Apesar de esquecer muita coisa, eu me lembro quando minha melhor amiga não ia na aula e eu tinha que ir embora sozinha, lembro perfeitamente, eu andando no passeio, mochila rosa, cabelo cheio e natural, toda uniformizada, devia ter uns 10 anos ou 9, isso ja não me lembro bem.
Eu sempre falava sozinha, ou comigo mesma, eu começava a falar coisas tipo:
-Gabriela, por quê você falou aquilo na aula?
-Não sei, foi no impulso.
-Mas você é idiota!
-Não sou não.
-VOCÊ FALA DEMAIS, É CHATA E EU NÃO TE AGUENTO MAIS!!!
-Vou tentar parar de falar, desculpa.
-Mas você não consegue, você nunca consegue!
-Eu tento, juro!
-Cala a boca!
Então, esse era o meu diálogo comigo mesma, agora entendem como é isso de eu inofensivo e eu ofensivo?
Imaginem, uma criança ouvindo isso e se culpar tanto, a ponto de ficar tão fraca que ela própria se bate.
As vezes me batia, tapa na cara, me arranhava, e me olhava no espelho enquanto chorava e dizia "eu não te aguento mais".
Isso sempre acontecia, tanto em casa, quanto na rua, esse eu ruim sempre fala as piores coisas pra mim, ele me sabota em tudo que eu faço.
Tanto escola, vida amorosa ou social mesmo, cresci ouvindo que não consigo nada, que vou ficar sozinha pro resto da vida, entre outras coisas piores.
Isso tudo começou bem antes, e foi ultimamente que consegui entender o que é isso, e como me controlar.
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Minhas Faces em Um Livro
No FicciónA luta dentro de mim é diária, mal sabia eu que desde criança sou assim, vou contar pra vocês sobre minhas duas personalidades, duas Gabrielas que me controlam, uma inofensiva, e uma ofensiva até demais.