Malu não conseguia parar de pensar em tudo o que ouvira naquela noite. Sua vontade era chorar, mas ainda havia algumas pessoas ali no alojamento que estavam acordadas também e não queria chamar atenção para ela de jeito nenhum.
Ela se sentou e pegou o casaco que estava em cima de sua mochila, vestindo-o logo em seguida. Passou a mão no rosto várias vezes e abraçou suas pernas. Estava inquieta. Decidiu, então, levantar-se e saiu do alojamento. Enquanto caminhava pelo corredor, sentiu uma mão tocar seu ombro.
— Você está perdida? — perguntou Carol preocupada.
— Sim! Quer dizer... não. É que... eu queria beber água.
— Você sabia que tem um bebedouro na porta do seu alojamento?
Malu desviou o olhar e suspirou, sentindo-se idiota.
— Olha... Se você quiser, nós temos chá na cozinha... — sugeriu abraçando Malu. — Vem comigo...
— Eu quero sim — disse Malu acompanhando a garota. Um chá naquele momento parecia ser uma ótima ideia.
As duas caminharam até o outro lado do corredor, onde ficava a cozinha. Naquele lugar, algumas pessoas ainda trabalhavam muito, para que tudo ficasse organizado para o dia seguinte.
— Não sabia que tinha ainda tinha gente aqui... — disse Malu baixinho
— Bom... — uma jovem se aproximou de Carol e Malu. — É que os únicos animais que ainda havia por aqui, a gente usou na comida do jantar. Aí só sobrou gente mesmo.
Malu riu.
— Eu vou dormir — disse a mesma moça entregando o avental à Carol.
Felipe, que estava do outro lado da enorme cozinha, percebeu a chegada de Malu e foi até seu encontro, parecendo preocupado.
— O que aconteceu? — perguntou à Carol.
— Ela só veio tomar um pouco de chá... — ela explicou sorrindo.
— Ah... sim — Felipe pareceu aliviado.
Carol se afastou e Felipe se sentou à frente de Malu.
— Olha um chá quentinho saindo... — disse um garoto colocando um bule grande sobre a mesa da cozinha.
— Às vezes precisamos de um pouco de chá pra relaxar... — Felipe colocou chá numa xícara e entregou à Malu que sorriu, agradecida.
— Sabe... você pregou muito bem hoje! — comentou ela assoprando o líquido em sua xícara.
— Não foi bem uma pregação... — ele sorriu, parecendo sem jeito.
— As coisas que você disse, falaram muito comigo... — a garota confessou.
— Eu fico feliz, Maria Lucia!
— Você pode me chamar de Malu! — ela disse rindo.
— Tá bom, Malu Maria Lucia!
A garota riu do jeito de Felipe, parecia tão natural.
— Você devia sorrir mais vezes... — ele comentou se levantando. — Tem um sorriso bonito!
Malu o observou se afastar e suspirou. Ficou pensativa por um momento, seu olhar distante e seu semblante se entristeceu.
— Malu? — chamou Carol.
— Ah... oi! Desculpe eu... estava longe.
— Olha... sei que não nos conhecemos muito bem... — disse Carol baixinho e se aproximando mais de Malu, para que os outros não ouvissem. — Mas sinto que você não está bem...
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Meu Bálsamo - CONCLUÍDO ✓
EspiritualMalu sempre sonhou em encontrar seu príncipe e guardou seu coração por muito tempo para alguém especial. Quando Júnior entra em cena, na história de sua vida, ela se encanta e se entrega ao amor. Mas o que era sonho, se torna um pesadelo quando Malu...