7º capítulo

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(Música : I see fire- Ed Sheeran )

"O Demônio tenta dizer metáforas que a Luz não pode nos dizer."

- Bernardo Morais

Estou num corredor vazio, escuro e austero.

 Eu percorro este sitio sem parar, ando, ando e ando . Não paro. Não consigo. Vejo um clarão ao fundo. Isto tem fundo ? Sinto-me mesmo como se estivesse num poço, sabem, daqueles que não tem mesmo um fundo. Inconscientemente caminho até à luz incandescente,  os meus membros inferiores mexem-se sem que transmita ao meu cérebro que os quero mexer.

Sinto-me a ser engolida por uma dor lancinante, cortante. Parecem agulhas que espetam por todo o meu ser.

- Não ! – Abro os meus olhos fugazmente e sento-me igualmente de forma fugaz , e acordo sem saber que estava a dormir. Isso é possível ?

Estou confusa, tenho o meu cérebro a latejar, as minhas feias a bombear mais sangue para todo o meu corpo, que o normal. E estou confusa, sinto-me desorganizada como uma secretária desarrumada - Livros espalhados, canetas destapadas, dicionários em branco, cadernos com linhas na vertical, livros sem títulos – com tudo numa perfeita confusão.

Ela não o sabia, não. Ela não sabia. Helena tinha o seu subconsciente a avisa-la de que se continuasse nessa vida iria ser engolida pela dor e não percebia. E o clarão ? Ela tem que se afastar dele, ele poderá ser a luz mas também poderá ser uma das causas da dor que se entranhar- rá nela futuramente.

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POV Harry

Na minha frente está o caralho do edifício dos escritórios de advogados do meu pai. Styles Lawyers é o nome desta porra, desde logo, originalidade reina no nome.

O sitio onde só são permitidas empregados femininos, o sitio de trabalho onde há quartos, o sitio onde o nojento do meu pai trai a minha mãe e o sitio onde já lhe parti a boca umas quantas vezes por o ter apanhado na cama com a sua secretária. A porca da secretária que é “amiga” da minha mãe.

Eu já estive vezes sem conta para contar estas merdas todas à minha mãe, mas agora não é a melhor altura. Ela passa os dias deitada, agarrada à foto da minha irmã a chorar. Claro, retirando o tempo que passa em psicólogos e em psiquiatras. O meu pai quer à força toda que declarem que a minha mãe é maluca, mais vontade me dá de lhe partir a cara toda cada vez que olho para ele.

- Menino Styles… - Os meus pensamentos são interrompidos por uma das advogadas que trabalha aqui.

- O meu pai está ? Quero falar com ele – Olhando para a aparência dela, posso adivinhar que esta também já foi fodida pelo meu pai.

- Ela está numa reunião importante, com representantes de uma multi…- Interrompo-a.

-Isso não me interessa minimamente. Está na sala de reuniões no ultimo andar ?- Tem mesmo ar de puta, foda-se.

Antes de me responder, passa a sua língua ,não, sedutoramente pelos seu lábios – Sim .

Enfio-me no elevador, eu não quero saber que esteja em reunião. Eu quero e vou falar com ele, é o meu preço a pagar por ser obrigado a andar naquela merda de Universidade onde só os caralhos virgens andam.

Quando chego ao ultimo andar e ia começar a dirigir-me para onde se encontra o caralho do meu progenitor a vaca mete-se na minha frente.

- Oh Lucy , deixa-te de merdas e sai-me da frente – Aviso-a amentando o meu tom de voz.

I can't make you love me - h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora