café

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Camila P. O. V.

Foi extremamente estratégico dormir em cima da Dinah, só assim teria certeza de que acordaria e ela estaria comigo ainda. E foi exatamente o que eu pensei. A vi mexendo em seu celular, sua expressão não era nada boa, até me ver.

Dinah: Bom dia flor do dia! - sorrio para ela.

Eu: Bom dia, Mommy! - sim, a chamo assim de propósito também.

Dinah: Vamos tomar café? Você pode tomar banho aqui e eu vou para o meu quarto.

É impressão minha, ou ela está fingindo que nada aconteceu ontem? Estranho.

Eu: Toma banho comigo? - começo a fazer um leve carinho em seu rosto.

Dinah: É melhor não, tenho um compromisso e não quero me atrasar.

Eu: Mas Mommy, hoje é feriado.

Dinah: Como já disse, é melhor não, Camila! - ela diz com um tom mais severo em sua voz.

Mas como pode mudar tão rapidamente de humor?

Eu: Ok... - me levanto e vou ao banheiro. Tento pensar em algo que possa ter acontecido para ela estar tão fria comigo, mas não consigo achar um motivo decente. Então logo decido tomar banho. Por alguns segundos fiquei espantada com o tamanho do banheiro. Parece com o da casa de Harry.

Ah meu Deus!

Eu deixei Harry me esperando ontem, ele deve estar louco atrás de mim. Termino o banho, me enrolo em uma das toalhas que encontrei no "armário" abaixo da pia. Volto para o quarto e percebo estar sozinha nele. Acho o meu celular nas minhas roupas do dia anterior e vasculho as minhas mensagens. Havia respondido Harry por mensagem? Eu definitivamente não lembro deste momento. Me visto com pressa ao ver o horário, saio do quarto antes das duas da tarde. Me apresso em procurar Dinah. A vejo tomando algo em uma xícara, provavelmente é café. Sei que ela ama café. Uma das únicas coisas que sei sobre ela. A mesa é enorme, mas apenas dois lugares postos, inclusive uma empregada retirava um. Suspirei e entrei na sala, que julgo ser de jantar.

Dinah: Que bom que já está pronta, sente-se e tome seu café! - obedeço-a calada.

Me sento na sua frente e logo a empregada me serve, agradeço-a com um sorriso envergonhado. Dinah mal me olha, não tira sua concentração do jornal. Tomo um gole do café.

Dinah: Daqui a meia hora o meu motorista vai te levar para casa. - ela diz, novamente sem me olhar.

Eu: Eu pensei que ficaríamos mais um pouco juntas, Mommy... - falo manhosa.

Dinah: Não, pensou errado! - diz curta e grossa.

Segundos depois, ela abaixa seu jornal e o dobra pondo-o na outra cadeira. Vejo sua feição, neutra aparentemente.

Eu: A senhora quer que eu vá embora?

Pergunto, mas admito sentir um leve medo da sua resposta.

Dinah: O quê você acha!? - ela arquea uma de suas sobrancelhas ao finalmente me olhar.

Eu: Acho que você e eu temos que conversar sobre o que aconteceu nesta madrugada. - mordo o meu lábio inferior, por medo mesmo, e antes que ela começasse, continuo. - Foi maravilhoso! Nossa relação pode ser assim, não acha? Não seria muito diferente do que já é. Você pode parar de me dar a mesada, e podemos nos ver com frequência. Claro, sempre que você estiver disponível, Mommy. - finalizo chamando-a assim por um simples motivo, sinto que ela fica mais "sensibilizada" sempre que a chamo assim.

Dinah: Camila, ontem você extrapolou todos os seus limites comigo. Você sabia e sabe exatamente o seu lugar na minha vida. Eu te adoro e te mimo, mas é só isso! Coloque na sua cabeça que, isso nunca mais se repetirá, inclusive... A partir de hoje, você não é mais a minha Sugar Baby! - ela joga essa bomba sobre mim e se levanta saindo da sala.

Levanto de imediato e vou atrás dela.

Eu: Mas isso não pode ser verdade! Mommy, que brincadeira é essa? - digo indignada e ela se vira para mim enquanto paro de caminhar ao chegar perto da mesma.

Dinah: Brincadeira? Eu pareço estar brincando, Karla? - a mesma me olha com desdêm.

Eu: Não pensei que isso fosse acontecer... Me dê mais uma chance, por favor! - instantaneamente faço bico.

Dinah: Não!

Eu: Mas Mommy... - me aproximo dela e a abraço.

Dinah: Você está abarrotando toda a minha roupa! - ela diz ríspidamente.

Eu: O quê quer que eu faça para mudar de idéia? - levanto a cabeça e a encaro por alguns segundos, tentando não lembrar que estou com o rosto colado em seus seios.

Dinah: Você pode começar por me respeitando como sua Mommy! - confirmo com a cabeça imediatamente.

Eu: Farei o que você mandar!

Dinah: Ótimo! - ela me afastar de seu corpo. - Então, sem retrucar, você vai ir para sua casa e vai esperar que eu entre em contato com você.

Eu: Ok, mas quero lhe fazer uma pergunta!

Dinah: Sim?

Eu: Você tem acesso ao meu celular?

Ela não transmite expressão nenhuma, até abrir um lindo sorriso.

Dinah: Você achou mesmo que eu não controlaria seus passos? - ela cruza seus braços ainda sustentando o seu sorriso.

Eu: Certo...

Estou lidando com uma pessoa controladora e stalker. Suspiro e finjo um sorriso satisfeito. Abraço-a novamente e beijo sua bochecha.

Eu: Tenha um bom dia, Mommy!

Dinah: Fique em casa o dia todo!

Percebi que ela saberia se chamasse alguém. E a essa altura, deve ter acesso até mesmo ao telefone residencial da minha casa. Apenas confirmo com a cabeça. Ela me leva até o carro do seu motorista. Ele diz a ela que já levou sua irmã para o shopping e estava pronto para me levar, seu carro parecia muito com o que faz ronda na minha casa. Pode ser o mesmo. Não dei muita importância para isso agora, pois da minha cabeça não saía o que Dinah havia me falado. Não entendo como ela pode mudar tão rapidamente de humor ou até mesmo de idéia. Nossa noite foi maravilhosa, não lembro de nada parecido desde que Ally se foi. Com outras pessoas eram transas sem paixão alguma. Já com Dinah, eu senti que seu corpo era meu, e eu precisava ter ele de uma vez. Bem, agora eu nem sei mais se terei ela em meus braços novamente, nosso relacionamento é muito complicado.

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