Profanação. 8 - A Bruxa das Trevas

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-Houve um tempo a muito tempo, que já tive medo.
Hoje imponho medo, pois é dele que elimino meus anseios.

Florianópolis - Santa Catarina

Me chamo Yasmin tenho 24 anos sou dentista e dançarina, gosto muito de sair com amigas e em festas e o caso que vou contar agora quase não menciono ou toco no assunto, pois é algo que prometi jamais contar para alguém, mas algo diferente está me fazendo desabafar.
A uns 6 anos atrás conheci uma amiga ou devo dizer, nos tornamos melhores amigas.
Tínhamos os mesmo gostos por quase tudo, exceto por comidas.
Seu nome era Blanka e dava até inveja da beleza e do carisma que ela tinha, além de ser extremamente inteligente.
Por muitas vezes saiamos juntas nas noitadas, bebianos, nos divertíamos, fazíamos ainda mais amizades.
Nos tornamos verdadeiras irmãs.
Até que conhecemos 2 rapazes em uma festa e eles foram super gentis conosco e quando íamos embora no final, eles insistiram para que visitássemos a casa deles naquela noite, pois eles eram irmãos e moravam no mesmo local ali nas proximidades sozinhos, Blanka disse que não era uma boa ideia, até porque desde o começo do papo com os rapazes ela tinha ficado mais séria e quase não conversou com eles. E isso era incomum, já que ela sempre foi bastante carismática com todos, nesse dia eu estava um pouco alterada por ter bebido demais e acabei achando que era sisma dela, que ela estava sendo rude com os garotos e que estava até com ciumes de mim.
Acabei ficando um pouco irritada com ela e decidi ir com os garotos para o casa deles, disse para ela que se ela quisesse ficar na festa sozinha ou ir embora sem mim podia.
Mas mesmo emburrada ela decidiu vir junto comigo e com os garotos.
Entramos no carro deles e lá fomos nós, chegamos na casa que parecia ser muito chique, cheio de vidros e de moveis bem organizados.
Decidimos ficar um pouco no sofá abraçados contando histórias de nossas vidas e rindo de algumas coisas bobas que já passamos, mas Blanka ainda estava incomodada com alguma coisa, apesar de tudo ainda sim conversava com os garotos normalmente.
Jean, o irmão do garoto que eu estava ficando aquela noite, estava insistindo para ficar com Blanka desde que começamos a conversar na festa, dando investidas leves e tentando agrada-la, mas a situação ali não estava nada fácil, a garota estava difícil naquele dia.
Então decidi ir para o quarto com Niki o garoto que me conquistou aquela noite.
Assim fui, achei que ela iria gostar de ficar sozinha um pouco com Jean.
Mas nesse momento Jean tentou beijar Blanka e ela desviou e decidiu que ia embora, porque aquilo já estava ficando chato demais para ela, e quando ela pegou sua bolsa em cima da mesa de vidro da casa dos rapazes e me puxou pelo braço para irmos, eles se transformaram de pessoas carismáticas para 2 psicopatas.
Niki pulou na frente da porta e trancou tirando a chave, dizendo que ninguém ia sair até que eles tivessem saciado seus desejos e se fossemos boazinhas não nos machucaria, nesse momento fiquei assustada eles estavam bem diferentes e nos ameaçando.
Jean puxou Blanka pelo braço bruscamente e foi beijando-a pelo pescoço, segurando-a com tanta firmeza que a pele pálida dela arroxeou quase que instantaneamente.
Niki então foi me empurrando pelo peito até eu tropeçar na beira da perna da mesa e cair de bruços no chão, eu e ela estávamos de vestido o dela era preto e o meu vermelho, eles foram nos molestando com suas mãos nojentas e subindo nossas saias e nos xingando, eu só tinha a reação de tentar gritar e chorar até Niki, mandar eu calar a boca ou ele iria me bater, mas eu estava com muito medo, tentei fugir dele me arrastando pelo chão mais ele pulou em cima de mim e me deu um tapa no rosto, uma, duas e na terceira vez ele me deu um soco, eu mau consegui abrir os olhos naquele momento, doía demais e o sangue escorria da minha boca, eu só pedia a Deus para que tudo aquilo acabasse logo e talvez pudêssemos ir embora com vida.
Até que de repente ouço um estalo horrível, era Jean quebrando o pescoço de Blanka por ela ter mordido sua boca e arrancado um pedaço de seu lábio e xingando-a de todos nomes horríveis.
Nesse momento eu gritei e chorei ainda mais em desespero quando vi o corpo dela jazer no chão, minha amiga acabará de ser assassinada em minha frente e tudo era culpa minha, por ter aceitado aquela carona.
Jean veio feroz  pra cima de mim também, dizendo que agora só havia sobrado uma carne fresca para saciar seus desejos, naquele momento eu me senti um lixo, horrorizada com tudo aquilo e traumatizada, os dois vieram em cima de mim e quando penso que aquela seria a pior de todas as experiencias da minha vida, ouço mais uma vez aquele estralo de pescoço quebrar, quando abri os olhos era Jean com o a cabeça voltada para trás e o corpo para frente, suas mãos estavam em choque tremendo como uma barata morta ele caiu de joelhos e depois no chão, morto. Ao ver aquilo fiquei ainda mais horrorizada e desesperada, o que estava havendo?
Não estava entendendo mais nada agora, será outro alguém que estava com eles teria feito isso? a porta estava trancada não havia como alguém entrar, até que vejo Blanka levantando fantasmagoricamente como uma assombração do chão e sua mão direita estava erguida fazendo alguns sinais, logo seu corpo se estabilizou de pé e seu pescoço que estava torcido se deslocou e voltou ao normal, ela o estralou de um lado para o outro e o colocou no lugar.
Eu e Niki vimos toda a cena desde o inicio, ele saiu de cima de mim e agora não sabia quem é que estava mais assustado ali, ele ou eu.
Niki então mandou Blanka ficar longe dele e começou a chama-la de demônio, monstro e por fim a chamou de bruxa, Blanka então retrucou.
-Bom finalmente você acertou!!
E com sua outra mão ela levitou Niki sobre a sala e o fez quicar entre o teto e o chão 8 vezes até que ele morresse de esmagamento interno e ossos quebrados.
Eu não sabia se agradecia ou se rezava para que ela não fizesse aquilo comigo também, ainda tremendo de medo de tudo aquilo, Blanka foi se aproximando de mim agachou-se próximo e passou sua mão sobre meu rosto, naquele instante achei que eu fosse morrer.
Mas na verdade ela me curou, todos meus ferimentos desapareceram, ela também limpou toda a bagunça que estava na casa e abrindo um portão no chão, lançou o corpo dos rapazes na fenda.
Depois disse que ia apagar minhas memorias, para que eu não lembrasse de nada daquilo, mas eu insisti que gostaria de lembrar de tudo e que não contaria para ninguém, havia sido uma promessa pois ainda queria lembrar de nossos bons momentos juntas e foi assim que ela disse que abriria apenas essa unica exceção, mas que nunca mais poderíamos nos encontrar novamente e foi assim que ela também pulou no portal e nunca mais nos vimos.

-Desculpe senhor, mas não consigo te dizer mais nada e nem onde ela está neste momento.
Afirmou cabisbaixa Yasmin para o senhor de capuz.

-Tudo bem. _Respondeu o rapaz encapuzado, abaixando o braço com um bracelete metálico contendo runas escritas que nesse momento brilhava e o escondeu em sua manga.
-Apenas poderia me informar o endereço da casa dos garotos que molestaram vocês?

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