Seria Você A Pessoa Certa?

Capítulo VIII

Já faziam dois dias desde o meu último encontro com Giselle e ainda não tínhamos nos falado, mas hoje era dia das minhas aulas com ela e é claro que eu estava nervosa.
Sonhei com o nosso beijo esses dois dias, eu tinha cada detalhe na minha mente, o jeito que as mãos dela tocava no meu corpo, a maneira como ela soltou o cabelo, a intensidade dos nossos lábios se encontrando, tudo estava na minha cabeça, até por que foi o melhor beijo da minha vida com a melhor pessoa que já tinha conhecido.
Levantei e fui para a escola pedindo a todos os santos para que o dia passasse rápido, eu só queria umas aulinhas de português particulares.
O dia foi normal (até demais, chegando a fase do chato) até a hora do intervalo, por que é claro que eu contaria tudo aos meus amigos, detalhes por detalhes.

-já sabíamos que isso iria acontecer.
-an? Que? Porque?
-Duda, você é imbecil ou se faz?
-porque gente?
-ela te olha desde o primeiro dia, você foi a única idiota acreditando que as intenções dela eram te fazer melhorar em português.
-claro que eram gente.
-e no primeiro encontro ela já te beija?
-o momento foi propricio para isso.
-aham, pode continuar se enganando.
-também acho. Vou ali buscar água, já volto -disse Amanda.

No momento em que ela arrastou a cadeira para levantar o mesmo garoto de dias atrás (se me lembro bem ele se chamava Claúdio) se esbarrou nela e derrubou todo o suco.

-PORRAAAAA. VOCÊ DE NOVO?
-DESSA VEZ A CULPA FOI SUA QUE LEVANTOU RÁPIDO DEMAIS.
-EU ESTAVA DE COSTAS, VOCÊ QUE É CEGO E NÃO VIU.
-AI GAROTA ME POUPE DE SEUS CHILIQUES, QUER ALGUM PANO?
-não, você já "ajudou demais".
-tá bem então, tchau.

Quando nos demos conta, o refeitório inteiro estava olhando para nossa mesa por que a) Amanda e Cláudio (acho que realmente esse é o nome dele) estava gritando e b) o suco tinha caido todo na blusa dela, o que fez desenhar tudo.

Quando o sinal bateu meu coração acelerou. Fui direto para casa dela (ela pediu para que eu fosse almoçar na casa lá). Quando cheguei a porta já estava encostada e então eu entrei de vez, apenas gritando se tom de pergunta se tinha alguém em casa. No momento em que passo pela sala ela aparece de toalha na minha frente. É claro que eu me assusto (mesmo já tendo visto muito além a dois dias atrás)

-AI MEU DEUS, DESCULPA, VI A PORTA ABERTA E ACHEI QUE PODERIA ENTRAR.
-mas você pode, a qual é... Não haja como se você já não tivesse intimidade suficiente comigo.
-e eu tenho é? -falei me aproximando dela.
-eu acho que sim né.

E então nos beijamos novamente até o momento em que eu encostei ela na parede e tirei a toalha.

-nossa! Pensei que tinha vindo aqui para estudar -falei depois de termos terminado.
-eu também, porém...
-como tudo isso começou?
-isso o que?
-nós duas. Eu me apaixonei por você desde o dia que te vir.
-então você está apaixonada?
-não se ache muito por isso.
-deixa de bobagem, eu também estou apaixonada por você.
-desde quando?
-muito antes de você.
-como assim?
-eu te vejo desde aquela festa junina. Eu trabalhava no pop's antes de ser contratada como professora, e sempre reparei em você.
-você andava me perseguindo?
-só um pouquinho.

Nos beijamos de novo, dessa vez com mais intensidade. Deitei encima e deixei minha mão passar por todo seu corpo enquanto sentia as suas unhas arranhar minhas costas, eu realmenfe nunca tinha sentido aquilo antes, aquela mulher despertava coisas em mim que ninguém conseguia a muito tempo.