Descoberta

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Camila P. O. V.

Harry: Não sei porquê, mas estou achando tudo isso muito estranho. Não estou gostando.

Eu: Ela é estranha mesmo, mas eu gostaria dela supera tudo isso.

Harry: Mila, essa mulher é doida! - abaixo a cabeça. - Pelo que você me contou, essa daí é pior que o Christian Grey.

Eu: Não exagere!

Harry: Ah não? Controladora deste jeito? Aposto que ela só te pediu desculpas para te levar pra cama.

Eu: Eu não acho isso! - cruzo os meus braços. - Ela deve estar armando alguma coisa...

Harry: Estou começando a ficar com medo por você.

Eu: Não me ponha medo, tenho muitas coisas para descobrir sobre ela ainda.

Harry: Ok Mila, se você quer brincar de FBI, brinque sozinha!

Eu: Grosso!

Harry: Desculpa Mila, sabe o que é? Estou morrendo de sono! - ele diz indo para sua cama, acompanho-o.

Eu: Ok, vamos dormir logo! - beijo sua bochecha e viro para o lado contrário ao dele.

Harry: Boa noite, Sugar Baby! - reviro os olhos.

Eu: Idiota! - ouço seu riso baixo.

[...] Cinco meses depois...

Quarto mês após eu me demitir. Estou levando a vida de riquinha que eu sempre quis ter. Uma vida dupla, pois minha mãe nem desconfia de tudo isso. Queria poder faze-la se demitir e viver essa vida comigo, mas provavelmente ela reprovaria o meu comportamento e principalmente meu relacionamento totalmente abusivo com a Dinah. A alguns meses ela vem me deixando ser mais como sua "namorada", mas ao mesmo tempo tudo tem sido pior. Descobri que ela tem um apartamento no mesmo bairro que o meu.

De vez em quando ela me convida para ir lá, quando insisto muito, transamos. Fora isso, são punições com isolamento no "meu quarto" e até mesmo agressões físicas. Meu amor por ela é cego e doentio, pois continuo a defende-la mesmo depois de tudo. Harry me desaprova por causa disso, e também por um dia em que ele e Dinah se encontraram e discutiram sem motivo algum. Um não gosta do outro.

Hoje foi um dia em que almocei com a Dinah em um restaurante perto do shopping. Felizmente ela me tratou super bem, parecia estar com saudades de mim. Me deu até um presente, uma gargantilha de prata com um "D" pequeno, com um minúsculo diamante nele. Após ela me deixar no shopping por ter um compromisso inadiável, fiz algumas compras.

Nada que necessariamente precisasse, mas sim por ter dinheiro para comprar. Voltei para casa ao anoitecer. Aparentemente minha mãe não estava, mas algumas luzes estão acesas. Subo para o meu quarto, e para a minha surpresa, minha mãe sai de seu quarto e vem até o meu quarto.

Sinu: De onde veio essas coisas, Camila?

Me viro para ela depois de jogar algumas sacolas de grifes famosas sobre a cama.

Eu: Mãe, são presentes!

Sinu: De onde? Quem deu a você? - vejo-a cruzar seus braços e a famosa expressão raivosa dela tomava conta de sua feição.

Eu: Uma amiga!

Sinu: Devolva tudo, Camila! Eu disse para você não se misturar com as pessoas ricas da cidade! - seu tom de voz se eleva, mas não chega a gritar.

Eu: Não vou! Nunca que com os nossos salários eu vou poder comprar todas essas coisas. - minha mãe caminha até o meu guarda roupa, abrindo-o, e vendo as inúmeras roupas de marcas caras que há ali.

Sinu: Roupas, maquiagens, bolsas, sapatos, dinheiro... - ela vira seu corpo em minha direção. — Quem é essa amiga? Eu aceito que você seja bissexual, mas isso é quase se prostituir, minha filha.

Eu: Isso não é se prostituir, mãe! Isso se chama ajudar alguém!

Sinu: QUEM? QUEM VOCÊ AJUDA? - ela se altera e se aproxima de mim. Dou um passo para trás, temendo que ela se aproxime mais de mim.

Eu: Minha Sugar Mommy! - ela arregala seus olhos.

Sinu: Karla...

Eu: Eu gosto, mãe! Eu escolhi ser uma Sugar Baby! - sorrio sem mostrar os dentes.

Sinu: Filha, isso é errado!

Eu: Mãe... - rapidamente ela levanta sua mão, depositando um tapa forte na minha bochecha esquerda.

Sinu: Independente de quem seja, devolva tudo! - olho para ela como os olhos marejados, com a mão esquerda na bochecha que arde incansavelmente.

Eu: Não! Eu não vou devolver!

Sinu: Eu não pus uma filha no mundo para virar vadia de uma ricaça! - ela anda de um lado para o outro no meu quarto. - Encontrei a Joane Jones na última semana e ela falou a falta que você faz no DriveBe... Eu não queria acreditar que a minha própria filha estava escondendo sua vida de mim.

Vejo minha mãe chorar, isso me parte o coração.

Eu: Me desculpe, mãe, eu ia te contar, mas sabia que reagiria assim.

Sinu: E como não reagir assim, Camila? Você sai por aí se oferecendo para as pessoas ricas, em troca de roupas e dinheiro? - ela me olha. - E esta gargantilha? Sua dona te deu?

Eu: Foi apenas um presente, mãe! Nada demais...

Sinu: O quê eu fiz de errado na sua criação? Sempre soube que você era ambiciosa, mas não ao ponto de se vender. Eu não te reconheço mais, Karla Camila.

Eu: Mãe... Eu continuo a mesma! - minhas lágrimas já escorrem pelo meu rosto.

Sinu: Não! Você não sabe o desgosto que estou sentindo agora, Camila. - tento abraça-la. - Não encosta em mim! - ela me empurra. - Mas é claro... Como nunca desconfiei... Um ano de luxos, dando desculpas esfarrapadas, viagens que dizia ser com o Harry. Jantares luxuosos. Tudo... - Não digo nada, apenas abaixo a cabeça. - Já que você já tem dinheiro pra suficiente, já pode morar sozinha ou com a sua máquina de dinheiro.

Eu: Mas mãe, a minha casa é aqui!

Sinu: Não é mais! - ela me lança um olhar desprezível. - A partir de hoje, você não mora mais aqui, Camila! Quer se vender? Tudo bem, mas longe de casa. Você tem uma hora para arrumar as suas coisas e ir! - ela sai do meu quarto sem me deixar falar nada, sem reação.

Seco as minhas lágrimas, mas elas insistem em voltarem a descer, ignoro-as e pego o meu celular. Pensei em ir para casa do Harry, mas os seus pais iriam querer saber de tudo. Minha única e última esperança é a Dinah. Mando várias mensagens para ela explicando o que havia acontecido, sobre a briga com a minha mãe.

Após alguns minutos de puro vácuo, ela só me respondeu com um "Ok" e que logo o seu motorista que faz ronda na minha casa iria me levar para o seu apartamento. Arrumei tudo o que tenho em duas malas grandes e uma mochila. Passo por minha mãe, que bebia vinho. Minha mãe nunca foi de beber muito, mas ela bebia já até a metade da garrafa enquanto chorava. O motorista de Dinah estava já me esperando.

Eu: Me perdoe, mãe, eu te amo! - digo e a vejo chorar mais ainda.

Entro no carro de Dinah e volto a chorar descompensada. Quando chego no apartamento, meu novo lar, sou recebida por Dinah de braços abertos para me abraçar. Abraço-a com força. Ela sussurra em meu ouvido que tudo ficará bem, tento acreditar em suas palavras, já que o pior ainda está por vir. Morar com a minha Mommy.

Sugar Baby || Caminah ||Onde histórias criam vida. Descubra agora