A agressividade e a violência comportamental são traços da personalidade humana, nos mais diversos graus, resultantes dos resquícios da nossa animalidade ancestral.
Ao atingir a civilização o ser humano viu-se na condição de convivência com um número cada vez maior de outros seres humanos, seus irmãos, mas destituído de valores superiores continuou fazendo uso da lei do mais forte, fundamentada no mais arraigado egoísmo.
Deixando-se levar pelos instintos de conservação e de sobrevivência mantém-se, ainda hoje, longe da realidade espiritual, buscando a segurança íntima no sucesso da conquista material, que ainda defende com ferocidade, e também a posição social que redunda em ganhos imediatos para a personalidade encarnada.
Este comportamento se faz presente, embora passados dois mil anos da implantação da Lei de Amor por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Alheio a sua condição de espírito imortal, e inconsciente quanto à brevidade da vida física, age como se o poder e as circunstâncias sempre se lhe obedecessem. Ignorante com relação à lei de progresso que rege a vida do espírito ignora também as características pessoais dos seus irmãos em Deus, entendendo que toda divergência em relação aos seus valores trata-se de agressão que precisa ser rebatida, até mesmo a título de educar o oponente.
Decorre então todo tipo de agressão, direta e indireta, verbalmente ou pelas vias de fato, sempre chamando para si a razão e o direito de fazê-lo.
Dos pequenos conflitos do dia a dia, até as guerras que envolvem nações, a motivação é a mesma.
Em O Livro dos Espíritos encontramos esclarecimentos a respeito:
Questão 742 – Qual é a causa que leva o homem à guerra?
– Predominância da natureza selvagem sobre a espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos conhecem apenas o direito do mais forte; é por isso que a guerra é para eles um estado normal. Contudo, à medida que o homem progride, ela se torna menos frequente, porque evita as suas causas, e quando é inevitável sabe aliar à sua ação o sentimento de humanidade.Questão743 – A guerra desaparecerá um dia da face da Terra?
– Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus; então, todos os povos serão irmãos.Não só os grandes conflitos que envolvem nações, mas também as pequenas guerras que travamos com o próximo desaparecerão da face da Terra, mais dia menos dia. É questão de tempo. E de esforço pessoal para vencer os desequilíbrios emocionais que abrem portas para o desenrolar das paixões.
O Senhor Jesus nos adverte há quase dois mil anos:
"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra". (1)
"Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus". (2)
A mansidão será característica imprescindível aos espíritos que permanecerão na Terra na passagem desta para a condição de Planeta de Regeneração, e por "mansos" entende-se também pacíficos, que conscientes da responsabilidade pessoal em relação aos talentos adquiridos, trabalharão para a implantação definitiva da paz entre os homens, que resultará na paz entre os povos e nações.
Pensemos nisso.
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Temas Espíritas
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