Capitulo 4 - O Castelo

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Alguns dias se passaram desde a justa, e milhares de pensamentos pela cabeça de Lúcio. Ao mesmo tempo que sentia que tudo ia bem, ele sentia que tinha estragado tudo - de novo. Mas agora ele não estava mais disposto a desistir, e dessa vez iria até o fim.

A todo momento a dama de companhia lhe contava os segredos da princesa, e ele não sabia se gostava ou não disso. Por um lado é bom saber as estratégias do inimigo antes de atacar, mas você pode se preparar para essas estratégias e ele as mudar, e então você se vê totalmente perdido. Além do mais ele sempre gostou se surpresas.

Certo dia, enquanto trocava cartas com Estela, ele recebe um convite para um jantar em seu castelo, onde também estariam os amigos da princesa, algo como uma festa informal, e ele sente que seus ossos se transformam em pó. Nunca tivera feito isto antes, e ele só conseguia pensar em como iria se vestir, comer e se comportar. Mas se sentia confiante, pois a dama lhe confiara que a festa era só um pretexto para que ele e a princesa se encontrassem, e esse era o lado bom de ter uma informante.

Ele passa a semana bolando estratégias e planejando tudo que iria falar e fazer, mas sabe que na hora será como se tomasse uma poção de esquecimento. Chega então o grande dia, e ele se dirige ao castelo. É recebido com trompetas, criados e inúneras velas, nunca antes vira tal luxo. A princesa vem recebê-lo, e então o apresenta aos seus amigos. Todos eram muito amigáveis, o que não quer dizer que fossem gostar dele.

Eles resolvem começar a noite com alguns jogos até que todos cheguem para o banquete, o que foi uma péssima ideia. Lúcio, com seu espírito de cavaleiro, tinha um péssimo espírito esportivo e uma sede mortal pela vitória, o que o tornava competitivo em absolutamente qualquer coisa. Não terminara a primeira rodada ele já estava prestes a discutir sobre alguém trapaceando, mas então percebeu a posição em que estava e resolveu que era melhor se silenciar, pois afinal roubando ou não ele ganharia no final - e o fez, importante ressaltar.

Terminados os jogos e com todos presentes, inicia-se o banquete. Lúcio e Estela sentam-se lado a lado, e trocam carícias por toda a noite. Todos riem, comem e se divertem, e pouco a pouco o cavaleiro se sente mais a vontade, até que o pior de tudo acontece. A comida estava envenenada? Não! Um gigante adentrara o castelo arrebentando as torres com sua clava feita de um pinheiro? Bem que ele gostaria! Quando menos percebeu, e no momento em que trocavam carícias, a rainha aparece à porta da sala em que estavam, e Lúcio fica vermelho como um tomate, e sente que pode explodir a qualquer momento. Por meses ele não sabe se ela o congelou ou se ele simplesmente travou, mas ele não conseguia se mexer de maneira alguma. A princesa se retira para atender ao chamado da mãe e logo volta, para a noite continuar normalmente.

Todos põem suas expectativas sobre o casal, para que finalmente se beijem, mas nenhum dos dois parece se sentir confortável com isso. Até que Lúcio descobre que a entrada da rainha não tinha sido a pior coisa que poderia acontecer, e que não era nada comparada ao acontecimento atual. Seria agora um dragão que queimava todos com suas chamas? Nem perto! Então um exército de bárbaros que saqueava a vila? Seria menos perigoso! Agora o rei adentrava na sala para falar com a filha e, como ironia do destino ou alguma maldição, novamente eles trocavam carícias, e Lúcio novamente fora congelado, mas dessa vez não tinha certeza se voltaria ao normal.

No final, seus pais chegam para levá-lo para casa, e tudo correra relativamente bem, mas o beijo não acontecera, e ele não sabia quem não o tinha dado, mas isso era o que menos importava. Agora nosso cavaleiro viaja para sua vila, imaginando o que o futuro lhe reserva, e se finalmente encontrara alguém lhe acompanhar em sua jornada. 

A Ira do DragãoWhere stories live. Discover now