Manuela acaba de acordar. Ainda é bem cedo, tanto que o sol nem saiu. Ela se senta na cama e pega os óculos que estão logo ao lado, perto do travesseiro. Começa a pensar...
- "Eu não tive coragem de contar pra Raquel o que as meninas me disseram sobre a Cristina. Não sei. Acho que não é muito legal ficar espalhando essas coisas. Não quero parecer... fofoqueira. Até mesmo porque as coisas mudaram bastante. Pelo que sei, a Raquel e a Christina fizeram as pazes. Não da pra dizer que são amigas agora, mas de qualquer forma, já é algo muito admirável, tendo em vista o quanto elas se odiavam. Acho que as circunstancias pelas quais as duas passaram nos últimos meses causaram essa mudança nelas. A Raquel voltou a vida como que por um milagre. A Christina perdeu uma das melhores amigas por causa de puro egoísmo e insensibilidade. Bem, se depois disso as duas ainda fossem continuar brigando, eu sinceramente não sei o que poderia fazer elas pararem. E ainda tem mais... o tal do Wallace... não acho que a Raquel ainda sinta alguma coisa por aquele rapaz. Mas não quero que ela saiba o que ele anda fazendo com a Christina. Ignorando totalmente o fato de que ele vai ser pai, e ficando com a amiga dela. Eu sei bem que a Raquel ia ficar bem revoltada com isso tudo. Acho melhor não a incomodar com um assunto delicado desses. Ela ainda está se adaptando a nova realidade. Tem os próprios problemas pra cuidar. Se ela tiver que descobrir, que seja por si só..."
Longe dali, Raquel dorme, enquanto Angélica sai de casa mais uma vez. Ela tranca aporta, e ao virar-se, da de cara com Natã.
-Oh, céus! Natã! Você me assustou. – diz ela.
-Bom dia Angélica. Me desculpe. Eu não esperava ver você de saída tão cedo. Eu... vim cuidar do plantio da das novas mudas.
-Ah, sim, claro. Eu já tinha até esquecido. Eu vou passar o dia fora, mas se você precisar de qualquer coisa, pode entrar. Você sabe...
-Sim. sei.
-Bem, eu tenho que ir.
-Angélica, como a Raquel esta?
-A Raquel? Bem, por quê?
-Essas suas saídas não estão incomodando ela?
-Creio que não. Ela já teria me dito. Além do mais, a Raquel já é bem grandinha. Não tem porque se incomodar com isso.
-Entendo...
-Está tudo bem entre vocês, Natã? Você costumava vir aqui sempre pra vê-la...
-Claro, está tudo bem. É que tenho estado um pouco mais ocupado ajudando o meu pai ultimamente. Apenas isto.
-Sendo assim, fico feliz.
-É. Eu também.
Angélica se despede de Natã e segue. Ela vai andando a pé pela rua até onde se pode ver. enquanto isso, Natã pega a pá e as mudas de plantas e segue para o quintal. As coloca no chão. Pensa um pouco... então decide entrar na casa. Passa pela sala, onde há na mesa café e uns pães..., mas não é isso que ele quer aparentemente. Natã passa pela sala e segue em direção ao quarto de Raquel. A porta não está fechada. Apenas entreaberta. Natã fica um pouco receoso. Sua mão vai em direção à maçaneta, mas ele não a segura. Pensa por um minuto, então decide entrar. Assim o faz. Dentro do quarto, olha em volta. Caminha em direção a Raquel. Ele aproxima-se da cama e fica a observando dormir. Ainda não satisfeito, Natã estende a mão e acaricia o rosto de Raquel, seus cabelos...
-Rebeca... – sussurra ele.
Raquel começa a despertar.
Rapidamente Natã recolhe a mão e se afasta, mas não é rápido o bastante pra sair do quarto. Raquel abre os olhos e vê ele.
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Raquel_Parte II
Roman pour AdolescentsContinuando de onde a primeira historia termina, com Raquel , agora, se adaptando à nova rotina na casa de Angelica, tendo que lidar não só com a falta de suas amigas e seus pais, enquanto tenta fazer novos contatos na cidade nova, mas também co...