Capítulo IV

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Eu não sei direito o que acontece com nosso cérebro em momentos de trauma, porque eu simplesmente acordo em uma cama de hospital lembrando apenas da minha conversa com Breno e da balsa submersa. Não sei por quanto tempo fico de olhos abertos olhando para o teto sem me mover, mas aos poucos vou retomando a consciência, e quando volto totalmente ao normal começo a gritar.

-MEUS AMIGOS! CADÊ MEUS AMIGOS?

Não percebo que meus pais estão no quarto até o momento.

-oi filha, calma, estamos aqui.
-meus amigos, onde eles estão?
-Breno, Izabel e Levi já foram liberados hoje cedo, você e Amanda foram as que mais tiveram danos.
-e como ela está?
-infelizmente ainda está inconsciente.

Não me dou conta, mas eu começo a chorar, lembro de tudo que aconteceu e a situação de Amanda me preocupa um pouco.

-calma filha, vai ficar tudo bem -
minha mãe diz isso limpando minhas lágrimas com a ponta do dedo.

Eu sentia uma dor de cabeça enorme e parecia que o mundo estava de cabeça para baixo, não sei descrever ao certo, mas do nada parecia que eu estava submersa de novo e então, apaguei.
Quando acordei pela 2° vez tinha uma médica do meu lado olhando meus dados.

-olá mocinha, tudo bem com você? Meu nome é Norma e sou sua médica, como se sente?
-acho que estou melhor.
-vamos te levar para alguns exames de rotina e outros para tentar descobrir o motivo do seu desmaio, mas acredito eu que tenha sido preveniente do trauma e se estiver certa você poderá ir embora a noite.

-viu ai filha, vai ficar tudo bem.
-e a Amanda mãe? Teve melhoras?
-não filha, continua inconsciente.

Passo o resto da tarde fazendo exames e como a Norma tinha dito, estava tudo bem comigo e fui liberada do hospital.
Quando cheguei em casa eu só queria minha cama, precisava dormir por horas para encontrar forças e logo depois visitar Amanda e saber com detalhes como ela estava. É óbvio que não conseguir dormir porque passei a tarde inteira recebendo ligações dos meus familiares e na primeira oportunidade que eu tive, mandei uma mensagem para o grupo do whatsapp que está eu, Amanda, Breno e Izabel.

-como vocês estão? Acabei de chegar em casa.
-estamos bem, só um pouco cansados e traumatizados.
-exatamente!
-querem ir ver Amanda amanhã?
-sim.
-ok então.

E eu simplesmente peguei no sono. Durante a noite tive vários pesadelos sobre o acidente mas a médica disse que era normal devido ao grande trauma.
No outro dia acordei com o meu despertador, me arrumei rápido e fui direto para o hospital, me encontrei com Breno e Izabel lá, e juntos entramos naquele hospital para vermos nossa amiga.

-oi, gostaríamos de ver nossa amiga, ela de chama Amanda de Oliveira.
-só um segundo.
-ok.
-pronto! Podem subir, 2° andar sala 15
-obrigada

Subimos e logo na porta estava os pais de Amanda conversando com o doutor, esperamos a conversa terminar e nos aproximamos.

-oi tia, como ela está?
-ela ainda não deu resposta nenhuma então os médicos estão chamando isso de estável, é bom por um lado porque ela não piorou, mas é ruim por outro porque ela também não melhorou.

Passamos a amanhã toda no quarto dela. Era tão estranho ver ela naquele estado, só em pensar que a 3 dias atrás estávamos todos juntos, felizes, era realmente uma situação estranha.
Por volta das 14:00h Levi chegou no hospital e logo depois de passarmos toda a situação para ele, ele saiu com Breno para comprar comida (em outra circunstância ficaria desconfiada, porém nossa amiga está no hospital, então deixei passar) e voltaram 1h depois com comida mexicana. Comemos em silêncio no refeitório do hospital quando a mãe de Amanda chega perto da gente ofegante.

-Ela acordou gente, ela simplesmente acordou!!!

Pulamos da cadeira direto para o quarto de Amanda, é claro que de primeiro só quem entrou foi a mãe dela e Levi, mas logo em seguida entramos também.
Amanda foi liberada dois dias depois e era como se nem estivesse passado por tudo, estava saudável novamente.
Breno me mandou mensagem durante a tarde porque queria falar sobre o assunto proibido, o namorado da melhor amiga.

-Duda?
-oi.
-nós nos beijamos.
-quem?
-eu e Levi.
-O QUE? COMO ASSIM? BRENO!!! AMANDA ACABOU DE SAIR DO HOSPITAL.
-eu sei, e me sinto mal por isso, mas o que eu posso fazer? Eu realmente gosto dele e acho que é recíproco.
-a 1 semana atrás ele estava dizendo ao mundo que amava Amanda, como isso mudou tão rápido?
-bom, já tem um tempo que a gente vem trocando olhares, toques de mão... Mas só na viagem que realmente conversamos e então quando saímos do hospital, ele me chamou para ir na casa dele e nos beijamos, ele está indo agora conversar com Amanda, ou melhor, terminar com ela.
-vocês tem certeza disso?
-sim, eu de verdade estou me sentindo mal, mas não posso controlar isso.
-entendo. Enfim quando ele fizer isso, você tem que falar com ela sobre vocês, não quero ser a amiga que esconde que o ex está namorando escondido com um de seus melhores amigos.

Eu realmente não queria ser esse tipo de amiga e estava bem preocupada com o destino da nossa amizade, será que ela é forte o bastante para aguentar isso? Eu realmente espero que sim.

Seria Você A Pessoa Certa?Onde histórias criam vida. Descubra agora