Capítulo 5

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Malu não conseguia parar de pensar em tudo o que ouvira naquela noite. Sua vontade era chorar, mas ainda havia algumas pessoas ali no alojamento que estavam acordadas também e não queria chamar atenção para ela de jeito nenhum.

Ela se sentou e pegou o casaco que estava em cima de sua mochila, vestindo-o logo em seguida. Passou a mão no rosto várias vezes e abraçou suas pernas. Estava inquieta. Decidiu, então, levantar-se e saiu do alojamento. Enquanto caminhava pelo corredor, sentiu uma mão tocar seu ombro.

— Você está perdida? — perguntou Carol preocupada.

— Sim! Quer dizer... não. É que... eu queria beber água.

— Você sabia que tem um bebedouro na porta do seu alojamento?

Malu desviou o olhar e suspirou, sentindo-se idiota.

— Olha... Se você quiser, nós temos chá na cozinha... — sugeriu abraçando Malu. — Vem comigo...

— Eu quero sim — disse Malu acompanhando a garota. Um chá naquele momento parecia ser uma ótima ideia.

As duas caminharam até o outro lado do corredor, onde ficava a cozinha. Naquele lugar, algumas pessoas ainda trabalhavam muito, para que tudo ficasse organizado para o dia seguinte.

— Não sabia que tinha ainda tinha gente aqui... — disse Malu baixinho

— Bom... — uma jovem se aproximou de Carol e Malu. — É que os únicos animais que ainda havia por aqui, a gente usou na comida do jantar. Aí só sobrou gente mesmo.

Malu riu.

— Eu vou dormir — disse a mesma moça entregando o avental à Carol.

Felipe, que estava do outro lado da enorme cozinha, percebeu a chegada de Malu e foi até seu encontro, parecendo preocupado.

— O que aconteceu? — perguntou à Carol.

— Ela só veio tomar um pouco de chá... — ela explicou sorrindo.

— Ah... sim — Felipe pareceu aliviado.

Carol se afastou e Felipe se sentou à frente de Malu.

— Olha um chá quentinho saindo... — disse um garoto colocando um bule grande sobre a mesa da cozinha.

— Às vezes precisamos de um pouco de chá pra relaxar... — Felipe colocou chá numa xícara e entregou à Malu que sorriu, agradecida.

— Sabe... você pregou muito bem hoje! — comentou ela assoprando o líquido em sua xícara.

— Não foi bem uma pregação... — ele sorriu, parecendo sem jeito.

— As coisas que você disse, falaram muito comigo... — a garota confessou.

— Eu fico feliz, Maria Lucia!

— Você pode me chamar de Malu! — ela disse rindo.

— Tá bom, Malu Maria Lucia!

A garota riu do jeito de Felipe, parecia tão natural.

— Você devia sorrir mais vezes... — ele comentou se levantando. — Tem um sorriso bonito!

Malu o observou se afastar e suspirou. Ficou pensativa por um momento, seu olhar distante e seu semblante se entristeceu.

— Malu? — chamou Carol.

— Ah... oi! Desculpe eu... estava longe.

— Olha... sei que não nos conhecemos muito bem... — disse Carol baixinho e se aproximando mais de Malu, para que os outros não ouvissem. — Mas sinto que você não está bem...

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