o gesto com um dos membros superiores. Não sei se sinta apatia, medo ou pavor.

Dirijo-me até ela e espreito um pouco para dentro da sala, a qual irei entrar daqui a pouco, estão cinco homens engravatados abancados nos sofás verdes escuros, de veludo.

Neste momento sei sim o que estou a sentir, medo, sim eu sinto medo, bastante medo, um medo enorme. Eu sei que fui informada de que só iria dançar, mas e se tentarem algo mais? Eu não quero, não sou nenhuma prostituta.

- Helen… Estou a chamar-te há imenso tempo. Está na hora, já estás a ser paga – Diz-me a mulher de cabelo negro.

De tão apavorada que estou, nem consigo soletrar uma única palavra para lhe dizer, apenas entro para o próximo sitio que irei estar por algum tempo.

POV HARRY

Mas que caralho, tenho estado a observar uma rapariga mesmo linda, ela estava a falar com a velha dona disto tudo. Depois vi-a entrar para uma sala, na porta da mesma dizia “ Private Room “.

Estou a pensar que raio de merdas se fazem naquela sala, isto não era suposto ser um cabaré ou lá o que é. De qualquer das formas gostava bastante de ter também um show privado da garota de olhos azuis, acho que seria demasiado…hm…interessante.

- Vai desejar alguma coisa ? – Foda-se mas…ahh… é a velha.

- Até desejava, mas nada que esteja aqui dentro de cabelo preto – Passo a língua pelos meus lábios e sorrio ligeiramente. Gosto tanto de ser rude.

- O famoso Styles das sextas feiras, o engraçadinho. Já me tinha esquecido. – Diz-me ela com uma merda de um sorriso na cara. Juro que não suporto esta mulher, já se fez a mim mil vezes e continua a não perceber que não ligo a velhas.

- Prazer. Quem é a rapariga que entrou para aquele compartimento? – Interrogo-a.

- Chama-se Helena – Diz-me

- Quero um show privado também, com ela – Faço questão de salientar o “ ela “. Está-me a dar bastante gozo esta conversa.

- Na próxima sexta então, está marcado, tem uma boa noite Harry – Finalmente a idosa mamalhuda me deixa em paz.

Venho sempre aqui às sextas ultimamente, antes vinha quase todos os dias com os meus amigos de universidade, por falar em Universidade. Quando sair daqui tenho que ir ao caralho da festa da Jennifer, essa gaja só me sabe chatear a cabeça. Juro por tudo, se ela não fosse tão boa na cama já a tinha despachado. Foda-se o mal é mesmo esse, se não lhe fizer as vontadinhas todas, a menina não me dá foda. Podia andar ai com outras, mas estou a crescer, tenho que assentar. Até me rio, sozinho, com o meu pensamento. “ …estou a crescer, tenho que assentar “ ok Harry superaste-te.

Acabo de beber a cerveja e levanto-me para me ir embora. Saio do famoso estabelecimento e dirijo-me ao meu BMW preto, conduzo uns 20 minutos, o tempo de chegar a casa da Jen.

Já consigo observar o casarão, com luzes a sair de todos os lados e musica aos altos berros, musica essa que já conseguia ouvir há bastante tempo. Estaciono o carro, pego no meu casaco e retiro-me de dentro do veículo.

- Harry ! – Foda-se, nem sai do carro bem e já está aqui a Jennifer e a sua voz esganiçada.

- Jen… – Nem acabo o raio do nome, já ela está com os lábios dela nos meus. Correspondo ao beijo e ela mete a língua na minha boca, correspondo mais uma vez utilizando a minha também. Acaba por se tornar um beijo demorado.

- Eu sabia que vinhas fofinho, anda- Agarra na minha mão e puxa-me, com ela, para dentro da pequena casa.

- Eu já te avisei para não me chamares esse nome de merda – Aviso-a.

- Desculpa bébé – Ela diz-me, foda-se deve ser surda ou burra ou o caralho.

- E esse também já te avisei para não me chamares, não gosto dessas merdas de nomes. Chama-me antes poderoso ou prazeroso ou algo assim – Digo-lhe.

- Sim seriam nomes que, de facto, encaixavam em ti – Ela diz-me a morder o lábio inferior e de seguida apalpa-me o rabo.

- Dou-te prazer é? – Questiono-a, obviamente sabendo a resposta, quando fodemos geme que nem um cachorro.

- Sim – Volta a olhar para mim mordendo o lábio.

- Muito? – Porque é que perguntei isto? Claro que sim.

Ela poe-se de bicos de pés para chegar com a sua boca ao meu ouvido.

- Muito…- Transmite-me, sigilosamente, a mensagem. Claro que sim, eu sabia.

- Mas bébé, não te habitues a que eu te admita coisas destas – Avisa-me, foda-se vou-lhe oferecer um aparelho auditivo, juro que vou.

- Jen, já te avisei caralho para…- ela corta-me.

- Só mais hoje que te chamo isto – Ela diz-me. Porque é que ela é tão repetitiva, irritante, histérica e estridente? Diz sempre a mesma porra. Porque é que eu ainda estou com ela sequer?

I can't make you love me - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora