Capítulo 11

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Depois de cantarem no culto e no evento de jovens, Malu e Felipe recebiam convites a todo instante. Toda semana, eles estavam em uma igreja diferente e em todos os lugares, eles faziam a diferença.

Por conta dos inúmeros convites, a dupla estava ensaiando muito. Uma hora na casa de Felipe, outra na casa de Malu e as famílias presenciando cada momento dedicado a Deus.

Eles começaram a fazer propósitos de oração em prol das apresentações e também estudavam a Bíblia juntos para, além de se fortalecerem, terem base bíblica para as ministrações.

Deus os abençoava em todos os lugares que iam, pois eles realmente estavam se dedicando e se separando para adorar a Deus.

Por causa dessa busca, Malu e Felipe começaram a compor canções que vinham diretamente dos céus. Quando algo surgia, Felipe gravava logo em seu celular, para que eles pudessem ensaiar posteriormente.


— Ouve essa aqui...

Felipe tocou a nova canção que compôs e Malu o observou. Ela sorriu ao vê-lo tocar e cantar mais uma de suas composições. Era tão bom ver o quanto Deus os estava abençoando. A garota estava amando a parceria, mas estar sempre perto de Felipe só fazia com que ela o admirasse cada vez mais.

— É uma canção muito linda, Fê — ela comentou quando ele terminou de cantar.

— Gostou?

— Mas é claro. Acho lindas as suas composições. Sempre perfeitas...

— Como se você fizesse pouco... — ele revirou os olhos e sorriu.

— Admiro as suas. Você é muito cheio de Deus!

— E você também! Não quero que você comece com aquele papo novamente de que eu sou isso ou aquilo...

— Está bem. Eu não vou!

Naquela noite, Malu e Felipe foram cumprir mais um convite. Carol sempre acompanhava a dupla em todos os lugares, mas desta vez ela precisou ficar em casa, pois estava muito doente. Os pais de Malu confiavam muito no Felipe e liberaram a Malu para ir sozinha com ele.

Era a primeira vez que Malu ia sentada no carona da frente do carro e ela se sentiu um pouco estranha, mas ao mesmo tempo sorria por ver Felipe ao seu lado. A garota não conseguiu evitar o pensamento de que ele poderia ser seu namorado.

— O que foi? — Felipe olhou para ela, ao perceber que ela não parava de encará-lo.

— Nada! — Malu olhou rapidamente para frente, sentindo o coração acelerar.

"Ai, meu Deus! Por que eu estou pensando nisso? Para de me confundir, coração!"

A dupla chegou na igreja e cultuaram normalmente. Quando foram chamados, adoraram a Deus com toda a alma, como sempre faziam. E o clima mudou. Parecia que o céu tinha descido e todos puderam sentir a presença de Deus.

No fim do culto, Malu e Felipe estavam prontos para ir embora, quando alguém chamou Felipe para falar algo em particular. A garota ficou aguardando e um pouco curiosa com aquela conversa em secreto. Ela estava distraída naquela observação, até ouvir uma voz conhecida a chamar.

— E aí, Malu?

"Por favor, me diz que é uma alucinação..." — ela suplicou em pensamento e então olhou para o lado, confirmando quem era o dono da voz.

— Quanto tempo... — Júnior disse sorrindo.

— É... — ela disse sem graça, querendo sair correndo dali.

— Está cantando bem, hein?

— É... — Malu não conseguia falar mais, pois estava um pouco atônita com a presença de seu ex ali.

— Aquela ali é a Suellen! — ele apontou para uma jovem que estava ali perto — A minha namorada.

— Ah... legal... — Malu disse sem graça.

"Sério mesmo que ele está fazendo isso?"

— E você? Ainda está sozinha, né? — ele disse com um sorriso orgulhoso.

Malu respirou fundo.

"Ah, como eu queria dizer que não. Mas não tenho a mesma sorte..." — ela pensou desanimada.

— Eu...? É... — Malu estava tentando arrumar as palavras para dizer algo que não fosse tão deprimente.

— Está tudo bem aqui? — Felipe surgiu ao lado de Malu.

A garota olhou para ele e depois para Júnior. Aquilo era estranho.

— Você é...? — Júnior perguntou com uma expressão séria no rosto.

— Eu sou Felipe — estendeu a mão que Júnior cumprimentou meio sem vontade.

— Vocês estão juntos? — Júnior olhou para Malu.

— Bem... — Malu começou hesitante.

— Estamos! — Felipe passou o braço por cima dos ombros da garota.

Malu olhou surpresa para ele, mas depois sorriu por aquele gesto, além de ter uma sensação boa por ele estar abraçado com ela.

— É sério? — Júnior insistiu, incrédulo.

— Você tem algum problema com isso? — Felipe disse sério.

Malu olhou novamente para ele, surpresa pelo tom de voz. Nunca o tinha visto alterado assim.

— Não... — Junior disse parecendo sem graça. — Bom... preciso ir. Tchau. — ele se afastou e foi ficar com a atual namorada.

Malu soltou o ar, que nem percebeu que estava segurando.

— Obrigada — disse num sussurro.

— Você está bem? — Felipe ficou de frente para ela e a encarou. — Você está branca.

— Estou bem sim... — ela respondeu com um sorriso murcho. — Você não precisava ter feito aquilo. Não tem nada a ver com você...

— Isso tem tudo a ver comigo — Felipe disse olhando no fundo dos olhos dela. — Esse cara precisa se tocar! — olhou na direção dele, com um olhar fuzilante.

— Não acredito que você disse que a gente estava junto...

— Defina juntos. — Felipe piscou. — Nós estamos juntos..

Malu gargalhou.

— Eu estou mentindo?

— De maneira alguma.

Malu continuou sorrindo enquanto olhava para Felipe. Ele sempre fazia com que ela se sentisse bem. Com ele, ela estava sempre sorrindo.

— Obrigada, Fê.

— Não foi nada, Abelhinha. — Ele sorriu gentilmente.

Os dois foram para o carro e durante a viagem de volta para casa, Malu repassou a cena com Júnior em sua mente. Por um lado, estava feliz por perceber que finalmente não gostava mais dele, mas ao mesmo tempo, estava um pouco triste.

Foi tão bom ter Felipe ao seu lado naquele momento, ela jamais se sentira tão protegida. Mas seu coração se apertou quando ela pensou que nada era real. Ele a protegeu, mas porque era seu amigo. Seu melhor amigo.

— Está entregue! — Felipe estacionou em frente à casa da garota.

— Obrigada — ela disse abrindo a porta.

— Malu, você está bem mesmo? — Felipe estranhou.

— Eu estou.

— Não se deixe afetar por aquele cara! Ele não merece o seu sofrimento.

— Isso não tem nada a ver com ele!

Malu saiu apressada e entrou na casa. Então, correu para o quarto e se jogou na cama, com as lágrimas já banhando o rosto.

"Ah, não... Eu não posso! Meu Deus, eu nãoquero isso! Será que eu estou me apaixonando pelo Felipe?"

Continua...

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