Quando a magia se revela

Parte onze - Pesadelo quente

No meio da noite, acordei assustada com um grito, era Laryssa, que estava tendo um terrível pesadelo. Queria chamá-la, acordá-la, mas não sabia se isso faria bem á ela. Até que depois de ela se mexer e de resmungar mais um pouco e gritar o nome "Laís", ela começou a flutuar.

Fiquei desesperada, sai de minha cama, andando vagarosamente para trás, com dificuldades, por minhas pernas estarem doendo, mas o pânico não me deixava ficar parada. Quando pensei que o fato acabara, ela simplesmente foi engolida por chamas!

Fiquei aterrorizada, meu coração disparara a ponto de ser difícil respirar, e então, pude ver que a causa do incêndio, era um tipo de medalha preta que estava enfiada na parte de trás de suas costas.

Já havia visto isso em filmes, não sabia se daria certo, mas então, peguei a minha jarra de água, enrolei meu lençol na mão e o molhei, tirando a peça das costas dela. Ela então soltou um terrível e alto grito, que todos no hospital devem ter ouvido.

Ouvi passos, vindo na direção do nosso quarto e então corri para o canto do quarto e me abracei com os meus joelhos, pois o fogo estava aumentando, se espalhando pela cama e na máquina de oxigênio. Claro que antes tentei jogar o restante da água da jarra, mas não teve um bom resultado.

Os bombeiros entraram e eu escondi a tal medalha que tirara das costas dela e apontei para a parede, eles então apagaram o fogo e ela acordou.

Fomos transferidas para outro quarto e então eu contei o que aconteceu para ela, e com a tal medalha na mão ela exclamou perplexa:

- Nossa!

- Nossa! – Respondi respirando fundo, ainda meio trêmula.

Ela então pareceu ficar nervosa, e posso jurar que seus olhos mudaram de cor.

- Por que os seus olhos estão rosa? – Perguntei antes que pudesse me controlar.

E algo mais estranho aconteceu! Asas cor de rosa, como as de uma borboleta, balançaram em suas costas.

- E por que você tem asas? – Perguntei surpresa.

E então não pude me controlar, apenas desmaiei. (O que estava se tornando algo muito constante e irritante no meu dia-a-dia).

Na manhã seguinte acordei, mas ainda estava naquele estagio do sono em que ouvimos tudo, mas não abrimos os olhos, apenas vamos acostumando e acordando, foi quando gemi me espreguiçando, que notei que estava amarrada?

Balancei minhas pernas e meus braços no ar, e pude confirmar.

- Por que estou amarrada? Será que me confundiram com algum paciente da área psiquiátrica e se esqueceram da camisa de força?

- Só você mesmo Carol. – Exclamou Laryssa rindo e vindo ajudar a me desamarrar.

-É bom acordar com o humor lá nas nuvens. O seu dia fica ótimo! – Exclamei rindo e me levantando. – Vou me lavar, se o café da manhã chegar e eu ainda estiver no banho, verifica se a tia da cozinha colocou os docinhos que ela me prometeu.

- Está bem. – Exclamou ela sorrindo.

Após nosso café, nossos pais chegaram e discutiram muito com os médicos, mas por fim, tudo acabou bem.

Após toda a confusão, vi o pai dela fazer aquele brilho nos olhos, só que o dele era laranja, e soprar alguns brilhos alaranjados nela.

- Que legal! O que é isso que o senhor está fazendo? – perguntei curiosa.

- Mágica! – Respondeu ele alegremente.

- Eu amo mágica! Faz para mim também?

Claro! – Respondeu ele deixando seus olhos laranja, soprando um brilho laranja em mim, me deixando novinha em folha, e agradeci com um forte abraço.

Mas para ser sincera, não lembro se isso eu sonhei ou não, pois está meio confuso na minha cabeça...

Mas tarde, tivemos mais alguns exames e fomos liberadas do hospital. Na saída, vi Laryssa e corri até ela e a abracei com muito carinho.

- Vou sentir a sua falta. – Disse para ela lhe entregando um papelzinho.

- Eu também. – Respondeu ela olhando para o papel.

- Ai está o meu telefone, e-mail e tudo o que você precisar, quem sabe um dia a gente possa sair juntas.

- Está bem. – Disse ela com os olhos marejados e me abraçando. – E obrigado por ter salvado a minha vida.

Olhei para ela e devolvi o sorriso que ela me lançava.

Fiquei olhando, até que ela saísse do meu campo de visão, mas, alguma coisa me dizia que essa, não seria a última vez que eu a veria...

A magia está ao nosso redor,

Cabe a você percebê-la.

No momento em que ela te toca,

Você sabe que é capaz de tudo.

E é assim que você se sente,

Quando a magia se revela

Carol

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