Prólogo

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5 DE NOVEMBRO DE 2038
10:00 a.m

Era final de Outono na Costa Oeste da Califórnia. O vento chicoteava nas últimas folhas das grandes palmeiras na beira da praia. A maior parte das famílias começavam a se organizar para os feriados que estavam por vir. Sentada de pernas cruzadas na beira do píer, Amy observava a imensidão azul do mar. O dia de ação de graças estava chegando e ela estava a poucas horas de embarcar em um voo para Detroit. Sua família não entendia por que o trabalho se tornava mais importante do que passar uma data especial com eles, contudo, essa era a oportunidade que Amy esperava para fazer a sua carreira desde que havia se formado em jornalismo e a indicação de seu professor Phillips foi crucial pra essa nova jornada em sua vida.
Tudo o que Amy sabia (e poderia saber) é que trabalharia diretamente no departamento de investigações relatando os casos a um superior. Era algo como uma espécie de reportagem que ela faria. Amy no entanto ainda não sabia que estava sendo designada para acompanhar investigações criminais relacionadas a divergentes.
—Josh me levanta mais alto— Uma criança gritava entre gargalhadas enquanto um modelo AX400 designado para funções domésticas brincava com a garotinha. Os pais apenas assistiam a cena e tiravam fotos.
—Assim é alto o bastante Ash?— o Android perguntava para a criança que a esta altura já estava sentada em seus ombros.
Amy observou a cena e sorriu, achava incrível como a tecnologia havia chegado a esse patamar, porém ao mesmo tempo sentia uma tristeza, esses androids, eles pareciam tão... reais.
"Se as máquinas se tornassem inteligentes e com raciocínio similar ao dos humanos, o que separaria elas de nós?" Amy pensou. A garota gostava da ideia de ter máquinas que faziam tudo o que os humanos não queriam fazer porém tentava não pensar muito nisso, sentia que era errado pensar assim, porém ainda tentava saber o porquê de ser errado.
Seu voo estava marcado para 13:40 da tarde, então resolveu aproveitar aquela manhã para se despedir da praia, um de um de seus locais favoritos em Oceanside.

Detroit estava rumo ao caos e a presidente Warren sabia o que estava por vir se os problemas não fossem resolvidos. Apesar da CyberLife se propor e desenvolver um protótipo avançado para trabalhar diretamente com as investigações a respeito dos divergentes no departamento de polícia, Warren ainda acreditava que não estaria por dentro das investigações e que era necessário um espião, alguém com descrição. Lembrou-se então de um amigo de longa data, Phillips, professor de História da universidade de Yale. O encontrou e explicou então seus planos, de prontidão Phillips indicou Amy Collins, a garota havia sido sua aluna na disciplina de história no curso de Jornalismo, a mesma teve um grande destaque na época com seus projetos sociais e alguns livros lançados pela editora da faculdade. Ele sabia que Amy era alguém de confiança e que poderia fazer o trabalho que Warren propunha.

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