Capítulo 15

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Quando Malu foi para a casa do Felipe, nem poderia imaginar quantas emoções viveria naquele dia. Era o primeiro dia do ano e ela estava feliz por começar fazendo o que Deus queria. Mas assim que Felipe abriu a porta...

— Oi!

— Oi – Malu respondeu e logo desviou o olhar, sentindo-se sem graça.

"Coração, controle-se, por favor!"

Ela se sentiu aliviada quando viu a família de Felipe na sala e eles começaram a conversar com ela. Ela pensou que tudo estava como antes e não tinha por que se preocupar. Mas do nada todos saíram, quando Felipe foi buscar o violão. Estranho.

Malu se sentou no chão e encostou-se no sofá, como sempre fazia. Viu o caderno onde Felipe escrevia suas composições, em cima da mesinha de centro e começou a folhear. Ela percebeu que, no tempo em que eles não estavam se falando, o garoto continuou compondo e havia algumas músicas que ela não conhecia ainda. A garota continuou folheando e encontrou, no meio do caderno, entre várias folhas em branco, uma canção diferente das que Felipe costumava escrever. Seu coração se apertou ao perceber que era uma canção de amor para alguém.

— É... Essa não é bem uma música pra gente cantar... — Felipe pegou o caderno das mãos dela, assim que se sentou.

— É uma música romântica...

— É — ele admitiu, receoso.

— Você está gostando de alguém?

Malu perguntou, mas se arrependeu em seguida de ter feito isso. Felipe começou a cantar a música e ela pensava o tempo todo no quanto a pessoa por quem ele estava apaixonado era sortuda.

"Eu sabia que este momento ia chegar..." — ela pensava enquanto as lágrimas já rolavam pelo rosto.

— Malu, por que você está chorando assim?

— Eu... é que... — Ela estava arrependida de ter perguntado sobre aquela música. Não conseguia mais disfarçar o quanto estava triste por confirmar que Felipe gostava de alguém. — Acho que a pessoa pra quem você escreveu essa música, é muito sortuda...

— Não, eu é quem sou sortudo por tê-la conhecido.

Malu começou a chorar mais e Felipe levantou o rosto dela, mesmo ela resistindo.

— A garota que eu gosto... É você, Abelhinha.

— O quê? — Malu arregalou os olhos e o encarou.

— É isso mesmo. É o que eu sinto por você... — Ele sorriu, um pouco tímido. — E como eu esperei por você, minha Abelhinha...

Malu sorriu, em meio as lágrimas.

— Você está falando sério? Você... gosta mesmo de mim, Felipe?

— Mais do que você pode imaginar!

— Eu nunca pensei que você pudesse... gostar de mim. Meu Deus! E eu orei tanto para o Senhor tirar esse sentimento de mim...

— Então, você também gosta de mim?

Malu sorriu, se dando conta do que estava acontecendo. Ela finalmente podia contar para o Felipe o que estava se passando com ela.

— Eu me afastei de você exatamente porque queria esconder o que estava sentindo.

— Você sabe que foi uma péssima ideia, né?

— Eu sei. Mas é que tudo aconteceu de um jeito... Quando eu finalmente aceitei que eu estava... — Ela riu, antes de continuar. Ia mesmo dizer aquilo? — Que eu estava apaixonada, eu vi você e a Karen...

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