Parte nove - Lagrimas de esquecimento

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De certa forma fiquei feliz. Era bom ver que ele estava bem.

- Oi. – Disse ele caminhando vagarosamente para perto da minha cama e se encostando à cama ao lado.

- Oi. – Respondi tentando me levantar, e surpresa, o vi arrumando minha cama para que eu pudesse ficar sentada.

Ele olhou por alguns segundos para mim. Sua face mostrava uma expressão como que, pensando se me contava algo, ou não.

- Obrigado por ter me ajudado a atrapalhar os planos daquela bruxa.

- Bruxa? Então ela era uma bruxa? – Perguntei perplexa.

- Sim. E sinto muito por sua cadelinha.

- Madame Pompom está num lugar melhor agora.

- Com certeza. – Disse ele sorrindo.

- Está tudo bem? Perguntei.

- Na verdade...

- Na verdade o quê? – Perguntei olhando para ele esperançosa por uma resposta que não veio.

Ele suspirou e olhou para cima, olhou para mim novamente, e, passando a mão em meus cabelos disse:

- Olha. Eu vim aqui para ver se você estava bem, e para me despedir.

- Despedir?

- Sim. Minha missão por aqui já foi cumprida, e agora devo voltar.

- Para onde? O que é você? Quem é você?

Minhas perguntas pareciam não ter fim, mas ele não pareceu querer dar as respostas de que eu necessitava.

Ele então foi até a porta do quarto e a fechou, voltou e olhou para mim com ternura.

- Olha Carol. Eu realmente queria ficar, mas não posso. Infelizmente preciso ir.

- Por quê? Você realmente não pode me contar? – Perguntei na esperança de ele ceder, mas parece que não adiantava nada.

- Eu quero que você saiba que, eu espero que nós possamos nos ver novamente. Eu... Eu gostei de você.

Está bem. Aquilo me chocou. Mas ao mesmo tempo eu fiquei muito feliz, meu coração bateu acelerado e os pontinhos luminosos que eu via ao redor dele se iluminaram mais, mudando de cor com mais intensidade.

Inesperadamente ele me abraçou. Pude sentir que seu coração também batia forte, e mais uma vez, as lágrimas apareceram, elas estavam gostando de sair ultimamente.

Ele então olhou fixamente em meus olhos, e eu lhe dei um beijo na bochecha. Ele fechou os olhos e eu pude ver que ele também estava emocionado. Quando eu o soltei, ele logo me abraçou com mais força e me beijou.

Meus lábios sentiram os seus e a magia pareceu andar por meu corpo. Eu, nada mais falei, e ficamos em silencio, nos olhando por alguns segundos.

Ele então enxugou minhas lágrimas e pude ver alguns pontinhos brancos saírem de seus dedos e seus olhos brilharem.

- Carola. Me desculpe, mas você irá se esquecer de tudo que aconteceu até agora, de mim... – Vacilou ele. – Da bruxa... Você apenas se lembrará da fada e do anjo voando perto de sua casa, para sua própria segurança.

Então, minha visão começou a embaçar, tentei falar algo, mas não consegui. Pude ver o momento em que ele enxugou as lágrimas e como um raio saiu voando do quarto, abrindo suas longas asas de penas brancas, mas não tenho mais certeza se esta parte foi real, ou se foi apenas um sonho, pois sonho e realidade começaram a se misturar em minha mente, e eu caí num profundo sono.

Quando a magia se revelaOnde histórias criam vida. Descubra agora