Capítulo 2 - Infância e Adolescência

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Boa noite! Final de domingo e nada melhor que um capítulo para lermos antes de dormir.

Boa leitura!

Quando penso em Rúbia, apenas uma imagem vem a minha mente: a de uma mulher totalmente frustrada e infeliz que trouxe essa mesma amargura para as pessoas ao seu redor, porque não aguentou ver a felicidade dos outros. Quase todo mundo tem algum trauma de infância ou adolescência, mas quando somos adultos cabe a nós escolhermos o caminho correto e deixar os traumas no passado. Perdoar aqueles que nos magoaram e seguir em frente.

Rúbia em nenhum momento conseguiu prosseguir e a devastação dos atos cometidos, atingiu tanto a ela, quanto a todos que amava. Ela esqueceu o amor que teve no início da sua vida e deixou que o ódio e a mágoa tomassem lugar em seu coração.

Até a idade de quatorze anos, ela viveu tranquilamente e em paz com todos. Gostava de proteger Renata quando lhe provocavam no colégio e nunca deixava que a fizessem de boba. Sua irmã era seu bem mais precioso e a cumplicidade era notória.

Tudo começou quando achou que seu pai tinha que deixá-la sair com pouca idade. Ele não estava de todo errado, mas poderia ter levado e buscado a menina. Temos que ensinar nossos filhos a ter responsabilidade e somente dando pequenas tarefas é que conseguimos isso com êxito. Proibir sem ensinar é o mesmo que empurrar para o erro, pois nós, seres humanos, temos a tendência de ir atrás do proibido.

Quando ela começou enfrentar a família e sair contra a vontade deles, as coisas começaram a esquentar em casa. O temperamento de Renata era o oposto de Rúbia. Enquanto uma amava ficar em casa, na companhia dos pais e Ruan, a outra gostava de ir às festas e baladas. Eram apenas gostos diferentes que foram interpretados como desobediência e afronta.

Volto a repetir, se os pais tivessem entendido que elas eram pessoas distintas e entrado em acordo com elas, muitos problemas teriam sido evitados. Não estou dizendo que os pais têm que deixar os filhos fazerem tudo o que querem, por que isso é errado, todavia têm coisas que não são errôneas, são apenas pontos de vista distintos. Diálogo e ensinamentos são vitais na criação dos filhos.

A diferença de gostos fez com que as irmãs não ficassem mais tão unidas. Não porque deixaram de se amar, apenas cada uma tinha sua maneira de se divertir; porém como Rúbia era diferente de Renata, talvez a inexperiência, a imaturidade ou até mesmo a imposição dos pais de que elas fossem iguais, gerou uma disputa inconsciente entre elas.

Renata gradativamente se aproximava da família por querer sempre agradar aos pais, e Rúbia se afastava cada vez mais, pois queria viver sua liberdade, independente de estar satisfazendo os gostos paternos ou não.

Quando ela completou quinze anos, resolveu perder a virgindade e o escolhido foi justamente Ruan, pela proximidade deles e por achá-lo muito bonito. Fora que a amizade e o carinho já eram antigos, trazendo a ela uma sensação de conforto. Segue o trecho do seu diário.

Ávila, 26 de março de 1989

Querido Príncipe,

Tenho uma novidade para lhe contar: prepare-se porque vou descrever meu dia maravilhoso. Fiz algo que deixaria meus pais e Renata mais irritados, mas ‘euzinha’ estou muito feliz. Eu fiz por mim e não por eles.

Hoje o dia parecia mais belo! Meu aniversário de 15 anos! Apesar de Renata estar ao meu lado quando chegamos ao colégio, foi a mim que Ruan abraçou primeiro. Nunca havia acontecido isso quando estávamos nós duas juntas. Deu-me apenas mais certeza da decisão que eu havia tomado: ERA HOJE!!!

– Bom dia, princesas! Feliz aniversário Rúbia! Vamos sair para comemorar depois do colégio?

– Bom dia, Ruan! Vamos sim! - respondi recebendo seu abraço.

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