Capítulo 1 - O Baile de Máscaras

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Os primeiros raios de sol surgiam no horizonte e começavam a iluminar todo o vilarejo. Lúcio acorda com o canto dos galos ao redor de sua casa, empunha a espada e parte para seu treino, passando por toda a vila e cumprimentando todos com um sorriso no rosto.

Ele era um grande cavaleiro, apesar de ainda não nomeado; tão famoso por seus atos de coragem quanto por seus atos atrapalhados, fato que o fez ficar conhecido como Lúcio, O Desastrado. Ele vivia apenas para a universidade onde estudava. Tinha uma boa vida, algumas justas eventualmente, bailes, algumas donzelas... mas sentia que algo faltava. À noite iria a um baile, e já planejava como e quem iria cortejar com seus companheiros.

Ao anoitecer, chegou lá com sua carruagem. O baile era em outro reino, próximo de onde morava, e também era lá onde ele estudava, e passava a maior parte do dia, não agora, pois estava em recesso. Encontrou seus amigos, a maioria com o rosto disfarçado por máscaras de diferentes tipos e tamanhos. Ele fora fantasiado com sua amiga como Robin Hood e Marian, já que ambos eram fãs da história, muito popular na época. Se naquela noite ele encontrasse uma donzela para galantear, ótimo, mas não era um problema apenas dançar a noite inteira com seus amigos. E assim a noite passou, com muitos cortejos, gargalhadas e danças, todos se divertiam e a noite parecia que não ia ter fim, colorida pelas fantasias e mascaras que preenchiam o salão e pareciam lhe dar vida, com todos dançando ao mesmo ritmo e com roupas totalmente diferentes do que usariam no seu dia a dia.

No final, dançou e dançou e acabou encontrando uma dama, com a qual aproveitou alguns minutos, para depois receber os vivas de seus amigos, mas aquilo não o completava, e ainda parecia deixar maior o buraco em seu peito, que agora era protegido por um escudo quase impenetrável, que fora construído para protegê-lo, não de espadas ou flechas, mas da arma mais cruel e dolorosa de todas: um amor não correspondido.

Na volta para casa, ele sorria, a noite tinha sido boa, no entanto, nada diferente dos outros bailes que já fora. Mas, naquelas poucas horas de músicas e fantasia, algo havia mudado, e ele não fazia ideia disso. Entretanto não havia um dia que passasse sem que o - nem tão - nobre rapaz se perguntasse o que lhe faltava. Tinha bons amigos, uma família amorosa, todos diziam que um futuro brilhante, mas ainda assim se sentia sozinho, e ainda tinham os dragões, com quem ele batalhava diariamente, e já começava a pensar que sem ajuda ele não venceria mais as batalhas, e que seria consumido pelo fogo ardente. 

A Ira do DragãoWhere stories live. Discover now