Lorenzo....
Vejo a maneira que minha mãe toma seu café e minha vontade é de dar risada do jeito que ela segura a xicara.
-Lorenzo meu filho!- Minha mãe fala descansando a xicara sobre a mesa.
- Sim mãe!- Digo tomando mais um gole do meu café ,quando vejo que ela não vai responder até ter a minha atençao ,eu coloco a xicara sobre a mesa e a observo.
-Eu marquei um encontro pra você!- Ela fala olhando em meus olhos,ela sabe que eu não tenho tempo para isso.- Não me olhe assim,fiz por uma boa causa!
Ajeito minha gravata e tento não ser grosseiro com ela,logo depois da morte do meu pai minha mãe começou a me arranjar noivas e encontros que eu não consigo desfazer,tudo por causa da herança ,meu pai deixou o testamento em meu nome ,mas só poderei tomar posse depois que me casar.
Minha mãe esta desesperada por conta do dinheiro da nossa familia,o Café Portinni,e a nossa casa que vale um bom dinheiro,mas sinceramente eu não me importo com isso.
-Perdão mãe!- Digo colocando o papel toalha sobre a mesa e me levantando.- Tenho que ir!
Ela tambem se levanta me fazendo travar ,seu olhar me repreende e eu me sento novamente.
-Não seja tolo Lorenzo!- Minha mãe fala mantendo a voz calma ,mas como sempre arrogante.-Você vai estar nesse encontro ,só pra te ajudar ,marquei o encontro no Café Portinni,as sete da noite e pelo amor de Deus esteja bem arrumado!
-Mãe ja é o quarto encontro no Café!- Digo tentando fazer ela mudar de ideia.-Não tem medo do que as pessoas vão falar ?
Ainda em pé ela coloca as mãos na cintura e me encara.
-Não importa se é o quarto encontro !- Sua voz sai um pouco mais alto do que antes ,pelo jeito até Maria a empregada ouviu ,pois do nada ela surge atras da minha mãe.-E ninguem no Café sabe que você é um Portinni,pra isso acontecer você precisa se casar!
Olho diretamente para Maria implorando a ela que atrapalhe essa conversa,minha mãe continua me encarando mas eu não ligo para o seu chilic ,olho novamente para Maria e assim que noto que ela me olha eu levanto as sombrancelhas.
- Com sua licença Senhora Vitória!- Maria fala vindo na direçao da mesa e eu me levanto aliviado.- Preciso tirar a mesa!
Minha mãe encara Maria e se afasta ,eu vou até ela e lhe dou um beijo na testa.
-Estou indo mãe, pode deixar que eu vou a esse encontro !- Digo me afastando dela e vou em direçao a porta.- Tenham um bom dia Senhoras!
Saio de casa antes que minha mãe me xingue por ter chamado ela de Senhora,uma das coisas que ela odeia é se sentir velha ,ou ouvir a verdade.
Assim que chego na garagem Joaquim me entrega a chave do carro e se retira,antes de dar partida no Volvo eu me certifico de que o meu violao esta no carro ,só ai dou a partida e saio pelo enorme portao elétrico.
Minutos depois chego no meu trabalho,antes de sair do carro retiro meu terno e minha gravata e pego o meu violão,no meu trabalho não necessita formalidade,mas no trabalho que falei para minha mãe é necessario o uso de gravata.
Saio do carro e caminho em direçao a entrada da escola de teatro.
-Bom dia professor Enzo!- Uma moça passa por mim me cumprimentando e eu apenas sorrio.
Entro no primeiro corredor e caminho até a sala dos professores,assim que abro a porta alguns deles me olham mas voltam a tomar café.
Mal descanço meu violao sobre o pequeno sofá vago e Jotha o professor de teatro vem na minha direçao ,com as mãos no bolso da calça .
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A Noiva Que Pedi A Deus
RomanceLorenzo Portinni ,rico ,educado,mas liderado pela sua mãe que cismou com a ideia de que seu filho precisa se casar para herdar a fortuna deixado pelo seu pai. Cecília dos Reis,garçonete em um dos cafés mais caros da cidade ,odiada pela família ,tent...