Capítulo 6

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Malu acordou naquela manhã um pouco atordoada pelo sonho que teve.

"Como assim o Felipe? — pensava ela, enquanto caminhava para o refeitório. — Será que por querer tanto um namoro puro, como eu achei que ele e Carol tivessem, eu sonhei aquilo?"

A garota olhou ao redor e percebeu que todos pareciam bastante animados para o segundo dia do Seminário. Ela pegou um prato para se servir com algumas coisas do café da manhã e antes que pudesse pensar, alguém a puxou pelo braço.

— Senta com a gente! — Carol a direcionou para uma mesa, onde estavam algumas pessoas que Malu tinha visto na cozinha na noite anterior. E isso incluía Felipe.

— Oi — ele sorriu.

Malu correspondeu o sorriso, mas desviou o olhar.

"O que foi isso? Relaxa, Maria Lúcia! Ele não sabe do sonho... e eu nem deveria estar nervosa por causa disso. Foi um sonho bobo e sem sentido."

Todos na mesa conversavam animadamente. Provavelmente já se conheciam faz tempo. Malu os observava em silêncio, estava se sentindo um pouco sem jeito de estar ali sem nem os conhecer direito.

Mas Carol percebeu a garota um pouco tímida e tentava incluir Malu em todas as conversas. E ninguém a tratou como uma desconhecida, mas como se fosse parte daquele grupo há muito tempo. Isso a deixou mais à vontade, ao mesmo tempo que tinha vontade de nunca mais sair dali... Fazia muito tempo que não se sentia incluída em um grupo de amigos.

Por um momento, a imagem de Júnior veio em sua mente e ela lembrou do quanto ele a tinha afastado de seus amigos. Enquanto estava com ele, não tinha percebido o quanto estar longe de um grupo de amigos fazia falta para ela.

"Como eu posso me sentir tão infeliz num namoro que eu tanto sonhei?"

— Malu?

Ela olhou para o lado e viu Felipe em pé ao seu lado.

— Você está neste planeta?

— Estou... — ela sorriu. — Desculpe... Eu me distraí com umas coisas...

— Tudo bem... Daqui a pouco vamos começar a nossa programação, mas antes eu queria falar uma coisa com você...

— Sim?

— Eu vou pedir para o pessoal se juntar hoje, para uma atividade que faremos à tarde. Mas eu queria que você não se juntasse com ninguém.

— Ué por quê? — ela riu.

— Quero que você seja o meu par. Pensei em algo pra gente...

— Nossa, Felipe. Você tem certeza?

— Absoluta. — Ele sorriu.

Malu foi para o salão principal da igreja um pouco preocupada.

"O que será que o Felipe quer comigo?"

Os participantes do evento foram divididos em grupos de acordo com o que exerciam na igreja: músicos, cantores ou dançarinos.

— Muitas pessoas se esquecem do porquê de estarem cantando — disse Felipe ao grupo dos cantores, após terem cantado animadamente "A alegria do Senhor é a nossa força - Fernandinho." — Essa alegria que vem de Deus, não pode acabar, deve ser transmitida. Mas... como se sentir alegre o tempo todo? Isso foi uma coisa que me intrigou por muito tempo. A alegria do Senhor é a nossa força! É interessante você parar pra pensar nisso! Se eu faço o que agrada a Deus, Ele fica feliz comigo. Se estou fazendo a vontade dEle, Ele fica feliz e eu... forte!

Lágrimas rolaram dos olhos de Malu quando ela ouviu aquilo. Ela precisava voltar a fazer Deus feliz.

— Vamos transmitir toda a nossa alegria e adoração de forma prática hoje. Quero que vocês olhem embaixo da cadeira que estão sentados.

Meu Bálsamo - CONCLUÍDO ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora