Seria Você A Pessoa Certa?

Capítulo XIII

Acordei e me arrumei rápido, queria me livrar logo daquela angústia. Cheguei na casa de Giselle e ela já estava pronta, então fomos logo ao médico que não era muito longe dali. Ficamos em silêncio por um bom tempo até que ela resolveu falar alguma coisa.

-como foi ontem?
-muito legal até o momento que descobri a possibilidade da mulher que amo ter um tumor.
-você está chateada comigo?
-um pouco Giselle, você foi imprudente em esconder uma coisa dessas, por que não me disse antes?
-eu estava com medo tá bem! Eu estava com medo.

Ficamos em silêncio novamente até chegarmos no consultório que estava vazio.
Giselle foi falar com a recepcionista e não muito tempo depois, voltou e se sentou ao meu lado para esperar.

-senhorita Giselle Capistrano, sala 09.
-obrigada.

O médico não parecia ser muito velho exceto pelos cabelos brancos que já tomavam toda a sua cabeça, usava óculos e era quase da minha altura.

-tudo bem senhorita?
-mais ou menos doutor.
-está sentindo muita dor de cabeça?
-bastante ultimamente.
-e mais alguma coisa?
-enjôos, torturas, cansaço...
-a quanto tempo mais ou menos?
-2 meses.

2 MESES?! ELA ESTAVA SENTINDO ESSAS COISA A 2 MESES E SÓ ME FALOU AGORA?.
Não pude evitar o meu olhar de irritação para ela.

-e por que só veio ao médico agora?
-porque eu fui obrigada.
-pois fez muito bem em obrigá-la senhorita...
-Maria Eduarda.
-senhorita Maria Eduarda. Bem Giselle, vou te encaminhar para uma tomografia.
-ok.

Foram 45 minutos de espera agonizantes e então resolvi mandar uma mensagem para meu amigos.

-gente, estou no hospital com Giselle e estou com muito medo.
-o que aconteceu?
-ela está com suspeita de tumor, está fazendo uma tomografia, quando o resultado sair eu aviso a vocês
-tudo bem, nos mantenha informados.

Depois de muito tempo o doutor me chamou na sala dele, Giselle ainda estava na sala de observação, o que foi feito propositalmente já que ele queria falar sozinho comigo.

-os resultados não são bons.
-sério doutor?!
-sim, infelizmente ela está com um tumor no cérebro no grau 4.
-o que isso quer dizer?
-que não a nada mais que possamos fazer para curar ou melhorar.
-não doutor, deve a ver alguma coisa.
-infelizmente não.

Comecei a chorar na frente dele mesmo, não me importava mais com nada, eu só queria chorar e depois perceber que tudo foi apenas um sonho.

-quanto tempo ela tem?
-tomando alguns remédios paliativo, cerca de 1 ano.
-1 ANO?! AI MEU DEUS.
-calma, você precisa ser forte para ela, aliás você quer contar ou prefere que eu conte?
-vocês já tem uma relação de alguns anos, então pode contar, não me sinto preparada.
-ok, já volto.

Corri para avisar aos meus amigos, eu precisava de todo o apoio, precisava ser forte e encarar os fatos, dentro de 1 ano eu não há teria mais na minha vida.

-as suspeitas foram confirmadas, ela tem um tumor.
-mas pode ser tratado né?
-não, ela só tem 1 ano de vida.
-meu Deus Duda, eu sinto muito.
-eu também.

Sair do whatsapp e liguei para minha mãe.

-mãe?
-oi filha, está tudo bem?
-Giselle vai morrer mãe, ela vai morrer.
-como assim filha?
-ela tem um tumor.
-os tratamentos de hoje em dia estão mais evoluídos, ela vai ficar bem.
-não vai não -falei enxugando as lágrimas. Os médicos deram 1 ano de vida a ela
-filha, eu sinto muito mesmo, em que hospital você está? Vou para ir agora.
-não precisa, quero ficar sozinha com ela, só queria desabafar, beijos.
-beijos, te amo, qualquer coisa me ligue.

Fui andamos pelo corredor até chegar na porta do quarto de Giselle, me preparei psicologicamente e entrei.

-oi moça.
-oi -ela disse com uma voz um pouco rouca ainda da anestesia.
-como se sente?
-como quem acabou de descobrir que vai morrer -nesse momento ela começou a chorar.
-não faça isso senhorita Capistrano, não se entregue ainda.
-eu já me entreguei a 2 meses atrás. Você foi a minha esperança Eduarda, você foi o resto de felicidade que me restou e eu te amo por isso, mas acabou, acabou.
-não faça isso, por favor, você não pode entrar na minha vida, fazer com que eu me importe e depois ir embora.
-eu nunca vou embora, mesmo quando eu morrer, ainda vou está com você.
-eu te amo Giselle.
-eu te amo Eduarda.