Capítulo 7 - O Final

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O Dia do Amor agora se aproximava, e Lúcio se preocupava cada vez mais. Estela teria inúmeros testes naquela semana, e tudo parecia dar errado, mas ele sabia que não iria desistir. Planejava agora a maneira que iria fazer o pedido e onde o faria.

Ele pensara em perguntar para as amigas da princesa, e o fez, reuniu assim o máximo de informações que pôde e pensou no pedido perfeito: iria levá-lá ao melhor restaurante do reino, e lá, com rosas vermelhas e música, faria o pedido. Pediu a opinião de seus amigos e dos amigos dela, todos concordaram, e agora ele se via completamente confiante. Então, convidou a princesa para que fossem comer em algum lugar na noite em questão, já com tudo planejado, no entanto, a maior surpresa de todas! Estela disse que gostaria que ficassem em casa, pois era algo mais do seu feitio. Naquele momento toda a confiança do cavaleiro se desfez em um segundo, e todos os seus planos foram por água abaixo.

Ele pensava e pensava mas não conseguia encontrar um jeito de tornar uma ida ao castelo da princesa especial, já que ele já fazia isso todo fim de semana. Então, seu pai lhe deu uma grande ideia: comprar uma caixa com bombons, e lá ele colocaria um bilhete com o pedido. A ideia era perfeita, e agora só faltava pô-la em prática. Ele comprara então a rosa, os bombons e um urso, para ser o mais clássico possível, como vira em todos os poemas de romance.

Chegado o dia, tanto na sua universidade quanto na de Estela, havia a troca de cartas de amor, e Lúcio não poderia perder esta oportunidade. Conversou com uma amiga da princesa e ela aceitou levar sua carta ao correio da universidade, para então ser entregue à Estela. Como ele ficou sabendo depois, ela ficou em estado de choque, ele achou a reação um tanto exagerada, mas horas depois ele descobrira o porquê: ela também lhe enviara uma carta, mas esta tivera algumas complicações e demorara mais para chegar. Sem combinação nenhuma, os dois trocaram cartas de amor, e aquilo para ele era mais um sinal do destino.

No entanto, as coisas pareciam simplesmente não funcionar. Ele tentara sair mais cedo da universidade e não conseguira, seus presentes demoraram a chegar e, enquanto falava com a mãe de Estela, descobrira que seria um problema entrar na casa sem que ela o visse, para então esconder os bombons, a rosa e o urso. Assim, enquanto ia pra casa ele pegava os presentes e ainda bolava um plano com sua futura - ele esperava - sogra, fazendo tudo ao mesmo tempo para que tudo ocorresse perfeitamente como o esperado.

Chega a hora de ir até o castelo de Estela. Chegando lá, entra por uma entrada secreta revelada pela rainha, e esconde os presentes. Então sai, e novamente entra pela entrada da frente, como se nada tivesse acontecido. A princesa logo chega para lhe receber e a noite corre como qualquer outro encontro, eles conversam, riem, mas a princesa parece incomodada com alguma coisa, e ele não sabe decifrar o que é. Conforme as horas passam, ele vai ficando mais nervoso, pois sabe que está chegando a hora de fazer o pedido. Decide então ordenar aos servos que tocassem algumas canções, e tenta falar as palavras bonitas em que tinha trabalhado, mas percebe que elas sumiram como fumaça, então tenta simplesmente falar o que sente. Ao passo em que ele termina, segue para outra sala e pega os presentes, volta e, então, finalmente, fala as palavras que tiveram o peso de elefantes para saírem como uma pluma. Ela sorri e diz que sim, e naquele momento ele sente que o dragão morria agonizante, e que nunca mais o veria de novo.

Mas este, definitivamente, não é o final da história.

A Ira do DragãoWhere stories live. Discover now