Profanação. 3- Alienígenas do Passado.

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Uberaba - Minas Gerais, Brasil.
1990.

-Alex! _Gritou a voz de uma mulher loira, vinda de dentro de uma casa simples que ficava no terreno de uma fazenda. -Venha tomar banho para jantar, já chega de ficar jogando bola por hoje!
-Ah mãe! só mais um pouco? Já está quase acabando essa partida! _Respondeu Alex, um garotinho simples de doze anos com os traços da mãe. 
-Não enrola não menino já está ficando tarde! _Retrucou ela já um tanto impaciente, fechou a porta e voltou para dentro. Enquanto isso o menino continuou sua partida de futebol com seus amiguinhos que moravam ali dentro também, cinco outros garotos, quatro deles eram filhos dos patrões da mãe de Alex donos da fazenda, já um dos outros que estavam ali no meio Davi também era filho de outra empregada que também morava em uma casa na fazenda fornecida pelos donos. Eles sempre brincavam juntos nos arredores da região e costumavam ficar até tarde, apesar do costume dos pais irem dormir mais cedo, o sol já tinha se posto se passava das sete horas da noite.
-Alex, você não acha que está muito grandinho pra sua mãe sempre ter que colocar você pra dormir? _Zombou um dos filhos do dono, um rapazinho que possuía a mesma idade porém com uma personalidade menos humilde, driblou o garoto e depois fez o gol. 
-Já chega de humilhar por hoje, sua mamãe tem que dar de mama pra você ainda! _Pegou a bola e saiu junto com os outros, o único que ficou ainda ali foi Davi.
-Cara, nem liga pra o que o James fala, todo mundo sabe que ele é insuportável. _Tentou apaziguar a atitude grosseira do menino. 
-Já estou acostumado com ele Dav... _Um barulho de galho se quebrando veio de algumas árvores que ficavam perto do campo onde eles estavam jogando bola, estranhamente os meninos olharam para a direção, mas não viram nada de mais, estava um tanto escuro e as únicas luzes que iluminavam ali era a que vinha de dentro da casa de Alex e do clarão da lua, Davi com um pouco de raiva já das provocações, achou que fosse um dos outros garotos que estivessem escondidos pra dar um susto em Alex quando ele fosse embora, enfezado das brincadeiras idiotas contra seu amigo, ele começou a caminhar em direção as árvores e com a voz alterada, falando alto ele esbraveja. 
-Já estou de saco cheio dessas palhaçadas de vocês, sempre fazendo graça ou zombando do moleque, já vi que vocês estão atrás da árvore, saiam dai seus manés, só porque somos filhos das empregadas isso não da a vocês o direito de ficar zombando da gente o tempo todo... _O ser escondido por detrás da árvore não era um dos meninos, muito menos um animal, sem duvidas era algo que Davi jamais havia visto em toda sua vida, uma criatura estranha de aparência humanoide, magra, braços e pernas longos e acinzentados, olhos grandes e brilhantes, não possuía nariz e sua boca parecia fantasmagórica, pois ao sentir a aproximação de Davi, o ser conferiu se o garoto estava mesmo vindo, olhando por entre a árvore em sua direção, Davi pôde ver perfeitamente seu rosto e só o viu por completo quando a criatura soltou um urro e correu de forma inumana para o fundo do pequeno bosque de árvores desaparecendo na escuridão, o garoto ficou assombrado, e desacreditando totalmente do que havia visto, ficou em choque por alguns segundos e logo virou-se para trás voltando de onde veio e gritando assustado indo na direção do amigo e foi ai que ele presenciou outra coisa assustadora poucos metros antes de chegar até ele, Alex estava estranho, seus olhos estavam virados e completamente brancos, sua perna tremia como se estivesse em choque e seus braços, mãos e cabeça se contorciam como se estivessem tendo um derrame ou sendo possuído, não demorou muito e repentinamente um feixe de luz, instantâneo vindo do céu, lançou-se contra o garoto e ele desapareceu, assustado e sem entender o que estava havendo ali, Davi olhou para cima e viu algo inacreditável, um objeto voador enorme camuflado por entre a escuridão dos céus noturnos, algumas luzes piscavam alternativamente em cores claras e seu silêncio era absoluto, nem mesmo o raio de luz lançado fez nenhum alarde, a sensação dos ventos em que aquela coisa propagava eram gélidos e assustadores em quem estivesse próximo, ela ficou ali por alguns instantes, abriu-se uma comporta em sua lateral direita e o monstro que Davi havia visto penetrar a escuridão da floresta apareceu de novo, saindo do meio da penumbra das árvores novamente, ele parou por alguns milésimos, a alguns metros do garoto e o encarou, contorceu a cabeça como os cachorros fazem quando não entendem alguma situação e saltou, não um salto normal, suas pernas e seus joelhos se contorceram para trás e ele pulou como um gafanhoto para dentro da comporta, ela se fechou e em uma velocidade inexplicável o objeto voador não identificado desapareceu. 
Davi gritou e correu para dentro da casa da mãe de Alex, que quando contou todo o ocorrido todos entraram em desespero e pânico aquela noite. Já Alex desapareceu e nunca mais foi visto. 

Atualmente.

-Senhor Davi, desculpe a curiosidade, mas o que faz o senhor permanecer morando justamente na casa onde os próprios pais do garoto fizeram questão de abandonar, sabendo que ele foi abduzido neste campo de futebol logo em frente? _Perguntou o rapaz encapuzado, Davi agora já um homem adulto relembrando dos fatos ocorridos claramente daquela noite terrível, responde bem objetivado.
-Andei estudando essas criaturas desde então senhor, sei que quando eles deixam alguma coisa para trás eles voltam para buscar, pra jamais desconfiarem de sua existência. Prometi aos pais de Alex que o traria de volta um dia e eu vou. _Respondeu Davi com firmeza em sua decisão.
-Desculpe... Você disse "eles voltam para buscar", voltariam para buscar o que exatamente? _Perguntou curioso aquele homem desconhecido, Davi tirou do bolso o que parecia ser um bracelete metálico de alta tecnologia, e em seu corpo existiam runas marcadas em uma língua desconhecida.
-Encontrei isso perdido no meio das árvores em que o monstro se escondeu aquela noite, provavelmente ele deve ter deixado cair quando se assustou comigo e quando eles voltarem, estarei pronto. 

 
                        

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