Enquanto caminhava na praia, avistei meu ex se aproximando, e isso me incomodou bastante. Mesmo após dez meses do término, ainda sinto uma conexão com ele, embora não seja exatamente amor, mas sim um sentimento de apegamento de uns 25%. Ele ainda tem o poder de mexer comigo.
- Oi, quanto tempo! - disse ele, tentando ser simpático.
- Brendon... - respondi, sem muita empolgação.
- Como você está? - perguntou ele, ainda sorrindo.
- Estou bem... e você?
- Estou ótimo! E aí, o que tem feito da vida?
Eu não sabia o que responder, então fiquei em silêncio por alguns segundos. Ele percebeu o meu desconforto e tentou amenizar a situação.
- Desculpa, eu sei que ainda é difícil para você... mas podemos ser amigos, né? - disse Brendon
Eu não sabia se queria ser amiga dele, mas acabei concordando com a cabeça. Ele pareceu feliz com a minha resposta e começou a puxar assunto sobre coisas aleatórias. Eu tentava responder de forma educada, mas não conseguia evitar pensar no que aconteceu entre nós e nas coisas que ele fez que me magoaram.
- Quando posso passar na sua casa para dar um oi ao meu ex-cunhado? - perguntou Brandon
- Amanhã? - respondi.
- Ok, te vejo amanhã. E outra coisa, vou começar a estudar na sua escola na segunda-feira - disse ele.
- Como você sabe onde eu estudo? - perguntei, um pouco surpresa.
- Tenho contatos em todos os lugares. Então, não faça nada estúpido, Beatrice - Brandon alertou.
- Hmm... - murmurei, um pouco desconfortável com a situação.
- Você sabe do que sou capaz. - disse Brandon com um tom ameaçador.
- Sim, você é louco! - respondi, sentindo um frio na espinha.
- Por você. - ele disse, antes de se afastar. - Tenho que ir. Tchau, Beatrice.
- Adeus, Brandon. - respondi, aliviada por vê-lo ir embora.
Quando cheguei à porta, percebi que ela estava aberta e entrei devagar, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Foi então que comecei a ouvir uma movimentação vindo do segundo andar.
- Dylan?
Silêncio tomou conta daquele lugar novamente e eu me senti ainda mais nervosa. Decidi pegar o celular e deixá-lo destravado no número de emergência, caso algo acontecesse.
- Tem alguém em casa ?
A porta do quarto se abre e Ben e Susu correm para fora, mas eu as seguro e quando Dylan aparece todo vermelho e chorando desesperadamente, eu subo correndo para encontrá-lo. Eu o abraço com toda a força que tenho, tentando confortá-lo e acalmar sua dor.
- O que está acontecendo?
- O... papai...
Dylan soluçava enquanto tentava falar, e Emma se aproximou rapidamente para ajudá-lo.
- Dylan, querido, acalme-se. O que aconteceu? - Emma perguntou com carinho.
Dylan olhou para Emma e depois para mim, antes de responder:
- Mia, poderia ir até a Sra. Carter, por favor? Na volta, eu te ligo.
- O que está acontecendo, Emma?, perguntei preocupada.
- Desculpe, Mia, mas estou sem tempo para explicar agora. Será que você poderia me fazer um favor e ir até a casa da Sra. Carter? Assim que terminar, entrarei em contato com você. - Emma
- Claro, sem problemas. Mas o que está acontecendo? - perguntei, ainda confusa.
- É uma emergência, por favor, vá agora. Eu te ligo assim que puder explicar melhor - Emma respondeu, enquanto saía apressadamente do quarto.
Eu dei um beijo no Dylan e saí sem falar com a Emma. A Sra. Carter é a minha vizinha policial, ela é bem legal e deixa a gente fazer festas sem reclamar, e às vezes até participa. Cheguei na porta dela e bati três vezes, que é o nosso toque de segurança.
- Oi Sra. Carter Boa Noite.
- Mia você sabe que pode me chamar de Fran ou de Francine como achar melhor. - Francine
- Desculpa
- Entre meu amor pedi pizza seu sabor preferido. -Francine
- Obrigada Fran
Passamos o início da noite conversando e comendo pizza. Fran foi de grande ajuda para minha família, especialmente quando minha mãe faleceu, por isso sempre tivemos uma boa relação.
Quando Emma chegou, ela me levou para casa e ficamos conversando por horas. Mas, depois de um tempo, ela me disse com calma que meu pai estava internado. Naquele momento, eu fiquei sem chão, pois não queria passar por tudo aquilo de novo.
- Por que??
-Algumas coisas aconteceram com o coração dele, mas mais tarde teremos notícias do Dylan. - Emma
- Meu Deus, eu preciso ir vê-lo - eu disse, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Eu sei, mas agora é tarde. Vamos esperar o Dylan ligar e ver o que podemos fazer - respondeu Emma, me abraçando.
Eu me sentia tão impotente, sem saber o que fazer ou como agir. A única coisa que eu podia fazer era esperar e torcer para que meu pai ficasse bem.
As notícias sobre a saúde do meu pai me abalaram profundamente e comecei a chorar. Emma tentou me acalmar e me levou para o quarto, onde ficou abraçando e acariciando meu cabelo na tentativa de me confortar. Eu estava tão exausta emocionalmente que acabei adormecendo.
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Fama Inocente
RomanceMia não estava procurando a fama, mas algo acontece em sua vida que a coloca no centro das atenções. Talvez ela tenha feito algo que se tornou viral na internet, ou talvez tenha feito amizade com alguém famoso sem saber. De qualquer forma, a históri...